A produção de grandes suportes alargados nas ocupações antigas de Serranópolis, Brasil Central

Autores

  • Maria Jacqueline Rodet UniversidFaculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de Antropologia e Arqueologia, Universidade Federal de Minas Gerais. Museu de História Natural e Jardim Botânico-UFMG, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Labo- ratoire Préhistoire et Technologie (UMR7055), Université Paris-Ouest Nanterre la Défense, Paris, Franciaade Federal de Minas Gerais https://orcid.org/0000-0001-5742-5999
  • Déborah Duarte-Talim Museu de História Natural e Jardim Botânico-UFMG, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil https://orcid.org/0000-0002-5470-3364
  • Jacques Pelegrin Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), Laboratoire Préhistoire et Technologie (UMR7055), Université Paris-Ouest Nanterre la Défense, Paris, Francia https://orcid.org/0000-0002-0671-128X
  • Pedro Ignácio Schmitz Instituto Anchietano de Pesquisas, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil http://orcid.org/0000-0003-4619-8668

DOI:

https://doi.org/10.31048/1852.4826.v13.n1.23944

Palavras-chave:

Percussão orgânica, Percussão tangencial com pedra dura, Tecnologia litica, Serranópolis;, Instrumentos unifaciales

Resumo

A região de Serranópolis, (Goiás, Brasil), insere na área definida como o Brasil Central. Os estudos das indústrias líticas antigas do sítio arqueológico GO-JA-03, fechados em 9765 ± 75 AP, indicam uma produção de grandes lascas alargadas (máximo de 20 cm), produzidas num arenito local altamente silicificado. Lascas servido como apoio à produção de instrumentos unifaciales mui pouco espessos e também de instrumentos unifaciales de seção plano-convexa, mais grosso. O objetivo deste trabalho é realizar uma análise tecnológica baseada na conceitualização de unidades operacionais e focar nas etapas de produção dos instrumentos, com enfoque nas técnicas utilizadas durante as fases iniciais, após a finalização dos terminais. Os resultados do análise tecnológica, comparados com um programa experimental e a utilização de técnicas principais: a percussão direta orgânica e a percussão tangencial de pedra suave - pouco comum na etapa de débitage nas indústrias líticas brasileiras. O contraste da utilização destas técnicas nesta etapa é alta e coerente com o alto nível de savoir-faire observado nas indústrias líticas das ocupações antigas do local.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Jacqueline Rodet, UniversidFaculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de Antropologia e Arqueologia, Universidade Federal de Minas Gerais. Museu de História Natural e Jardim Botânico-UFMG, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Labo- ratoire Préhistoire et Technologie (UMR7055), Université Paris-Ouest Nanterre la Défense, Paris, Franciaade Federal de Minas Gerais

Pós-doutora pela Universidade Federal de Minas Gerais, bolsas CNPq e Fapemig (2007, 2009, 2010 ), atualmente em estagio senior (CNPq) na Université de Paris Ouest-Nanterre, França. Doutora em arquelogia pré-histórica pela Universidade de Paris Ouest-Nanterre, França (2006). Mestrado e DEA em arqueologia pré-histórica (Paris Ouest-Nanterre - 1999, 2000). Atua em pesquisa e docência na área de arqueologia pré-histórica. Linhas de pesquisa: i. análise tecnológica das indústrias líticas brasileiras ii. geoarqueologia. Atualmente, é Professora Associada da Universidade Federal de Minas Gerais, no curso de Antropologia e Arqueologia, Pesquisadora Associada ao Laboratoire de Tecnologie Lithique de l`Unviersité de Paris Ouest-Nanterre, França, pesquisadora no Museu de História Natural-UFMG e Bolsista de Produtividade-CNPq. Responsável pelo grupo de pesquisa sobre Tecnologia Lítica, filiado ao CNPq. Atualmente, trabalha em parceria com duas instituições do norte e nordeste, Museu Paraense Emilio Goeldi, PA, e Universidade Federal do Recôncavo Baiano, BA. 

