Colonialidade e silenciamento nos cânones literário e historiográfico brasileiros

Contenido principal del artículo

Fernanda Rodrigues de Miranda
Marcello Felisberto Morais de Assunção

Resumen

O artigo busca delinear a complexa relação entre a construção do cânone historiográfico e literário brasileiros e a produção de silenciamento/colonialidade, compreendendo assim o cânon como uma tecnologia de poder reprodutora da racialização. Para dar conta desta problemática dividimos o artigo em duas partes. Na primeira parte esboçamos como a fundação da disciplina da História esteve alicerçada no silenciamento sistêmico e na figura do White Savior, eixos fundamentais para a racialização da escrita da história, abordando também algumas alternativas. Em seguida, aprofundamos essa reflexão a partir da dimensão literária, repensando como a construção deste cânone silencia e mascara a imensa pluriversalidade das narrativas ficcionais/não-ficcionais, explorando assim como as narrativas dissidentes (negros e antirracistas) reorganizam o ordenamento do cânon.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Detalles del artículo

Sección
Dossier: La escritura de la historia y la crítica de la colonialidad

Citas

Andrews, G. R. (2007). América Afro-Latina, 1800-2000. São Carlos: EdUFSCar.

Araujo, V. L. y Rangel, M. de M. (2015). Apresentação – Teoria e história da historiografia: do giro linguístico ao giro ético-político. História da historiografia, 8 (17), 318-322.

Avila, A. R. (2016). “Povoando o presente de fantasmas”: Feridas históricas, passados presentes e as políticas do tempo de uma disciplina. Expedições: Teoria & Historiografia, Morrinhos, 7 (2), 189-209.

Avila, A. R. (2018). (In)disciplinando a historiografia: do passado histórico ao passado prático, da crise à crítica. Revista Maracanan, 18, 35-49.

Avila, A. R. (2019). O que significa indisciplinar a história? En A. L. Avila, F. Nicolazzi, y R. Turin (Eds.). A História (in)Disciplinada: Teoria, ensino e difusão de conhecimento histórico (pp. 16-41). Vitória: Editora Milfontes.

Azevedo, C. M. M. (1987). Onda Negra, Medo Branco: O Negro no imaginário das Elites - Século XIX. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Baniwa, G. (2022). Docência Indígena no Ensino Superior. 5º Seminário ERER nos currículos da UFRGS. Recuperado de https://www.youtube.com/watch?v=kQAsurFj9LY< (Consultado 5/10/2021).

Barbosa, A. C. (2018). Precisamos falar sobre o lugar epistêmico na teoria da História. Revista Tempo e Argumento, 10 (24), 88-114.

Benjamin, W. (1987). Magia e técnica, arte e política. Ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense.

Bernardino-Costa, J., Grosfoguel, R. y Maldonado-Torres, N. (Orgs.) (2019). Decolonialidade e pensamento afrodiásporico. Belo Horizonte: Autêntica Editora.

Bouteldja, H. (2017). Whites Jews, and Us: Toward a politics of revolutionary love. Cambridge: MIT Press.

Cezar, T. (2018). Ser historiador no século XIX. O caso Varnhagen. Belo Horizonte: Autêntica.

Chakrabarty, D. (2008). Al margen de Europa. Barcelona: Tusquets Editores.

Dalcastagnè, R. (2012). Um território contestado: literatura brasileira contemporânea e as novas vozes sociais. Iberic@ l Revue d’études ibériques et ibéro-américaines, 2, 13-17.

Falcon, F. J. C. (2002). Historicismo: antigas e novas questões. História Revista, 7 (1/2), 23-54.

Fanon, F. (2021). Pele negra, máscaras brancas. São Paulo: Ubu Editorial.

Faustino, D. (2015). “Por que Fanon? Por que agora?”: Frantz Fanon e os fanonismos no Brasil (Tese de Doutorado). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.

Fontana, J. (1994). Europa ante el espejo. Barcelona: Crítica.

Glissant, É. (2005). Introdução a uma poética da diversidade. Juiz de Fora: Editora UFJF.

Glissant, É. (2010). El discurso antillano. Habana: Casa de las Américas.

Grosfoguel, R. (2013). Racismo/sexismo epistémico, universidades occidentalizadas y los cuatro genocidios/epistemicidios del largo siglo XVI. Tabula Rasa, 19, 31-58.

