Vivências dos pais frente ao luto perinatal

Resumo

Introdução: Quando uma gravidez é conhecida, além de iniciar uma nova vida, começam as ilusões e esperanças onde ninguém imagina um final diferente de um feliz. No entanto, algumas vezes, as gestações não terminam de maneira satisfatória e podem resultar na morte do filho no período perinatal de forma inesperada e repentina. Objetivo: Compreender as vivências dos pais frente ao processo de luto perinatal. Metodologia: Pesquisa qualitativa. Técnica de coleta de dados: entrevistas com pais que passaram por uma situação de morte perinatal ou neonatal em hospitais e clínicas da cidade entre as 22 semanas até os 28 dias de vida. Para a coleta dos dados foi utilizada a fonte primária de informação. A análise dos dados baseou-se na teoria da fenomenologia com amostragem de experiências e teórica até a saturação dos dados. Resultados: Os achados foram determinados em função dos objetivos específicos da pesquisa e organizados em duas grandes dimensões, de cada uma delas surgiram subcategorias, derivadas das narrativas, dos relatos e das observações. As dimensões são: vivências e emoções durante a etapa de luto, primeira categoria: a alegria e a emoção de ser pais; segunda categoria: o medo e a incerteza no vazio que se instala; terceira categoria: a solidão e a tristeza durante o luto. Segunda dimensão: experiências em relação ao cuidado recebido por parte dos profissionais de saúde durante o luto; primeira categoria: sentimentos encontrados em relação ao atendimento da equipe de saúde. Conclusões: Concluiu-se que os principais sentimentos expressos são culpa, tristeza, vazio, solidão, desolação e uma dor incomparável e devastadora, como eles próprios relataram. A morte do bebê desencadeou um surto emocional caracterizado pelo choque, dor e intensificação da sensação de solidão. Em relação ao atendimento dos profissionais de saúde, a maioria dos entrevistados se sentiu acolhida e acompanhada emocionalmente, embora apenas durante aquele momento.