Pseudoaneurisma da artéria hepática como causa de retransplante de fígado

Resumo

Homem de 69 anos foi submetido a transplante de fígado com doador cadáver por cirrose secundária a esteatohepatite. A anastomose arterial foi realizada entre o tronco celíaco do doador e a artéria hepática do receptor. No segundo mês de pós-operatório, desenvolveu dor abdominal e alterações nas provas de função hepática. A angiografia por ressonância magnética e subsequente angiografia digital confirmaram pseudoaneurisma de artéria hepática (HAP) de 50 x 60 mm com dilatação do ducto biliar e bilomas em ambos os lobos hepáticos. O tratamento endovascular não pôde ser realizado devido à ausência de passagem de contraste para os ramos intra-hepáticos durante a angiografia. Optou-se pela ligadura cirúrgica e ressecção da HAP que comprometia ambas as artérias hepáticas. A anastomose primária não foi viável porque não foi possível identificar extremidade proximal ou óstio viável. Dado o comprometimento isquêmico da via biliar, foi solicitada ao INCUCAI via excepcional para retransplante, entrando assim em lista de espera e acessando novo enxerto 30 dias depois. Sua evolução posterior foi favorável e permaneceu assintomático sob acompanhamento por 9 anos após retransplante.