Os bichos estão soltos: teatro e ditadura no Brasil pós-1964
Resumen
Teatro popular e teatro engajado são duas denominações, entre outras, que ganharam corpo por intermédio de um vivo debate que atravessou o final do século XIX e se consolidou no século XX. Seu ponto de convergência estava na tessitura das relações entre teatro e política ou mesmo entre teatro e propaganda. Para o crítico inglês Eric Bentley, o teatro político se refere tanto ao texto teatral como a quando, onde e como ele é representado. Este trabalho aborda a importância histórica da peça “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, de Ferreira Gullar e Oduvaldo Vianna Filho, como uma representação política de resistência à ditadura militar no Brasil. Enfatizo como característica fundamental desse musical, encenado em 1966 pelo Grupo Opinião, a mistura de tradições culturais, a predominância do que Eric Hobsbawm designa “canções funcionais” (canções de trabalho, músicas satíricas e lamentos de amor) e a produção/criação artística dos atores/cantores.
Descargas
Citas
ALBERTI, Verena História oral: a experiência do Cpdoc, Rio de Janeiro, Editora Fundação Getúlio Vargas, 1990.
CONTIER, Arnaldo Daraya “Edu Lobo e Carlos Lyra: o nacional e o popular na canção de protesto (os anos 60)”, in Revista Brasileira de História, São Paulo, Anpuh, v. 18, n. 35, 1998.
COSTA, Armando Opinião, Rio de Janeiro, Edições do Val, 1965.
COSTA, Iná Camargo A hora do teatro épico, Rio de Janeiro, Graal, 1996.
COUTINHO, Lis de Freitas “O Rei da Vela” e o Oficina (1967-1982): censura e dramaturgia, São Paulo, Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, 2011.
D’AVERSA, Alberto “Triunfa o jogo do bicho no Galpão”, in Diário de São Paulo, São Paulo, 02 out. 1966.
DAMASCENO, Leslie Hawkins Espaço cultural e convenções teatrais na obra de Oduvaldo Vianna Filho, Campinas, Editora da Unicamp, 1994.
FEITOSA, Dinacy Corrêa e MOREIRA NETO, Euclides Barbosa O teatro na obra de Ferreira Gullar: dois enfoques, São Luís, UFMA, 1980.
FRANCIS, Paulo “Novo rumo para autores”, in Revista Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, n. 1, 1965.
GOMES, Dias “O engajamento: uma prática de liberdade”, in Revista Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, Caderno Especial, n. 2, 1968.
GULLAR, Ferreira e VIANNA FILHO, Oduvaldo Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1966.
GULLAR, Ferreira. Entrevista publicada na revista Aula magna da UFRJ, Rio de Janeiro, Coordenadoria de Comunicação/Divisão de Mídias Impressas/UFRJ, 2006.
HOBSBAWM, Eric História social do jazz, 2. ed., Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1991
HOLLANDA, Heloisa Buarque de e GONÇALVES, Marcos Cultura e participação nos anos 60, 10. ed., São Paulo, Brasiliense, 1995.
ISHMAEL-BISSETT, Judith “Brecht e cordel: distanciamento e protesto em Se correr o bicho pega”, in Latin American Theatre Review, Kansas, v. 11, n. 1, 1977.
KÜHNER, Maria Helena e ROCHA, Helena Opinião, Rio de Janeiro, Relumé Dumará/Prefeitura, 2001.
MACIEL, Luiz Carlos “O bicho que o bicho deu”, in Revista Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, n. 7, 1966.
MICHALSKI, Yan Reflexões sobre o teatro brasileiro no século XX. (organização: Fernando Peixoto), Rio de Janeiro, Funarte, 2004.
NEVES, João das João das Neves: ciclo de palestras sobre o teatro brasileiro, 5, Rio de Janeiro, Inacen, 1987.
PRADO, Décio de Almeida “Se correr o bicho pega..., in Exercício findo: crítica teatral (1964-1968). São Paulo, Perspectiva, 1987.
RIDENTI, Marcelo Em busca do povo brasileiro: artistas da revolução, do CPC à era da TV, Rio de Janeiro, Record, 2000.
TINHORÃO, José Ramos “Um equívoco de Opinião”, in Música popular, São Paulo, Ed. 34, 1997.
WOLFF, Fausto “O bicho: começo de arte”, in Tribuna da Imprensa, Rio de Janeiro, 20 abr. 1966.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Los autores que publican en esta revista están de acuerdo con los siguientes términos:- Los autores conservan los derechos de autor y garantizan a la revista el derecho de ser la primera publicación del trabajo al igual que licenciado bajo una Creative Commons Attribution License que permite a otros compartir el trabajo con un reconocimiento de la autoría del trabajo y la publicación inicial en esta revista.
- Los autores pueden establecer por separado acuerdos adicionales para la distribución no exclusiva de la versión de la obra publicada en la revista (por ejemplo, situarlo en un repositorio institucional o publicarlo en un libro), con un reconocimiento de su publicación inicial en esta revista.
- Se permite y se anima a los autores a difundir sus trabajos electrónicamente (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su propio sitio web) antes y durante el proceso de envío, ya que puede dar lugar a intercambios productivos, así como a una citación más temprana y mayor de los trabajos publicados (Véase The Effect of Open Access).