A difusão de inovações na estratégia nacional de CT&I no brasil

Conteúdo do artigo principal

Luis Otávio Lucas
Diego Rafael de Moraes Silva

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar o documento mais recente da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) brasileira com vistas a identificar diretrizes relacionadas à promoção da difusão de inovações na economia nacional. Argumentamos que as instituições governamentais podem adotar políticas que promovam explicitamente a difusão, dentre as quais o fomento de um sistema de apoio técnico pode ser decisivo para que as inovações se propaguem de maneira mais ampla na economia. A partir da revisão da literatura teórica sobre a difusão, na qual foram consideradas a perspectiva da difusão de informações e a perspectiva evolucionária, apresentou-se o sentido da intervenção governamental, bem como o papel das instituições para a promoção da difusão. Na revisão do documento oficial da ENCTI, de forma geral, observamos que tópicos explicitamente relacionados à difusão têm sido negligenciados da agenda de política de ciência, tecnologia e inovação. Entretanto, interpretando a difusão como um processo amplo, tal como introduzido pela perspectiva evolucionária, a política para difusão pode ser identificada em conjunção com a de inovação. As principais diretrizes da ENCTI que afetam a difusão são aquelas voltadas para a criação de capacidades técnicas para o desenvolvimento autônomo de inovações, como o fomento à P&D e formação de recursos humanos. As diretrizes que podem ser interpretadas com um enfoque direto para a difusão estão relacionadas ao fortalecimento das instituições relacionadas à rede de apoio técnico às empresas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
Lucas, L. O., & de Moraes Silva, D. R. (2017). A difusão de inovações na estratégia nacional de CT&I no brasil. Administración Pública Y Sociedad (APyS), (4), 36–52. Recuperado de https://revistas.unc.edu.ar/index.php/APyS/article/view/18546
Seção
Dossier Temático

Referências

BEISE, Marian & RENNINGS, Klaus (2005). “Lead markets and regulation: a framework for analyzing the international diffusion of environmental innovations”. Ecological economics, 52(1), 5-17.

BLIND, Knut (2012). “The influence of regulations on innovation: A quantitative assessment for OECD countries”. Research Policy, 41(2), 391-400.

BRASIL (2008). RESOLUÇÃO Nº 1, DE 17 DE MARÇO DE 2008. Aprova as Diretrizes Gerais do Sistema Brasileiro de Tecnologia - SIBRATEC. Diário Oficial da União, 3 de Abril de 2008, Brasília, DF, Seção 1.

BRASIL (2016). Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2016-2019 (ENCTI). Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação, Brasília.

COOMBS, Rod; SAVIOTTI, Paolo & WALSH, Vivien. (1987) Economics and Technological Change. London: MacMillan.

CEPAL. (2010) A hora da igualdade: Brechas por fechar, caminhos por abrir. Nações Unidas, Santiago.

CATELA, Eva & PORCILE, Gabriel (2015). “Heterogeneidade estrutural na produtividade das firmas brasileiras”. In: INFANTE, R, MUSSI, C., ODDO, M. (org). Por um desenvolvimento inclusivo – O caso do Brasil. Nações Unidas: Santiago.

COHEN, Wesley & LEVINTHAL, Daniel (1989). “Innovation and learning: the two faces of R & D”. The Economic Journal, 99(397), 569-596.

COHEN, Wesley & LEVINTHAL, Daniel (1990). “Absorptive capacity: A new perspective on learning and innovation”. Administrative Science Quarterly, 35(1), 128-152.

DAVID, Paul (1986). “Technology diffusion, public policy, and industrial competitiveness”. In: Landau, R., & Rosenberg, N. (Eds.) The positive sum strategy: Harnessing technology for economic growth. National Academies Press.

DOSI, Giovanni ([1984] 2006) Mudança Técnica e Transformação Industrial. Clássicos da Inovação. Campinas: Editora da Unicamp.

EMBRAPII (2016). Relatório Anual 2016 Contrato Gestão EMBRAPII/MCTIC/MEC. Brasília: Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação.

FREEMAN, Christopher. (1987) “Diffusion: The Spread of New Technology to Firms, Sectors and Nations”. In: Heertje, Arnold. (ed.) Innovation, Technology and Finance. Basil Blackwell, European Investment Bank.

FOLADORI, Guillermo & INVERNIZZI, Noela (2016). “La regulación de las nanotecnologías: una mirada desde las diferencias EUA-UE”. Vigilância sanitária em debate: sociedade ciência & tecnologia, 4(2), 8-20.

FURTADO, André (2006) “Difusão Tecnológica: um debate superado?”. In: Pelaez, V; Szmrecsányi, Támas. (orgs.) Economia da Inovação Tecnológica. São Paulo: Hucitec.

FURTADO, André & CARVALHO, Ruy (2005). “Padrões de intensidade tecnológica da indústria brasileira: um estudo comparativo com os países centrais”. São Paulo em Perspectiva, 19(1), 70-84.

GRILICHES, Zvi (1957). “Hybrid corn: An exploration in the economics of technological change”. Econometrica, 25(4), 501-522.

