v. 5 (2021): Os jovens e os feminismos na América Latina. Desafios, transformações e novos imaginários

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Nos últimos anos, os movimentos feministas, feministas e de dissidência adquiriram uma marca geracional inegável. A "revolução das filhas", a "Primavera da juventude", "as netas das bruxas", são metáforas utilizadas na Argentina para refletir o protagonismo dos jovens, em sua maioria mulheres, no feminismo. Esta emergência dos jovens está ocorrendo contra um pano de fundo de políticas neoliberais renovadas, a (re)emergência de discursos conservadores, violentos e discriminatórios, e práticas de regulação e controle de organismos que negam acesso aos direitos, em um quadro capitalista complexo, racista e heteropatriarcal. Um marco significativo que motivou muitos jovens a abordar o feminismo foi a primeira manifestação pública Ni Una Menos, que, desde a primeira convocação em junho de 2015, foi configurada como um campo de articulação de coletivos (e coletivos), demandas, slogans e ao mesmo tempo como um espaço de participação e referência. Esta juventude contribuiu para a massificação do movimento que se tornou a maré verde em 2018, no contexto dos debates e manifestações para a legalização do aborto na Argentina, uma juventude que faz parte de um fenômeno mais amplo que está se espalhando por diferentes países da América Latina. Neste número das Polémicas Feministas apresentamos seis artigos que abordam a complexidade dos vínculos entre juventude e feminismo de diferentes latitudes -México, Colômbia e Argentina -, refletindo as particularidades territoriais nas modalidades de participação e expressão dos jovens, as resistências e transformações, as agendas e demandas que propõem, as relações intergeracionais e o impacto das tecnologias na participação juvenil. Os trabalhos recebidos são produto de pesquisa: um deles é uma revisão de literatura e os outros cinco seguem uma abordagem metodológica etnográfica. Os temas das contribuições selecionadas tratam do ativismo feminista juvenil, ciberfeminismos, participação juvenil em questões de gênero e sexualidade em contextos escolares, assim como a problematização epistemológica da (não) representação das mulheres como sujeitos políticos nos estudos juvenis.

Publicado: 2021-12-03

Produção de conhecimento(s) a partir da arte