Marcas de sangue e tinta: substâncias construtoras de parentesco e sentidos de família em um caso de restituição de identidade
DOI:
https://doi.org/10.31048/1852.4826.v16.n2.38903Palavras-chave:
Parentesco, Restituição, Identidade, Ditadura, SubstânciaResumo
A partir de uma etnografia das formas como os netos/as restituídos/as (re)constroem seus laços de parentesco uma vez conhecida sua história de origem, este artigo descreve algumas etapas do singular processo de restituição de identidade de María Carolina Guallane, uma “neta” que, em busca de sua ascendência biológica, construiu um modo de nomear/se, criou suas próprias marcas identitárias e configurou um mapa ampliado de afetos familiares. Esta é a biografia de quem, ainda menina, foi vítima do plano sistemático de roubo de bebês perpetrado pela última ditadura cívico-militar argentina (1976-1983), e que só conheceu sua história de origem aos 23 anos. Nessa idade tornou-se a “neta 61”; a primeira a procurar sua família biológica por decisão própria em uma época (1998) em que ser “filha de desaparecidos/as” ainda causava medo e desconfiança. O trabalho pretende mostrar as diferentes substâncias que produzem parentesco e a pluralidade de conexões que possibilitam, e também enfatizar a distinção entre origem e identidade, tentando transcender a oposição entre o biológico e o social ao descrever o amplo inventário de posibilidades do que significa ser parente.
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