Autoritarismo e brancura: os ultra-direitistas contemporâneos no Ocidente

Resumo

O presente texto visa contribuir para as discussões em curso sobre o surgimento de novos movimentos de extrema-direita em todo o mundo, em geral, e no Ocidente, em particular; Recupera, por um lado, as contribuições elaboradas por leituras materialistas (não metafísicas) da cultura moderna e do racismo, baseadas no resgate do discurso crítico de Marx pelo pensamento social americano; e, por outro lado, as teorizações formuladas pela filosofia social sobre as formas que o autoritarismo moderno adota dentro das margens de reprodução do capitalismo contemporâneo. Neste sentido, a exposição que se segue está dividida em três seções. O primeiro visa lançar as bases da discussão sobre o ressurgimento de fenômenos extremos e ultra-direitos no Ocidente, identificando, sobretudo, como a memória do fascismo europeu e do nacional-socialismo, típica das primeiras décadas do século XX, faz sua aparição no debate coletivo para designar personagens, movimentos e dinâmicas políticas, históricas e culturais tão diversas, heterogêneas e divergentes umas das outras. Na seção seguinte, o objetivo é abrir a discussão sobre uma leitura não moralista dos movimentos de direita históricos e contemporâneos, e também situar suas especificidades espaço-temporais específicas. Finalmente, é feita uma proposta para uma leitura desses novos direitistas, recentrando a discussão sobre o conceito de brandura, desenvolvido pelo filósofo mexicano Bolívar Echeverría.