Déborah Duarte-Talim, Museu de História Natural e Jardim Botânico-UFMG, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

Alumna de doctorado del Programa de Post Graduación en Antropologia (PPGAn), Universidad Federal de Minas Gerais, Brasil.

Jacques Pelegrin, Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), Laboratoire Préhistoire et Technologie (UMR7055), Université Paris-Ouest Nanterre la Défense, Paris, Francia

Investigador senior del Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), Laboratoire Préhistoire et Technologie (UMR7055), Université Paris-Ouest Nanterre la Défense, Paris, Francia.

Pedro Ignácio Schmitz, Instituto Anchietano de Pesquisas, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil

coordinador de Arqueologia del Instituto Anchietano de Investigaciones, Universidad del Valle del Río de los Sinos, São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil.

Referências

Bassi, L. F. y Rodet, M. J. (2011). Abordagens tecnológicas do lascamento de cristal de quartzo. Apresentação e Resumo. Trabalho apresentado no XVI Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira, Florianópolis. En L. Fernandes y D. Duarte-Talim (Orgs.). Tecnologia lítica na arqueologia brasileira: coletânea de (re) publicações (pp. 218-219). Belo Horizonte: Editor MHNJB-UFMG.

Boëda, E., Clemente-Conte, I., Fontugne, M., Lahaye, C., Pino, M., Felice, G. D., Guidon, N., Hoeltz, S., Lourdeau, A., Pagli, M., Pessis, A.-M., Viana, S., Costa, A. y Douville, E. (2014). A new late Pleistocene archaeological sequence in South America: the Vale da PedraFurada (Piauí, Brazil). Antiquity 88, 927-955.

Bueno, L. (2007). Variabilidade tecnológica dos sítios líticos da região do Lajeado, médio rio Tocantins. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, Suplemento 4, 215.

Calderón De La Vara, V. (1969). Nota prévia sobre a arqueologia das regiões central e sudoeste do Estado da Bahia. PRONAPA, Resultados Preliminares do 2º ano, 1966-1967. Publicações avulsas (10), 135-147.

Chauchat, C. (1991). L’approche technologique dans une étude régionale: le Paijenien de la côte du Pérou. 25 Ansd’études technologiques en préhistoire, 263-273.

Dillehay, T. D. (1999). The late Pleistocene cultures of South America. Evolutionary Anthropology, 7 (6), 206-216.

Hogg, A., G.; Hua, Q.; Blackwell, P. G.; Niu, M.; Buck, C. E.; Guilderson, T. P.; Hwaton, T. J.; Palmer, J. G.; Reimer, P. J.; Reimer, Ron W.; Turney, C. S. M. y Zimmerman, S. R. H. (2013). SHCal13 Southern Hemisphere Calibration, 0–50,000 Years cal BP. Radiocarbon, 55 (4), 1889-1903.

Inizian, M.-L., Reduron-Ballinger, M., Roche, H. y Tixier, J. (2017). Tecnologia da pedra lascada. (Revisión actualizada y ampliada con definiciones y ejemplos brasileros por Rodet, M. J. y Machado, J. R.) Belo Horizonte: Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG.

Isnardis, A. (2009). Entre as Pedras: as ocupaçõespré-históricas recentes e os grafismos rupestres de Diamantina, Minas Gerais. (Tesis doctoral). Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.

Leroi-Gourhan, A. (1964). O gesto e a palavra. Rio de Janeiro: Edições 70, LDA.

Lourdeau, A. (2010). Le techonocomplexo Itaparica: définition tecno-fonctionnelle des industries a piècesfaçonnéesunifacialement à une face plane dans le centre e le nord-est du Brésilpendant la transition Pléistocène-Holocène e Holocèneancien. (Tesis doctoral). Université de Paris Ouest Nanterre La Defense, Paris, Francia.

Martin, G. (2013). Pré-história do nordeste do Brasil. 5ª ed. Recife: Ed. Universitaria UFPE.

Martins, G. R. y Kashimoto, E. M. (2012). 12.000 anos: arqueologia do povoamento humano no nordeste de Mato Grosso do Sul. Campo Grande: Life Editora.

