Relação entre grau clínico de rinite e função pulmonar em crianças e adolescentes em asma

Resumo

Introdução: As vias aéreas superiores e inferiores se comportam como uma unidade. Foram observadas alterações espirométricas subclínicas em pacientes com rinite, sem asma , que pode ser proporcional à magnitude da rinite. Objetivos: Investigar as possíveis alterações na função pulmonar e reversibilidade ao broncodilatador em crianças e adolescentes com rinite alérgica (AR) e não alérgica (RNA), sem asma , de acordó com o grau clínico de rinite estabelecido pela ARIA (Rinite Alérgica e seu Impacto sobre Asma). População e métodos: Estudo analítico de corte transversal, que incluiu pacientes entre 5 e 18 anos com AR e RNA, sem asma. Analisou-se a existência de anormalidades na função pulmonar (curva de fluxo-volume) e a resposta broncodilatadora em relação ao grau clínico de rinite pela ARIA ajustando um modelo logístico. Resultados: 193 pacientes foram estudados; 42 (21,7%) apresentavam pelo menos um parâmetro espirométrico alterado. Os pacientes com rinite persistente moderada-grave apresentaram maior comprometimento da função pulmonar em relação aos outros graus de rinite (p=0,009). O defeito foi relacionado com a frequência (p=0,03) e a gravidade da rinite (p= 0,04), mas não com atopia (p=0,28). A resposta positiva ao broncodilatador foi mais frequente nos graus de rinite moderada-grave do que nos leves (p = 0,04). Conclusões: A alteração na função pulmonar foi mais prevalente em rinite persistente moderada a grave e foi associado com a frequência e a gravidade da rinite, mas foi independente da condição de atopia. A reversibilidade ao broncodilatador foi observada em pacientes com rinite moderada a grave intermitente e persistente.