"Éramos todos camaradas". Experiências de organização em prisões de mulheres argentinas

Resumo

Neste artigo analisamos as experiências de três mulheres que passaram por uma prisão punitiva, procurando reconstruir como os significados dos políticos foram configurados durante e a partir de suas experiências carcerárias. Recuperamos seus depoimentos, enfatizando as diversas estratégias e práticas de organização dentro das prisões. Algumas das dinâmicas centrais de disciplina dentro da instituição prisional são reiteradas, prestando atenção às narrativas que envolvem o impacto subjetivo de sua detenção. Ao mesmo tempo, apontamos aquelas experiências que, de forma criativa, produzem outras formas de habitar o confinamento. Assim, ao refletir sobre as formas como se reposicionaram no tecido penitenciário, a política aparece ligada à maternidade, a espaços de relativo poder como os centros de estudantes, a experiências de solidariedade com outros detentos, como o ensino de alfabetização, e a protestos coletivos sobre as condições de detenção, práticas que, como veremos, podem ser lidas como formas de agência que se desdobram no cotidiano como um cenário central.