Interpelações éticas e a política do cuidado. Entre questões e perplexidades educativas

Resumo

Este ensaio exprime tempos e espaços de reflexão, um parêntesis para pensar e pensarmo-nos a nós próprios nos nossos contextos educativos emergentes. A partir das experiências vividas ao longo da pandemia (2020 e 2021), deparamo-nos hoje com uma série de enigmas que questionam os actos educativos, desde os seus paradigmas, praxes e tarefas, por vezes naturalizados da educação moderna tradicional. Algumas questões e inquietações sobre os ambientes socioeducativos actuais provocam estados de perplexidade e incerteza, pois não conseguimos vislumbrar um futuro preciso. Essas questões transformam-se em interpelações sobre acontecimentos educativos complexos, nesses contextos situados, atravessados por factores contingentes, práxis socioeducativas e condições psicopedagógicas que condicionam os sujeitos, suas profissões de ensino e aprendizagem, práticas pedagógicas e vínculos em cada cenário institucional. Este trabalho busca colocar questões e propostas alternativas nas agendas educacionais, abrir campos de pensamento complexo, questionamentos, inovações e criações educacionais. Propomos outros olhares para consolidar e enriquecer uma educação de qualidade, a partir das abordagens éticas do cuidado, fundamentadas nas perspectivas dos direitos, da política das subjetividades e da pedagogia da alteridade. Refletir sobre as educações do futuro permite-nos redefinir/recriar os dispositivos de intervenção, os projectos, os programas e as políticas públicas.
Palavras-chave: psicoeducação, interpelações éticas, políticas de atendimento, práxis socioeducativa, reconfigurações subjectivas.