Comunicación del taller: ciencias genómicas y saberes de los pueblos originarios (Provincia del Chubut, Argentina)

Camila Tamburrini; Rubén Ricardo Romero Saihueque; Silvia Lucrecia Dahinten; María Laura Parolin

doi:10.31048/1852.4826.v16.n2.39239

Autores

Camila Tamburrini Instituto de Diversidad y Evolución Austral (IDEAus CCT CONICET-CENPAT), Puerto Madryn, Chubut, U9120, Argentina. https://orcid.org/0000-0001-8197-973X
Rubén Ricardo Romero Saihueque Diretoria de Assuntos Indígenas. Subsecretaria de Direitos Humanos. Ministério do Governo e Justiça de Chubut, Rawson, Chubut, U9130, Argentina
Silvia Lucrecia Dahinten Instituto de Diversidad y Evolución Austral (IDEAus CCT CONICET-CENPAT), Puerto Madryn, Chubut, U9120, Argentina https://orcid.org/0000-0002-9969-7674
María Laura Parolin Instituto de Diversidad y Evolución Austral (IDEAus CCT CONICET-CENPAT), Puerto Madryn, Chubut, U9120, Argentina. https://orcid.org/0000-0001-6726-2943

DOI:

https://doi.org/10.31048/1852.4826.v16.n2.39239

Palavras-chave:

Patagônia Central, Estudos genômicos, Transferência para a comunidade, Povo Mapuche-Tehuelche

Resumo

Em 2 de julho de 2022, foi realizada a primeira reunião de intercâmbio entre as ciências genômicas e o conhecimento indígena em Trelew, Chubut, Argentina. Esse evento foi realizado no âmbito de um acordo entre o IDEAus-CONICET e a Diretoria de Assuntos Indígenas da província, com o objetivo de estabelecer uma ciência genética que esteja alinhada com os padrões éticos do trabalho científico associado às comunidades indígenas ancestrais e seus descendentes. O workshop incluiu apresentações e mesas-redondas sobre estudos genéticos em populações cosmopolitas e ancestrais com base no estudo de restos arqueológicos armazenados no Repositório Bioantropológico do IDEAus-CONICET. Foi realizada uma pesquisa anônima para conhecer a percepção dos participantes sobre as ciências genéticas, os termos com os quais eles se reconhecem e as formas e a frequência de divulgação dos avanços científicos, entre outros pontos investigados. A análise desse primeiro workshop mostrou que há falhas na comunicação científica e que a participação das comunidades nesses encontros está intimamente ligada à luta pela reivindicação e reconhecimento dessas comunidades nativas. Os participantes destacaram a importância de disseminar essas informações na esfera educacional a partir de uma perspectiva descolonizada.

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Biografia do Autor

Camila Tamburrini, Instituto de Diversidad y Evolución Austral (IDEAus CCT CONICET-CENPAT), Puerto Madryn, Chubut, U9120, Argentina.

Bióloga (UNPSJB) e atualmente bolsista de doutorado do CONICET sob a direção da Dra. María Laura Parolin e da Dra. Silvia Dahinten. O principal objetivo de seu projeto é realizar um estudo bioantropológico das antigas populações humanas que habitavam a atual Patagônia central argentina, por meio da geração e análise bioinformática de dados arqueo-genômicos obtidos por técnicas de sequenciamento de nova geração (NGS). Para realizar o projeto, o graduado treinou com a Dra. María Ávila-Arcos no Laboratório Internacional de Pesquisa do Genoma Humano (LIIGH, UNAM), no México, e participou de seminários e cursos no exterior, tanto virtual quanto presencialmente. Dadas as implicações dos estudos genômicos nas populações descendentes atuais, nos últimos dois anos ele se concentrou em trabalhar e discutir os aspectos éticos do trabalho científico localmente. Para isso, combinaram reuniões e comunicação direta com a Diretoria de Assuntos Indígenas da província de Chubut, e realizaram palestras e reuniões para divulgar os resultados. O impacto do projeto é importante não apenas para a reconstrução das teorias atuais sobre a colonização do continente sul-americano, mas também para conhecer as particularidades genéticas das populações do presente e do passado, o que tem aplicação especial na biomedicina e nas ciências forenses.
Rubén Ricardo Romero Saihueque, Diretoria de Assuntos Indígenas. Subsecretaria de Direitos Humanos. Ministério do Governo e Justiça de Chubut, Rawson, Chubut, U9130, Argentina

Ele é membro da comunidade Mapuche-Tehuelche Ceferino Namuncurá-Valentín Sayhueque, na cidade de Gaiman, e está comprometido com o cumprimento das obrigações assumidas por seu trabalho em relação ao respeito à diversidade cultural e aos direitos dos povos indígenas de Chubut. Por muitos anos, ele trabalhou em estreita colaboração com os estudos científicos arqueológicos das populações ancestrais da província, buscando afirmar a ancestralidade de seus irmãos e irmãs. No último ano, ele se concentrou nas implicações éticas da genética e da genômica aplicadas às populações ancestrais, sem deixar de lado outros interesses particulares de seu trabalho como funcionário público e membro de uma comunidade indígena.
Silvia Lucrecia Dahinten, Instituto de Diversidad y Evolución Austral (IDEAus CCT CONICET-CENPAT), Puerto Madryn, Chubut, U9120, Argentina

Graduado em Antropologia e PhD em Ciências Naturais pela Universidade Nacional de La Plata. Pós-graduação em Antropologia Forense (Universidade Kranfield - Inglaterra e Universidade Manuela Beltrán - Colômbia). Professor Associado Regular, Faculdade de Ciências Naturais, Universidade Nacional da Patagônia. Pesquisador do CONICET (categoria independente). Ex-bolsista do CIC Buenos Aires, do CONICET e do Governo da Espanha. Membro fundador e presidente da Associação Argentina de Antropologia Biológica (2001-2003). Suas publicações tratam de antropologia biológica experimental, biologia de populações pré-históricas na Patagônia, crescimento infantil e adolescente em populações urbanas e variação de altura em perspectiva histórica. Apresentou trabalhos em conferências nacionais e internacionais de sua especialidade e deu palestras sobre suas linhas de pesquisa. Escreveu a declaração da Associação Argentina de Antropologia Biológica (AABA) sobre a ética do estudo de restos de esqueletos humanos. Atualmente, ela se concentra na resposta biológica de populações humanas a ambientes urbanos e na variação temporal da altura. Orienta teses de doutorado e bolsistas. Dirigiu e dirige projetos financiados pela ANPCYT, CONICET, Ministério da Saúde e Meio Ambiente da Nação e Universidade da Patagônia SJB.
María Laura Parolin, Instituto de Diversidad y Evolución Austral (IDEAus CCT CONICET-CENPAT), Puerto Madryn, Chubut, U9120, Argentina.

Graduada em Biologia pela UNPSJB e doutora em Antropologia Biológica pela FFyL-UBA. Desde 2003, trabalha em aspectos relacionados à miscigenação, migração e diversidade genética de populações rurais e urbanas na Argentina e sua aplicação às ciências antropológicas. Trabalhou como perita forense e geneticista no Ministério da Justiça de Buenos Aires e na Fundação Favaloro. Desde 2012, vem trabalhando em colaboração com o laboratório IDEAus Identificaciones Genética (IDEGEN). Atualmente, lidera projetos de pesquisa em conjunto com uma equipe interdisciplinar de antropólogos, biólogos e arqueólogos nacionais e internacionais para o estudo diacrônico da diversidade genética e da origem ancestral de populações atuais e antigas (arqueo-genética) da Patagônia argentina.

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