Violência territorial contra comunidades indígenas em Córdoba (Argentina)

Resumo

A par das lutas dos trabalhadores, mulheres, camponeses, grupos LGBTTIQ+, grupos afro, a luta dos povos indígenas em todo o continente tem existido e sido sustentada durante séculos. Desde a conquista espanhola, a despossessão territorial tem sido baseada num plano sistemático de apagamento/dominação física, material e simbólica dos nossos povos, primeiro marginalizados e subalternizados pela estrutura colonial e capitalista, e depois sem descontinuidade durante a formação do Estado nacional e provincial. No início deste século, as práticas e representações que reproduzem a violência colonial, heteronormativa, patriarcal e capitalista nos corpos-territórios das famílias e comunidades indígenas continuam, expressas em múltiplas e diversas formas de violência a que chamamos violência territorial. Estamos particularmente interessados em tornar visíveis e recuperar algumas experiências e reflexões sobre os processos e matrizes que sustentam esta Violência Territorial e que atravessam o corpo-território, posicionando-os a partir do nosso entendimento/sentimento/conhecimento e em diálogo com algumas das chaves propostas pelas perspectivas descoloniais e de género.