Síntese dos estudos tecnológicos e macrotraceológicos em lâminas de machado lascadas de um grupo ceramista horticultor do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.31048/1852.4826.v13.n1.23820Palavras-chave:
Experimentações arqueológicas, Traceologia macroscópica, Tecnologia lítica, Gerenciamento de instrumentos lascados, Pré-história da Bahia, BrasilResumo
O objeto deste artigo são as lâminas de machado lascadas de sítios arqueológicos da Tradição Aratu do estado da Bahia, Brasil. Abordamos o contexto de afiliação cultural das peças, a sua distribuição geográfica e alguns dados cronológicos. No que diz respeito a sua produção, uma amostragem de 271 instrumentos é descrita e analisada pelo enfoque da tecnologia lítica. Por ele, são detalhadas as técnicas (percussão direta dura e picoteamento) e método (lascamento centrípeto bifacial) da produção, os estados técnicos e também as transformações em outros tipos de instrumentos. Já no que tange ao seu uso são estudados dentro da perspectiva da traceologia. Neste caso, concentramos as observações em três estigmas visíveis a olho nu: embotamento, brilho e estrias. De modo a compreender e comparar a formação dos estigmas de uso, realizamos várias experimentações controladas com réplicas cavando a terra e cortando árvores. Por meio deste estudo buscamos mostrar a constância do projeto mental tecnomorfológico do artefato, bem como a sua história de vida pela manutenção, versatilidade de uso e reconfigurações em outros objetos.
Downloads
Referências
Barkai, R. y R. Yerkes. (2008). Stone Axes as cultural markers: technological, functional and symbolic changes in bifacial tools during the transition from hunter-gatherers to sedentary agriculturalists in the Southern Levant. En, “Prehistoric Technology” 40 years later: functional studies and the Russian legacy, editado por L. Longo y N. Skakun, pp. 159–167. Oxford: BAR S1783, Oxbow.
Boydston, R. (1989). A cost-benefit study of functionally similar tools. En, Time, Energy and Stone Tools, editado por R. Torrence, pp. 67-77. Cambridge University Press, Cambridge.
Calderón, V. (1969). A fase Aratu no Recôncavo e Litoral Norte do Estado da Bahia. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi (Publicações Avulsas), 13: 161-172.
Calderón, V. (1971). Breve notícia sobre a arqueologia de duas regiões do Estado da Bahia. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi (Publicações Avulsas), 15: 163-174.
Carneiro, R. (1979). Tree felling with the stone axe: an experiment carried out among the Yanomamö of Southwestern Venezuela. En, Ethnoarchaeology, Implication of Ethnography for Archeology, pp. 21-58. Columbia University Press, Nueva York.
Dourado, D. A. O.; Conceição, A. S.; Silva, J. S. (2013). O gênero Mimosa L. (Leguminosae: Mimosoideae) na APA Serra Branca/Raso da Catarina, Bahia, Brasil. Biota Neotrópica, 13(4): 225-240.
Fernandes, L. A. (2003). Os Sepultamentos do Sítio Aratu de Piragiba – BA. Dissertação de Mestrado Inédita. Salvador, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas: Universidade Federal da Bahia.
Fernandes, L. A. (2011a). As lâminas de machado lascadas Aratu de Piragiba – BA. Tese de Doutorado Inédita. Salvador, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas: Universidade Federal da Bahia.
Fernandes, L. A. (2011b). Elementos das lâminas de machado lascadas de sítios Aratu na Bahia. Habitus, 9(2): 239-257.
Fernandes, L. A. (2012a). Uma revisão da Tradição Aratu na Bahia. Clio, 27(1): 1-32.
Fernandes, L. A. (2012b). Macrotraços de uso em instrumento lítico lascado Aratu. Clio, 27(2): 01-19.
Fernandes, L. A. (2014). Possibilidades da análise tecnomorfológica das lâminas de machado lascadas de sítios da tradição Aratu na Bahia. En A. Lourdeau, S. A. Viana e M. J. Rodet, Indústrias líticas na América do Sul: abordagens teóricas e metodológicas (págs. 91-122). Recife: EdUFPE.
Fernandes, L. A. (2017). Pequenas variações dos sepultamentos da Tradição Aratu na Bahia. Especiaria - Cadernos de Ciências Humanas, 17(3): 151-172.
Fernandes, L. A. e Nascimento, G. S. (2015). Estigmas de uso em uma lâmina lascada do norte de Minas Gerais. Teoria e Sociedade, 23(1): 73-94.
Fernandes, L. A., Silva, J. P., Nascimento, G. S. (2015). Lâminas lascadas em rochas ígneas de sítios Aratu do Sudoeste da Bahia: traceologia e experimentação. Habitus, 13(2): 17-40.
Gaertner, L. (1994). Determining the function of Dalton adzes from Northeast Arkansas. Lithic Technology, 19(2), 97-109.
Geneste, J., B. Hugues Plisson, C. Clarkson, J. Delannoy, F. Petchey & R. Whear. (2010). Earliest evidence for ground-edge axes: 35,000 ± 410 cal BP from Jawoyn country, Arnhem Land. Australian Archaeology, 71, 66–69.
Gnecco, C. & J. Aceituno. (2004). Poblamiento temprano y espacios antropogénicos en el norte de Suramérica. Complutum, 15, 151-164.
González, E. M. R. (1996a). Os grupos ceramistas pré-coloniais do centro-oeste brasileiro. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, 6: 83-121.
González, E. M. R. (1996b). A ocupação ceramista pré-colonial do Brasil Central: origens e desenvolvimento. Tese de Doutorado Inédita. São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas: Universidade de São Paulo.
