Decolonialidade, género e resistência: a animalidade como ponto de encontro
Palavras-chave:
animalidade, colonialidade, teoria queer, resistênciaResumo
A colonialidade não foi apenas um processo violento e agravante das opressões no mundo globalizado, mas também a origem fundadora de novas fronteiras entre corpos e existências. A modernidade-colonialidade colocou o ideal normativo do humano (o homem cisgénero, branco, heterossexual e burguês) no centro do "que é", resultando na dominação e subordinação de diversos corpos que, dentro de algumas visões de mundo indígenas, foram marcados como diferentes ou "queer": pessoas racializadas, existências queer e outras subjectividades não-normativas. Com base na dicotomia humano/não-humano, estes "novos" corpos e existências foram organizados em hierarquias ontológico-políticas - determinando quais importam e quais não importam - através de diferentes códigos de dominação como a raça, a capacidade, a localização geopolítica, o género, a orientação sexual e a espécie, entre outros. No âmbito desta matriz de poder humanista, os corpos queer e as pessoas queer têm sido animalizados e, ao mesmo tempo, codificados como não naturais e desviantes; sendo estigmatizados por desobedecerem à ordem da heterossexualidade supostamente "natural". A partir do exposto, pretendemos apontar para a des(s)colonialidade como uma experiência e prática que reivindica e emancipa corpos, pessoas e existências não-normativos.
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