Vozes insurgentes: a escrevivência de Carolina e Conceição como um caminho de resistência da mulher afro-brasileira e periférica

Autores

  • Débora Nunes Palomo Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)

Palavras-chave:

escrita, memórias, trauma, resistência

Resumo

Quarto de despejo: diário de uma favelada (2001), de Carolina de Jesus, e Becos da memória (2017), de Conceição Evaristo, são obras literárias que nos convidam a um passeio tanto pela ficção quanto pela própria história pessoal das autoras. Neste artigo, propõe-se, através dessas obras, uma análise comparativa das memórias presentes nas escrevivências das autoras, buscando compreender se elas funcionam como mecanismo de resistência ao silenciamento da mulher afro-brasileira e periférica. Para isso, como fundamentação teórica, farão parte das análises as considerações de Martín Lienhard (2008) sobre a resistência negra na América Latina, já que o autor nos coloca diante dos movimentos negros insurgentes, desmistificando a ideia de passividade dos escravizados neste território. Apresentamos discussões sobre o termo “escrevivência”, cunhado por Conceição Evaristo (2020), bem como aquelas de Aleida Assmann (2011) e Seligmann-Silva (2003) sobre os estabilizadores da memória, pois as obras aqui em estudo fazem parte de relat

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Débora Nunes Palomo, Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)

Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Mestrado em Literatura Comparada. Área “Poéticas e narrativas latino-americanas”, Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil.

Referências

Adichie, Chimamanda Ngozi (2017). Para educar crianças feministas: um manifesto. Companhia das Letras.

Anzaldúa, Gloria (2016). Borderlands/La Frontera: La nueva mestiza. Carmen Valle Simón (trad.). Capitán Swing.

Anzaldúa, Gloria (2000). Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do Terceiro Mundo. Trad. Édina de Marco. Revista Estudos Feministas, v. 8, n.1, pp. 229-236. https://doi.org/10.1590/%25x

Assmann, Aleida (2011). Espaços da recordação: formas e transformações da memória cultural. Unicamp.

Barbosa, Sérgio (2014, 27 de novembro). Masculinidades e Violências contra a Mulher. Desafios e Avanços. [Video]. Youtube. https://www.youtube.com/watch?v=Yx9UbiPdCJQ

Bourdieu, Pierre (2002). A dominação masculina. Tradução Maria Helena. Kühner. 2ª ed. Bertrand Brasil.

Cárdenas, Teresa (2010). Cachorro Velho. Pallas.

Ribeiro, Djamila (2018). Quem tem medo do feminismo negro? Um manifeso. Companhia das Letras.

Evaristo, Conceição (2020). A Escrevivência e seus subtextos. Em Constância Lima Duarte e Isabella Rosado Nunes (org.), Escrevivência: a escrita de nós: reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo. Mina Comunicação e Arte.

Evaristo, Conceição (2017). Becos da Memória. Pallas.

Evaristo, Conceição (2005). Gênero e Etnia: uma escre(vivência) da dupla face. Em Moreira, Nadilza Martins de Barros e Schneider, Diane (eds.), Mulheres no mundo, etnia, marginalidade e diáspora. Idéia. https://www.ufpb.br/editoraccta/contents/titulos/letras-1/mulheres-no-mundo-etnia-marginalidade-e-diaspora-2a-edicao/vol-05-mulheres-no-mundo-final.pdf

Foucault, Michel (2004). 1983 - A escrita de si. En Motta, Manoel Barros da (org.), Ditos e escritos V. Ética, sexualidade, política (pp. 144-162). Forense Universitária.

Gonzalez, Lélia (2019). A mulher negra. Em Heloísa Buarque de Hollanda (org.), Pensamento Feminista: conceitos fundamentais. Bazar do Tempo.

hooks, bell (2018). O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. Rosa dos Tempos.

Jesus, Carolina Maria de (2001). Quarto de Despejo: diário de uma favelada. 8. ed. Ática.

Lienhard, Martín (2008). Disidentes, rebeldes, insurgentes: resistencia indígena y negra en América Latina. Ensayos de historia testimonial. Iberoamericana/Vervuert.

Oliveira, Elida (2018, 6 de novembro). O momento presente pede novas narrativas, diz Conceição Evaristo, homenageada no Enem 2018. g1. https://g1.globo.com/educacao/enem/2018/noticia/2018/11/06/o-momento-presente-pede-novas-narrativas-diz-conceicao-evaristo-homenageada-no-enem-2018.ghtml

Schwarcz, Lilia Moritz (2019). Lima Barreto e a escrita de si. Revista Estudos Avançados 33 (96). https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2019.3396.0009

Seligmann-Silva, Márcio (2003). História, memória, literatura: o testemunho na era das catástrofes. Unicamp.

Spivak, Gayatri Chakravorty (2010). Pode o subalterno falar? 1. ed. Sandra Regina Goulart Almeida; Marcos Pereira Feitosa; André Pereira (trads.). Editora da UFMG.

Downloads

Publicado

2022-11-25

Como Citar

Nunes Palomo, D. (2022). Vozes insurgentes: a escrevivência de Carolina e Conceição como um caminho de resistência da mulher afro-brasileira e periférica. Polémicas Feministas, 6, 1–18. Recuperado de https://revistas.unc.edu.ar/index.php/polemicasfeminista/article/view/39402

Edição

Seção

Artigos Livres