Editorial
Palavras-chave:
editorial, economia popular, conciencia social, numero 10Resumo
Esta edição da Revista nos encontra no meio de mudanças e celebrações profundas.
Faz cinco anos que a equipe da então Escola de Serviço Social (UNC) e a tenaz determinação de Nora Aquín, responsável pela gestão da revista, decidiram reimprimir a Consciência Social, desta vez em formato digital. Há cinco anos, juntamente com Nora, o Conselho Acadêmico e a Equipe Editorial foram constituídos sob o desejo e o compromisso de reabrir um espaço onde discussões, debates e novas questões no campo das Ciências Sociais e do Trabalho Social pudessem ser promovidos.
Hoje, estamos celebrando um novo ciclo de cinco anos e dez números da Revista Conciencia Social, no qual somos convidados - através de chamadas temáticas - a abordar algumas dessas questões que desafiam as intervenções profissionais, que desafiam as questões de nossa pesquisa e que pressionam as reflexões sobre nossas práticas. São cinco anos e dez questões nas quais ousamos colocar em palavras o que trabalhamos, pensamos, discutimos e construímos diariamente.
Esta celebração também nos encontra passando por profundas mudanças. Nossa querida Nora Aquín decidiu que era hora de delegar a tarefa de dirigir a revista, compartilhando conosco o enorme desafio de continuar este projeto que estava germinando a partir do impulso que ela lhe deu ao longo dos anos.
Ao mesmo tempo, juntamente com o crescimento de nossa Faculdade, a Revista aderiu ao Instituto de Política, Sociedade e Intervenção Social (IPSIS-FCS) que hoje nos abriga e nos coloca em diálogo com um número incontável de projetos de pesquisa, extensão e treinamento de pós-graduação. Esta dupla inscrição - sendo um diploma de Trabalho Social e sendo IPSIS - enriquece as vozes e pontos de vista com os quais a agenda da Revista é construída, nos liga com outro conjunto de atores institucionais e certamente nos permitirá fortalecer o compromisso de qualificar e tornar visíveis as produções daqueles de nós que fazem Trabalho Social e Ciências Sociais.
Litígios para o reconhecimento...
O tema desta décima edição nasce em meados do ano 2021, impregnado pelas lembranças daqueles atos que, há 20 anos, encenaram as urgências das necessidades diárias não resolvidas, a organização popular como resistência e re-existência, os direitos disputados nas panelas populares e nas ruas como espaços de reconhecimento e de construção do poder.
Lembramos que nosso país - durante aqueles anos antes e depois da crise de 2001 - foi o cenário de inúmeras experiências de outras economias; gerando em alguns casos, processos coletivos que hoje persistem e são fortalecidos nas organizações da Economia Popular.
É particularmente em contextos de crise - como os que estamos atravessando hoje - que as experiências dessas outras economias são reinstaladas em espaços territoriais, em agendas públicas e na vida cotidiana de grandes setores da população. Experiências que tanto tensionam como articulam o desafio de se tornar estratégias geradoras de renda, ao mesmo tempo em que questionam e resistem ao modo hegemônico de produção e acumulação capitalista. Foi a partir dessas lembranças que pedimos artigos que dessem voz e visibilidade aos múltiplos caminhos que as organizações da Economia Popular vêm construindo em um contexto no qual a disputa por outras formas de produzir, consumir e distribuir é essencial.
Este décimo número reúne uma série de artigos que, de diferentes perspectivas e pontos de entrada, contribuem para a conceituação, sistematização e reflexão sobre as experiências situadas da economia popular em nosso país, reconstruindo os processos organizacionais, os atores e suas relações, as disputas pelo poder e os vínculos tensos e necessários com a política estatal.
Da mesma forma, a Revista nos convida a uma emocionante jornada através da(s) noção(ões) de trabalho a partir de seus múltiplos significados, subjetividades, historialidades e configurações, enfatizando as complexidades com as quais estes trabalhos configuram a vida cotidiana, fazem a vida e a sociedade nos tempos contemporâneos.
Finalmente, a Entrevista nos dá - na primeira pessoa - reflexões feitas a partir da voz de um membro de uma organização social, produtiva e política do oeste da província de Tucumán, Argentina. No diálogo, nas perguntas, respostas e respostas a perguntas, uma série de afirmações, desafios e conhecimentos são entrelaçados a partir dessas formas cotidianas de trabalho e economias que as organizações constroem, sustentam e recriam.
Vinte anos após a crise de 2001, a situação atual nos remete a essas experiências de economia, de produção, de outras formas de trabalho e reprodução da vida; experiências de coletivos organizados que lutam pelo reconhecimento como trabalhadores, como produtores e também como atores políticos. Nas palavras de Nancy Fraser, "a "luta pelo reconhecimento" está rapidamente se tornando a forma paradigmática de conflito político no final do século 20". É nestas arenas e ao correr as margens que as organizações da Economia Popular estão entrando em cena para se constituírem como atores inescapáveis nas disputas sobre o mundo que queremos ser.
Referências
Fraser, Nancy (1995) ¿De la redistribución al reconocimiento? Dilemas de la justicia en la era «postsocialista». Artículo es una versión revisada de una conferencia pronunciada en la Universidad de Michigan en marzo de 1995.
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