O Gulag no horizonte totalitário

Exercício de cruzamento entre o testemunho de Solzhenitsyn e a interpretação de Arendt

Autores

  • Germán Ramos Universidad Nacional de General Sarmiento

Palavras-chave:

campos de concentração, Gulag, totalitarismo, filosofia política

Resumo

Este artigo analisa uma das questões mais polêmicas de Origens do totalitarismo, a saber: a justificativa para incluir o stalinismo na categoria de totalitarismo. Esta é uma questão controversa, pois, embora o livro de Arendt apresente um longo estudo dos antecedentes do anti-semitismo e do racismo nazista, não há equivalente no que diz respeito ao stalinismo. A chave para analisar essa questão é enfocar a implementação de campos de concentração, que são as instituições totalitárias fundamentais. E para isso, o testemunho de Alexander Soljenitsyn, autor do Arquipélago Gulag e Um dia na vida de Iván Denisovich, é essencial. A hipótese do artigo consiste em sustentar que a análise arendtiana que apresenta o stalinismo como forma de totalitarismo não se justifica pelo estudo dos antecedentes que permitiram sua cristalização, mas pela centralidade que os campos de concentração adquiriram em seu sistema. O que propomos é uma análise da obra de Soljenitsyn a partir das categorias apresentadas por Arendt em Origens do totalitarismo. Ao mostrar como essas categorias estão ligadas na obra de Soljenitsyn, podemos justificar nossa hipótese e mostrar que a inclusão do stalinismo como forma de totalitarismo é bem fundada.

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Referências

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Publicado

2022-09-20

Como Citar

Ramos, G. (2022). O Gulag no horizonte totalitário: Exercício de cruzamento entre o testemunho de Solzhenitsyn e a interpretação de Arendt. Pescadora De Perlas. Revista De Estudios Arendtianos, 1(1), 147–177. Recuperado de https://revistas.unc.edu.ar/index.php/pescadoradeperlas/article/view/35446