A memória como fio condutor das narrativas indígenas

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Palavras-chave:

Narrativas indígenas brasileiras, memória, sequestro da literatura indígena, sistema literário brasileiro, educação

Resumo

Com o ingresso dos/as indígenas nas escolas e sua presença em outros lugares de comunicação, seus contos, suas rezas, seus cantos e outras formas narrativas de sua tradição oral passaram a ser escritas por eles/as próprios/as. Em relação à escrita literária indígena propriamente dita, suas histórias de hoje são narrativas de cunho cultural, histórico e testemunhal, com as lutas e os entraves sociais do passado e do presente, marcados pela presença da memória coletiva. Tendo em vista a necessidade de introdução à temática indígena no Brasil e a todos os problemas que ela envolve, neste texto traremos para a discussão aspectos referentes à cultura, à história, à educação e à literatura indígena em sua relação com os mesmos aspectos na sua face não indígena. Para a consecução desse primeiro objetivo, utilizamos o método bibliográfico, recorrendo a textos sobre educação, escrita e literatura indígena (Graúna e Guesse), antropologia (Baniwa e Ribeiro) e recepção de leitura (Adichie e Iser), concluindo sobre a necessidade de que as histórias sejam contadas/narradas, ouvidas e lidas sob perspectivas outras para além daquela postulada pelos não indígenas. Além disso, este texto analisará como os narradores/as indígenas se valem da memória para representar suas experiências ancestrais, tendo como corpora de análise O Karaíba, uma história do pré-Brasil, de Daniel Munduruku, tendo em vista sua função pedagógica junto, especialmente, ao público não indígena, ao reivindicar a necessidade de contar uma outra história do “descobrimento” do Brasil, desta feita, pelo olhar dos sujeitos, os/as indígenas, que já estavam na terra onde os portugueses chegaram, e a história A mulher que virou tatu/ Yuxabu yaixni, organizada por Eliane Camargo, passando antes pelo “sequestro” das narrativas indígenas do sistema literário brasileiro e também de parte da história brasileira. Para dar suporte à nossa leitura, utilizaremos, especialmente, os postulados de Campos, Candido, Jecupé, Krenak e Potiguara.

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Biografia do Autor

  • Rosana Cristina Zanelatto Santos, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)/CNPq/FUNDECT-MS

    Graduada em Letras/Câmpus de Araraquara pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1989), Mestrado em Letras (Literatura Portuguesa) pela Universidade de São Paulo (1995), Doutorado em Letras (Literatura Portuguesa) pela Universidade de São Paulo (1999) e Estágio Pós-Doutoral na Universidade de Brasília (2017). É Professora Titular da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Tem experiência na área de Letras, atuando principalmente nos seguintes temas: Literatura Brasileira, Literatura Portuguesa, Teoria da Literatura, Ficção e História, Violência e Horror. É bolsista de Produtividade em Pesquisa/CNPq, desenvolvendo a pesquisa intitulada “A difícil compreensão da memória na literatura indígena brasileira”. Foi Presidenta (2012-2013) da ABRAPLIP. Presidenta do Conselho Curador da Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura (FAPEC) (2018-2021). Atual Vice-Presidenta do Conselho Curador da Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura (FAPEC). Vice-Coordenadora do GT Literatura e Ensino da ANPOLL (2022-2023). Organizou 11 livros, além de colaborar com revistas brasileiras e estrangeiras. Orientou 48 dissertações e 7 teses. É líder do Grupo de Pesquisa do CNPq “Historiografia literária, cânone e ensino”.

  • José Fernando Rocha Graça, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

    Graduado o em Letras/Câmpus de Campo Grande da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2022). Cursa Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens (PPGEL) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, tendo como tema a ancestralidade e a memória em narrativas afro-brasileiras. Foi bolsista (CNPq) de Iniciação Científica durante dois anos, desenvolvendo a pesquisa intitulada “A memória como fio condutor das narrativas indígenas”.

Referências

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Publicado

2023-12-19

Como Citar

A memória como fio condutor das narrativas indígenas . (2023). Intersticipações De política E Cultura. Intervenções Na América Latina, 12(24), 13-39. https://revistas.unc.edu.ar/index.php/intersticios/article/view/42445