Grosfoguel, R. (2016). A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Revista Sociedade e Estado, 31 (1), 25-49.

Hartman, S. (2021). Perder a mãe: Uma jornada pela rota atlântica da escravidão. Rio de Janeiro: Bazar do tempo.

Iggers, G. G. (1995). Historicism: The History and meaning of the term. Journal of The History of Ideas, 56 (1), 129-152.

Jara, R. y Talens, J. (1987). “Comparatismo y semiótica de la cultura: función de la crítica y recanonización”. Eutopías: teorías/historia/discurso, 2-3 (3), 5-17.

Jesus, C. M. de J. (2021). Casa de Alvenaria. São Paulo: Cia das Letras.

Kelley, R. (2002). Freedom Dreams. The Black Radical Imagination. Boston: Beacon Press.

Maldonado-Torres, N. (2021). Notes on decolonizing philosophy: Against epistemic extractivism and toward the abolition of the canon. Hispanic/Latino Issues in Philosophy, 21 (1), 11-15.

Moura, C. (1990). As injustiças de Clio: O negro na historiografia brasileira. Belo Horizonte: Oficina de Livros.

Nyong’o, T. (2018). Afro-fabulations: The queer drama of Black life. New York: NYU Press.

Oliveira, L. H. S. y Rodrigues, F. (2016). Panorama editorial da literatura afro-brasileira através dos gêneros romance e conto. Em Tese, 22 (3), 90-107.

Oliveira, M. G. (2018). Os sons do silêncio: interpelações feministas decoloniais à história da historiografia. História da Historiografia, 11 (28), 104-140.

Oliveira, M. G. (2022). Quando será o decolonial? Colonialidade, reparação histórica e politização do tempo. Caminhos da História, 27 (2), 58-78.

Pereira, A. K. (2021). Escritas insubmissas: indisciplinando a História com Hortense Spillers e Saidiya Hartman. História da Historiografia, 14 (32), 509-534.

Perpétua, E. D. (2000). Traços de Carolina Maria de Jesus: gênese, tradução e recepção de Quarto de Despejo. Tese de Doutorado, Belo Horizonte: UFMG.

Quijano, A. (2005). Dom Quixote e os moinhos de vento na América Latina. Estudos Avançados, 19 (55), 9-31.

Ramose, M. B. (2011). Sobre a Legitimidade e o Estudo da Filosofia Africana. Tradução: Dirce Eleonora Nigro Solis, Rafael Medina Lopes, Roberta Ribeiro Cassiano. Ensaios Filosóficos, 4, 6-23.

Rangel, M. (2019). A urgência do ético: O Giro ético-político na teoria da história e na história da historiografia. Ponta de Lança, 13 (25), 26-46.

Reis, R. (1994). Preguiça pastosa – repensando o cânon literário brasileiro. Santa Barbara Portuguese Studies, 1, 122-139.

Reis, R. (1992). Cânon. En J. L. Jobim (Org.), Palavras da crítica. Tendências e conceitos no estudo da Literatura (pp. 65-92). Rio de Janeiro: Imago.

Sanjay, S. (2013). Razão ou Raciocínio? Clio ou Shiva? História da Historiografia, 11, 173-189.

Silva, D. F. (2019). A dívida impagável. São Paulo: Oficina de Imaginação Política e Living Commons.

Schmidt, M. A. M. S. (2012). História do ensino de História no Brasil: Uma proposta de periodização. Revista História da Educação, 16 (37), 73-91.

Varnhagem, F. A. (1854). História geral do Brasil, isto é, do descobrimento, colonização, legislação e desenvolvimento deste estado, hoje império independente, escrita em presença de muitos documentos autênticos recolhidos nos arquivos do Brasil, de Portugal, da Espanha e da Holanda: por um sócio do Instituto Histórico do Brasil, natural de Sorocaba. Tomo II. Rio de Janeiro: E. e H. Laemmert.

Wynter, S. (1995). 1492: A New World View. En V. L. Hyatt y R. Nettleford (Orgs.) Race, Discourse, and the Origin of the Americas. A New World View (pp. 5-57). Washington: Smithsonian Institution Press.

Wynter, S. (2003). Unsettling the Coloniality of Being/Power/Truth/Freedom: Towards the Human, After Man, Its Overrepresentation- An Argument. CR: The New Centennial Review, 3 (3), 257-337.