v. 2 (2020): Sexuação. Édipo, lógica, gozo

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Com o mito trágico do Édipo de Sófocles, Freud consegue estabelecer a hipótese do Complexo de Édipo universal e suas consequências para a sexualidade. O pai edipiano aparece como aquele que carrega a ameaça da castração diante da intenção do incesto, propondo a saída exogâmica do núcleo familiar. Freud, em textos como "Totem e Tabu" e "Moisés e a Religião Monoteísta", apresenta o pai como uma figura poderosa que representa a Lei para todos.

Lacan vai abordar o Complexo de Édipo como uma metáfora, em que um significante é substituído por outro. Ele propõe o Nome do Pai como o significante privilegiado, como o significante autorizador da nova significação que resulta dessa operação simbólica. No entanto, Lacan sempre teve consciência de que esta é uma forma de tipificar a sexualidade, mas que não é a única, uma vez que não há ser do sexo. A intervenção da linguagem produzirá um sujeito em falta, como um vazio de significação em torno da sexualidade, fora de qualquer possibilidade de dizer o que é uma mulher e o que é um homem. Como produção restará um sujeito tentando contornar esse buraco, construir um saber de sua verdade inconsciente que remeta a dizer algo sobre esse vazio.

Publicado: 2021-02-27

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