Virilização e doença metabólica em mulheres na pós-menopausa devido à hiperplasia ovariana e hipertecose

Autores

  • Agustina Lucila Larrea
  • Vicente Ricardo González
  • Pablo Knoblovits
  • Santiago José Gil

DOI:

https://doi.org/10.31053/1853.0605.v78.n2.32136

Palavras-chave:

virilismo, diabetes insípido, tecoma

Resumo

Durante a transição da menopausa, sinais clínicos leves de hiperandrogenismo podem aparecer como parte do processo normal de envelhecimento, mas o desenvolvimento de virilização franca sugere uma fonte específica de excesso de andrógeno, e a presença de tumores secretores de andrógeno em níveis supra-renais e ovarianos deve ser descartada.

Apresentamos o caso de uma mulher em pós-menopausa de 51 anos com sinais de virilização de 12 meses de evolução, associada à história pessoal de diabetes tipo 2 e hipertensão arterial mal gerida no último ano. Os exames laboratoriais mostraram uma elevação evidente dos níveis séricos de andrógenos e hiperinsulinemia associada. As imagens solicitadas revelaram ovários aumentados de tamanho, de aspecto homogêneo e sólido, com glândulas adrenais preservadas, o que levou à suspeita de possível hiperplasia tecal do estroma ovariano. Foi realizada anexectomia laparoscópica bilateral, cuja anatomia patológica confirmou a presunção do diagnóstico. Os níveis de testosterona sérica um mês após a cirurgia voltaram aos valores próximos do normal para uma mulher na pós-menopausa.

O diagnóstico causal de virilização em mulheres na pós-menopausa é desafiador e geralmente está associado à patologias raras. Uma história médica detalhada é essencial para diferenciar o desenvolvimento progressivo da virilização que representa as causas benignas da rápida progressão que caracteriza os tumores malignos. A interpretação correta dos exames laboratoriais com imagens complementares, bem como a busca de um histórico de risco cardiovascular como diabetes e hipertensão associada, são essenciais para o estabelecimento de um diagnóstico e tratamento corretos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Agustina Lucila Larrea

Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Atual bolsista de Patologia Pélvica Benigna e Cirurgia Mini Invasiva do Hospital Italiano de Buenos Aires.

Vicente Ricardo González

Especialista em Medicina Interna e Emergentologia. Atual Residente do Serviço de Endocrinologia, Metabolismo e Medicina Nuclear do Hospital Italiano de Buenos Aires.

Pablo Knoblovits

Especialista em Endocrinologia, Metabolismo e Medicina Nuclear. Atual médico da equipe do serviço de Endocrinologia, Metabolismo e Medicina Nuclear do Hospital Italiano de Buenos Aires. Professor Associado do Departamento de Medicina do Hospital Italiano de Buenos Aires. Membro da Comissão da Revista do Hospital Italiano de Buenos Aires.

Santiago José Gil

Ginecologista Especialista em Reprodução. Atual médica do serviço de Ginecologia, Chefe da Seção de Patologia Pélvica Benigna do Hospital Italiano de Buenos Aires.

Referências

Alpañés M, González-Casbas JM, Sánchez J, Pián H, Escobar-Morreale HF. Management of postmenopausal virilization. J Clin Endocrinol Metab. 2012 Aug;97(8):2584–8.

Yance VRV, Marcondes JAM, Rocha MP, Barcellos CRG, Dantas WS, Avila AFA, et al. Discriminating between virilizing ovary tumors and ovary hyperthecosis in postmenopausal women: clinical data, hormonal profiles and image studies. Eur J Endocrinol. 2017 Jul;177(1):93–102.

Brown DL, Henrichsen TL, Clayton AC, Hudson SBA, Coddington CC 3rd, Vella A. Ovarian stromal hyperthecosis: sonographic features and histologic associations. J Ultrasound Med. 2009 May;28(5):587–93.

Elhassan YS, Idkowiak J, Smith K, Asia M, Gleeson H, Webster R, et al. Causes, Patterns, and Severity of Androgen Excess in 1205 Consecutively Recruited Women. Vol. 103, The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. 2018. p. 1214–23.

Araque TL, Ortiz IRM, González JEM, García AJ, Hidalgo IN, Gamarra VA, et al. Ovarian Stromal Hyperplasia: A Rare Cause of Postmenopausal Hyperandrogenism. Vol. 26, Journal of Menopausal Medicine. 2020. p. 39.

Sharabidze N, Burkadze G, Sabakhtarashvili M. Cell adhesion and apoptosis in ovarian stromal hyperplasia and hyperthecosis. Georgian Med News. 2006 Feb;(131):33–7.

Castell A-L, Hieronimus S, Chevallier A, Sadoul J-L, Galand-Portier M-B, Delotte J, et al. [Post-menopausal ovarian hyperthecosis]. Vol. 40, Gynécologie Obstétrique & Fertilité. 2012. p. 316–9. French.

Nagamani M, Hannigan EV, Dinh TV, Stuart CA. Hyperinsulinemia and stromal luteinization of the ovaries in postmenopausal women with endometrial cancer. J Clin Endocrinol Metab. 1988 Jul;67(1):144–8.

Kim Y, Marjoniemi V-M, Diamond T, Lim A, Davis G, Murrell D. Androgenetic alopecia in a postmenopausal woman as a result of ovarian hyperthecosis. Vol. 44, Australasian Journal of Dermatology. 2003. p. 62–6.

Ashawesh K, Aghilla MM, Randeva HS. Androgenic alopecia in postmenopausal ovarian hyperthecosis. J Obstet Gynaecol. 2011 May;31(4):351–2.

Leedman PJ, Bierre AR, Martin FIR. Virilizing nodular ovarian stromal hyperthecosis, diabetes mellitus and insulin resistance in a postmenopausal woman. Case report. Vol. 96, BJOG: An International Journal of Obstetrics and Gynaecology. 1989. p. 1095–8.

Barth JH, Jenkins M, Belchetz PE. Ovarian hyperthecosis, diabetes and hirsuties in post-menopausal women. Clin Endocrinol . 1997 Feb;46(2):123–8.

Bühler-Christen A, Tischler V, Diener P-A, Brändle M. New onset alopecia and hirsutism in a postmenopausal women. Vol. 25, Gynecological Endocrinology. 2009. p. 324–7.

Nagamani M, Stuart CA. Specific binding sites for insulin-like growth factor I in the ovarian stroma of women with polycystic ovarian disease and stromal hyperthecosis. Am J Obstet Gynecol. 1990 Dec;163(6 Pt 1):1992–7.

Pascale MM, Pugeat M, Roberts M, Rousset H, Déchaud H, Dutrieux-Berger N, et al. Androgen suppressive effect of GnRH agonist in ovarian hyperthecosis and virilizing tumours. Clin Endocrinol . 1994 Nov;41(5):571–6.

Publicado

2021-06-28

Como Citar

1.
Larrea AL, González VR, Knoblovits P, Gil SJ. Virilização e doença metabólica em mulheres na pós-menopausa devido à hiperplasia ovariana e hipertecose. Rev Fac Cien Med Univ Nac Cordoba [Internet]. 28º de junho de 2021 [citado 17º de julho de 2024];78(2):193-6. Disponível em: https://revistas.unc.edu.ar/index.php/med/article/view/32136

Edição

Seção

Casos Clínicos