Editorial
Palavras-chave:
editorial, segundo especial, conciencia socialResumo
"Pode-se dizer, então, que as práticas permaneceriam no tempo pessoal dos sujeitos em treinamento como uma das marcas mais poderosas com relação à constituição de sua identidade profissional" (Acevedo e Peralta, 2010)
Durante anos, aqueles de nós que fazem parte da Carreira de Trabalho Social na UNC; temos nos perguntado - e ao mesmo tempo ensaiado possíveis respostas - sobre as maneiras de ensinar, aprender, fazer e saber como fazer nas práticas acadêmicas. Estas questões foram aprofundadas - juntamente com os debates disciplinares nacionais e latino-americanos - a partir da implementação de currículos que (re)significavam a prática como eixo central para o treinamento de graduação, em cenários e contextos de treinamento e intervenção cada vez mais complexos.
Nosso Currículo 2004 define as práticas acadêmicas como "um espaço central de aprendizagem em treinamento (...) elas são construídas como um espaço de aprendizagem didática que se caracteriza por um contato intencional com a realidade com um objetivo de aprendizagem, diferenciando-a da prática profissional"[1] Portanto, as práticas acadêmicas também se constituem em um tempo/espaço de conexão entre a Universidade e suas salas de aula com os diversos territórios, instituições, outros e outros.
É ali, nesses cruzamentos, onde se criam práticas, onde a sala de aula é um território particular de intervenção, criando propostas educativas sobre um conhecimento / fazer profissional; salas de aula atravessadas pelas desigualdades de nosso tempo e preenchidas pelas diversidades daqueles que as habitam; salas de aula onde os modos de ser e de ver o mundo se articulam a modos de pensar (se) como estudantes e professores de Serviço Social.
Ao mesmo tempo, os territórios - aqueles cenários fora da Universidade com seus protagonistas, lógicas, exigências, visões próprias sobre a profissão - são espaços poderosos de ensino e aprendizagem, onde diversos conhecimentos e feitos são colocados em diálogo, reconhecendo as diferentes perspectivas dos atores que convergem na construção de estratégias de ensino e aprendizagem da profissão.
Há pelo menos 20 anos, a então Escola de Serviço Social - através de suas equipes de gestão e ensino, referências institucionais, membros das organizações e estudantes - vem gerando espaços para discussões profundas sobre o lugar e as características das práticas de treinamento em graduação. Como resultado desses caminhos coletivos, das apostas institucionais e dos impulsos das cadeiras para escrever e refletir sobre nossa tarefa diária, nasceu esta edição especial da Revista Consciência Social; uma edição que chamamos de "Quando os territórios se tornam salas de aula". As práticas formativas no Serviço Social", e que foi gestacionado como um convite à pausa, a um momento específico para (re)pensar, retraçar e escrever novamente sobre os aprendizados, desafios e desejos sobre as práticas no Serviço Social, à luz das trajetórias e das novas demandas que estes tempos imprimem ao nosso conhecimento - know-how.
Esta questão toma forma em um momento de especial complexidade para nossos povos, cenários que cristalizam as maiores injustiças e desigualdades, enquanto nos convidam a redobrar as disputas culturais, políticas, epistêmicas sobre os sentidos e a necessidade de pensar e fazer diferentes maneiras de habitar o mundo. De nossos lugares - Universidade Pública e Serviço Social - é hora de fortalecer os compromissos éticos e políticos que nos moldam como profissão; também é hora de nos dar tempo para refletir e ouvir, para co-construir o aprendizado e as intervenções criativas, flexíveis e fundadas ao mesmo tempo. Estes são tempos para re-significar quais são os espaços, os caminhos, os processos através dos quais aprendemos e aprendemos fazendo a profissão: De que quadros ensinamos e aprendemos a profissão de Serviço Social? De que lentes construímos a realidade e a alteridade? E, fundamentalmente, com quem olhamos e construímos essa realidade e nossa profissão? Com que horizontes?
1] Documento do Plano de Estudo, 2004, p13. Escola de Serviço Social, Faculdade de Direito e Ciências Sociais. Universidade Nacional de Córdoba.
Referências
Documento Plan de Estudios, 2004, p13. Escuela de trabajo Social, Facultad de Derecho y Ciencias Sociales. Universidad Nacional de Córdoba.
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