Gónzalez Urquijo, J.E. & J.J. Ibáñez Estévez (1994). Metodología de análisis funcional de instrumentos tallados em sílex. Universidad de Deusto, Bilbao, Espanha.
Hayden, B. (1989). From chopper to celt: the evolution of resharpening techniques. En Time, Energy and Stone Tools, editado por R. Torrence, pp. 33-43. Cambridge University Press, Cambridge.
Hiscock, P.; S. O´Connor, J. Balme & T. Maloney. (2016). World´s earliest ground-edge axe production coincide with human colonization of Australia. Australian Archaeology, 82(1), 2-11.
Inizan, M.-L.; Reduron, M.; Roche, H.; Tixier, J. (1995). Tecnologia da pedra lascada. Editions du CREP (Traduzido, revisado e ampliado por M. J. Rodet, e J. R. Machado, Belo Horizonte, 2017), Paris, França.
Iversen, J. (1956). Forrest clearence in the Stone Age. Scientific Americans, 194: 36-41
Laming-Emperaire, A. (1967). Guia para o estudo das indústrias líticas da América do Sul: Manuais de Arqueologia. CEPA, Curitiba, Brasil.
Lunardi, A. (2008). Experimental testing with polished green stone axes and adzes. En, “Technology and use”, Prehistoric Technology 40 Years Later: Functional Studies and the Russian Legacy, editado por L. Longo y N. Skakun, pp. 369-373. vol. BAR 1783, Oxford, Archaeopress.
Medina, M. E.; Balena, I.; Vázquez, E.; Coriale, N.; Pastor, S. (2019). Bosques, claros y cultivos: uma aproximación tecnológico-funcional a las hachas o azuelas líticas de las Sierras de Córdoba – Argentina. Latin American Antiquity, 30 (1): 142-157.
Mills, P. (1993). An Axe to Grind: Functional Analysis of Anasazi Stone Axes from Sand Canyon Pueblo Ruin (5-MT-765), Southwestern, Colorado. Kiva, 58(3), 393-413.
Pawlik, A. (2006). Analysis of two polished stone adzes from Ille Cave at El Nido, Palawan Island, Philippines. Hukay, 10, 38-109.
Politis, G., L. Prates & I. Pérez. (2008). El Poblamiento de América. Arqueología y Bio-antropología de los Primeros Americanos. Eudeba, Buenos Aires.
Prous, A.; Brito, M. E.; Lima, M. A. (1994). As ocupações recentes no vale do rio Peruaçu (MG). Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, 4: 71-94.
Prous, A.; Costa, F.; Alonso, M. (1996/1997). Arqueologia da Lapa do Dragão. Arquivos do Museu de História Natural – UFMG, 27/28: 139-210.
Rodrigues, F. N. (2016). Hands on! Exploratory Investigation of ‘Bumerangóides’: A Techno-Functional Approach to the Curved Bifacial Artefacts of South Brazil and Northeast Argentina. Dissetação de Mestrado Inédita. University of Exeter, Inglaterra.
Schmitz, P. I.; Barbosa, A. S.; Miranda, A. F.; Ribeiro, M. B.; Barbosa, M. O. (1996). Arqueologia nos Cerrados do Brasil Central – Sudeste da Bahia e Leste de Goiás: O Projeto Serra Geral. Instituto Anchietano de Pesquisas, São Leopoldo, Brasil.
Schmitz, P. I.; Wüst, I.; Copé, S. M.; Thies, U. M. E. (1982). Arqueologia do centro-sul de Goiás: uma fronteira de horticultores indígenas no centro do Brasil. Instituto Anchietano de Pesquisas, São Leopoldo, Brasil.
Stroulia, A. (2003). Ground Stone Celts from Franchthi Cave: A Close Look. Hesperia: The Journal of the American School of Classical Studies at Athens, 72(1), 1-30.
Takashi, T. (2012). MIS3 edge-ground axes and the arrival of the first Homo sapiens in the Japanese archipelago. Quaternary International, 248, 70–78.
Toth, N., D. Clark & G. Ligabuc. (1992). Los últimos fabricantes de hachas de piedra. Investigación y Ciencia, 192, 6-11.
Trías, M. C. (2007). Tallando la piedra: formas, funciones y usos de los útiles prehistóricos. Ariel, Barcelona, Espanha.
Wüst, I. (1883). Aspectos da ocupação pré-colonial em uma área do Mato Grosso de Goiás: tentativa de análise espacial. Dissertação de Mestrado Inédita. São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas: Universidade de São Paulo.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os autores que têm publicações nesta revista aceitam os seguintes termos:
a. Os autores reterão os seus direitos autorais e garantirão à revista o direito de primeira publicação do seu trabalho, que estará sujeito à Licença de Atribuição Creative Commons (Licencia de reconocimiento de Creative Commons), que permite que terceiros compartilhem o trabalho enquanto o seu autor e a sua primeira publicação nesta revista.
b. Os autores podem adotar outros contratos de licença não exclusivos para a distribuição da versão do trabalho publicado (por exemplo, depositá-lo num arquivo eletrônico institucional ou publicá-lo num volume monográfico), desde que a publicação inicial nesta revista seja indicada.
v. É permitido e recomendado aos autores que divulguem os seus trabalhos na Internet (por exemplo, arquivos telemáticos institucionais ou no seu site) antes e durante o processo de envio, o que pode levar a trocas interessantes e aumentar citações do trabalho publicado. (Veja El efecto del acceso abierto - O efeito do acesso aberto.)