Mauss, M. (1947). Manuel d’ethnographie. Paris: Petite Bibliothèque Payot.

Moreno de Sousa, J. C. (2014). Cognição e Cultura no mundo material: Os Itaparicas, os Umbus e os “Lagoassantenses”. (Tesis de maestría). Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.

Pelegrin, J. (1991). Les savoir-faire: une très longue histoire. Terrain (16), 107-113.

Pelegrin, J. (2000). Les techniques de débitage laminaire au Tardiglaciaire: critères de diagnose et quelques réflexions. centrale et septentrionale au Tardiglaciaire. Confrontation des modèles régionaux de peuplement. Table-ronde de Nemours, 13-16 mai 1997. Mémoires du Musée de Préhistoire d´Ile de France (7), 73-86.

Pelegrin, J. (2005). Les pierres taillées: une historique de leur apport à l’archéologie. En J. D. Wright (Ed.). International Encyclopedia of Social and Behavioral Sciences, vol. 14 (pp.: 8). Oxford: Elsevier.

Prous, A., Fogaça, E. y Alonso, M. (1994). As últimas indústrias líticas do vale do Peruaçu, MG. Revista de Arqueologia, 8 (2), 49-64.

Ramsey, C. B. (2009). Dealing with Outliers and Offsets in Radiocarbon Dating. Radiocarbon, 51 (3), 1023-1045.

Rodet, M. J. (2006). Étude Technologique des industries lithiques taillées du nord de Minas Gerais, Brésil: depuis le passage Pléistocène/Holocène jusqu’au Contact – XVIIIème siècle. (Tesis doctoral). Université Paris X, Nanterre, Paris, Francia.

Rodet, M. J., Duarte-Talim, D. y Bassi, L. F. (2011). Reflexões sobre as primeiras populações do Brasil Central: “Tradição Itaparica”. Habitus, 9 (1), 81-100.

Rodet, M. J. Duarte-Talim, D. y Pereira, E. (2017). Algunos aspectos de la industria litica de Monte Alegre, Pará, Brasil. Cuadernos de resumos del IV Encuentro Internacional de Arqueología Amazónica, 22.

Rodet, M. J., Duarte-Talim, D. y Schmtiz, P. I. (2019). As indústrias líticas antigas de Serranópolis (sítios GOJA-03 e GOJA-14). Revista de Arqueologia, 32, 175 – 206.

Roosevelt, A C., Costa, M. L., Machado, C. L, Michab, N., Mercier, N., Valladas, H., Feathers, J., Barnett, W. K., Silveira, M. I., Henderson, J., Sliva, J., Chernoff., B., Reese, D. S., Holman, J. A., Toth, N. y Schick, K. (1996). Paleoindian cave dwellers in the Amazon: the peopling of the Americas. Science, 272, 373-384.

Schmitz P. I.; Rosa, A. O. y Bitencourt, A. L. V. (2004). Arqueologia nos cerrados do Brasil Central - Serranópolis III. Pesquisas (60), pp.287.

Tixier, J. (1978). Méthode pour l’étude des outillages lithiques. Notice sur les travaux scientifiques. (Tesis doctoral). Paris, Université de Paris X, Nanterre, Paris, Francia.

Vieira, D., Ker, J. C., Rodet M. J., Schaefer C. E. G. R. y Teixeira, W. G. (2015). Pedoarqueologia em abrigo quartzitico, sítio Bibocas II, Jequtaí. Ocupação humana no Holoceno tardio, bacia do São Francisco. Teoria & Sociedade, 23 (1), 167-197.

Publicado

2020-03-30

Como Citar

Rodet, M. J., Duarte-Talim, D., Pelegrin, J., & Schmitz, P. I. . (2020). A produção de grandes suportes alargados nas ocupações antigas de Serranópolis, Brasil Central. Revista Del Museo De Antropología, 13(1), 255–264. https://doi.org/10.31048/1852.4826.v13.n1.23944

Edição

Seção

Análise da exploração do volume de rochas