IBGE (2007). Pesquisa de Inovação Tecnológica 2005 (PINTEC 2005). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro.

IBGE (2010). Pesquisa de Inovação Tecnológica 2008 (PINTEC 2008). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro.

IBGE (2013). Pesquisa de Inovação 2011 (PINTEC 2011). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro.

IBGE (2016). Pesquisa de Inovação 2014 (PINTEC 2014). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro.

KIM, Linsu ([1997] 2005). Da imitação à inovação: a dinâmica do aprendizado tecnológico da Coréia. Clássicos da inovação. Campinas: Editora da Unicamp.

KING, John; GURBAXANI, Vijay; KRAEMER, Kenneth McFARLAN, Warren, RAMAN, K. S., & YAP, C. S. (1994). “Institutional factors in information technology innovation”. Information systems research, 5(2), 139-169

MANSFIELD, Edwin (1961). “Technical change and the rate of imitation”. Econometrica, 29(4), 741-766.

MARQUES, Fabrício (2017). Financiamento em Crise. Revista Pesquisa Fapesp. Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br/2017/06/19/financiamento-em-crise/. Acesso em 01/11/2017.

MDIC (2017). MDIC instala Grupo de Trabalho que definirá Estratégia Nacional para a Indústria 4.0 no Brasil. Disponível em: http://www.mdic.gov.br/index.php/noticias/2640-mdic-instala-grupo-de-trabalho-quedefinira-estrategia-nacional-para-a-industria-4-0-no-brasil. Acesso em 01/11/2017

NELSON, Richard & WINTER, Sidney (1982). An evolutionary theory of economic change. Cambridge: Harvard Business School Press.

NELSON, Richard; PETERHANSL, Alexander & SAMPAT, Bhaven (2004). Why and how innovations get adopted: a tale of four models. Industrial and Corporate Change, 13(5), 679-699.

OECD (2016). OECD Science, Technology and Innovation Outlook 2016, OECD Publishing, Paris. http://dx.doi.org/10.1787/sti_in_outlook-2016-en

OSTER, Sharon, & QUIGLEY, John (1977). “Regulatory barriers to the diffusion of innovation: Some evidence from building codes”. The Bell Journal of Economics, 8(2), 361-377.

PACHECO, Carlos & ALMEIDA, Julio (2013). A política de inovação. Texto para discussão 219. Instituto de Economia Unicamp.

RYAN, Bryce & GROSS, Neal (1943). The diffusion of hybrid seed corn in two Iowa communities. Rural sociology, 8(1), 15-24.

ROGERS E., M. ([1962] 1983). Diffusion of innovations. New York: The Free Press.

RODRIGUEZ, Carlos; DINIZ, Eduardo & FERRER, Florencia (2007). “Influência governamental e estratégias institucionais na difusão de inovações em economias emergentes”. Revista de Administração de Empresas, 47(1), 10-21.

ROSENBERG, Nathan (1972). “Factors affecting the diffusion of technology”. Explorations in economic history, 10(1), 3-33.

ROSENBERG, Nathan ([1982] 2006). Por dentro da caixa-preta: tecnologia e economia. Campinas: Editora da Unicamp.

SCHUMPETER, J. ([1912] 1997). Teoria do Desenvolvimento Econômico. São Paulo: Editora Nova Cultural. SENAI (2017) Institucional – Estrutura. Disponível em: http://www.portaldaindustria.com.br/senai/institucional/estrutura/ Acesso em 18/12/2017.

SHAPIRA, Philip; YOUTIE, Jan; COX, Debbie; UYARRA, Elvira; GÖK, Abullah; ROGERS, Juan & DOWNING, Chris (2015). Institutions for Technology Diffusion. Technical Note. IDB-TN-832

SILVEIRA, Giovani (2001). “Innovation diffusion: research agenda for developing economies”. Technovation, 21(12), 767-773.

SILVERBERG, Gerald (1991). “Adoption and diffusion of technology as a collective evolutionary process”. Technological Forecasting and Social Change, 39(1-2), 67-80.

STONEMAN, Paul (2001). The economics of technological diffusion. Wiley-Blackwell.

STONEMAN, Paul & DIEDEREN, Paul (1994). “Technology diffusion and public policy”. The Economic Journal, 104(425), 918-930.

TEIXEIRA, André; ROSA, Andréia; RUFFONI, Janaina & RAPINI, Márcia (2016) “Dimensões da capacidade de absorção, qualificação da mão de obra, P&D e desempenho inovativo”. Revista Brasileira de Inovação, 15(1) 139-163.

UECHI, Cristina; OLIVEIRA, Cezar; CAMPAGNOLO, Jorge & VELHO, Sergio (2015). “Avaliação externa, sistema de monitoramento e indicadores do sistema brasileiro de tecnologia (SIBRATEC)”. Anais do VIII Congresso de Gestão Pública, Brasília, DF.

VIOTTI, Eduardo (2003). “Fundamentos e Evolução dos Indicadores de CT&I”. In: Viotti, E.; Macedo, M. (Org.), Indicadores De Ciência, Tecnologia e inovação no Brasil. Campinas: Editora da Unicamp.