v. 9 n. 17 (2020): Quando os territórios desafiam o conhecimento. Epistemologias, historicidades e ontologias nativas

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 Em nossa perspectiva, quando os territórios questionam o conhecimento, surgem mobilizações que desarticulam o conhecimento hegemônico: conceituações nativas, epistemos situados, identidades estratégicas, críticas e deslocamentos nas matrizes eurocêntrica e colonial. Quando os territórios questionam as disciplinas, mostram seus limites, a estreiteza de sua capacidade explicativa e performativa, sua concepção ancorada nos padrões do século XIX e obsoletos que servem apenas à construção hierárquica de vozes autorizadas e conhecimentos verticais. Quando os territórios questionam o conhecimento das lutas camponesas e indígenas pela terra, a assembléia luta contra o extrativismo e as lutas feministas contra o patriarcado ocupam um lugar central na coprodução do conhecimento. Finalmente, quando os territórios questionam o conhecimento, torna-se inevitável e indispensável a questão sobre o lugar e a prática do pesquisador nas relações de conhecimento (colonialidade), poder e suas relações com os outros com quem eles co-produzem.

Com base nessas coordenadas, convidamos neste Dossiê a pensar, debater, coproduzir as respostas e perguntas que estão sendo construídas para abordar um cenário latino-americano repleto de múltiplos sujeitos e sujeitos, corpos e entidades, coletivos e comunidades que produzem conhecimento de territórios heterogêneos e variados , mestiços, indianos, populares e como propõem outras epistemologias, historias e ontologias (nativas, alternativas, indianas, mestiças, afro, feministas, dissidentes, interculturais).

 

Publicado: 2020-08-03