“Ainda mais expostos à morte”. População em situação de rua, bio(geo)política e pandemia do Covid-19 no Brasil

Autores

  • Igor Martins Medeiros Robaina Universidad de Burgos y Universidade Federal do Espírito Santo.
  • Wesley Cândido Zinek Universidade Federal do Espírito Santo.

Resumo

O contexto da pandemia de Covid-19 gerou profundas transformações socioespaciais nas cidades em escala global. Além disso, as populações mais vulneráveis ​ têm sido as mais afetadas.Nesta reflexão, buscamos explicar como a população em situação de rua tem vivido seu cotidiano no período mais crítico da Pandemia de Covid-19 no Brasil. Assim, a partir da fundamentação teórica foucaultiana das noções de população, biopolítica, necropolítica, território e segurança, analisamos como se produziu a imposição de imperativos impossíveis a esse setor da população que historicamente apresenta seus corpos controlados, subsumidos e finalmente abandonados à morte. Porém, no biopoder, o antigo poder soberano agia direta e efetivamente sobre a morte do sujeito, enquanto atualmente nas ruas o abandona à morte, não lhe oferecendo cobertura, proteção, segurança e amparo social. No contexto das regulamentações com apelos como “cuidem-se; higienize-se adequadamente; mantenha o distanciamento social e fique em casa”, bem como as transformações na dinâmica da cidade, revelaram uma radicalização num quadro de abandono e exposição à morte da população em situação de rua no espaço urbano das cidades brasileiras.

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Biografia do Autor

  • Igor Martins Medeiros Robaina, Universidad de Burgos y Universidade Federal do Espírito Santo.

    Docente Investigador - Ayuda María Zambrano, Universidad de Burgos y Professor Adjunto da
    Universidade Federal do Espírito Santo.

  • Wesley Cândido Zinek, Universidade Federal do Espírito Santo.

    Universidade Federal do Espírito Santo.

Publicado

2023-08-01

Como Citar

“Ainda mais expostos à morte”. População em situação de rua, bio(geo)política e pandemia do Covid-19 no Brasil. (2023). Cardinalis, 20, 112-133. https://revistas.unc.edu.ar/index.php/cardi/article/view/42074