O colonialismo português e os usos da antropologia em Moçambique

Autores

  • Juan Emilio Ortíz Universidade Nacional de Rosário

DOI:

https://doi.org/10.31048/1852.4826.v14.n3.34588

Palavras-chave:

Antropologia, Colonização, Mozambique, Portugal, Racismo, Essencialismo

Resumo

O presente trabalho estuda os usos da antropologia durante a ocupação portuguesa de Moçambique. Aí será possível analisar os excessos a que conduziu uma antropologia essencialista herdada do racismo moderno, mas também será possível ver um uso dela que permitiu questionar esta situação e possibilitar novas perspetivas e processos. A análise se propõe a indicar as bases de um método que evita o uso idealista do conhecimento e consegue favorecer reviravoltas mínimas, mas essenciais, nos dispositivos governamentais. Para além da perspectiva histórica do trabalho, constitui um estudo de caso metodológico que pode orientar a intervenção de outros profissionais da antropologia e das ciências sociais empenhados (e muitas vezes convocados por várias organizações) para estudar os problemas do nosso presente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Althusser, L. (1988)Ideología y aparatos ideológicos del Estado. Freud y Lacan, NuevaVisión, Buenos Aires, 1988.

De Bragança, A; O’ LAUGHLIN, B. (1996) “O trabalho de Ruth First no Centro de Estudos Africanos” Estudos moçambicanos, no. 14, pp. 113-126.

Avelar, I. (2017) “Escenas decibles, escenas indecibles. Raza y sexualidad en Gilberto Freyre.” Cuadernos de Literatura. Vol. XXI, N° 42.

Badiou, A. (2002) Condiciones. Siglo XXI: Buenos Aires.

Cahen, M. (2015). “Seis teses sobre o trabalho forçado no império português continental em África”, Revista África, nº 35, p. 129-155.

Cahen, M. (2005) “Luta de emancipação anti-colonialou movimento de libertação nacional?Processo histórico e discurso ideológico –o caso das colónias portuguesase de Moçambique, em particular” Africana studia. VIII.

Cahen, M. (2015) “Pontos comuns e heterogeneidade das culturas políticas nos palops – um ponto de vista pos-poscolonial.” História: Questões & Debates, Curitiba, volume 62, n.1.

Castelo, C. (2008).“O Outro no labirinto imperial: orientalismo e lusotropicalismo”. In Globalização no divã, Blanes, Ruy; Carmo, Renato & Melo, Daniel (eds.), Lisboa, Editora Tinta-da-China, 2008, pp. 295-315.

Castelo, C. (2011) “Uma incursão no lusotropicalismo de Gilberto Freyre”Blogue de História Lusófona. Ano VI.

Farrán, R. (2021) La razón de los afectos. Populismo, feminismo, psicoanálisis. Prometeo: Buenos Aires.

Farré, A. (2015) “Las Mujeres y el Mito de la Agricultura de Subsistencia. De la exportación de alimentos a la dependencia alimentaria en el sur de Mozambique” Cadernos de Estudos Africanos, núm. 29, enero-junio, 2015, pp. 30-58

Foucault, M. (1999). Estética, ética y hermenéutica. Paidós: Buenos Aires.

Fry, P. (2003) “Culturas da diferença: séquelas das políticas coloniais portuguesas e británicas na África austral”Afro-Ásia, 29/30, pp. 271-316.

Hegel, G.W.F. (2009) Filosofía del Derecho. Editorial Claridad: Buenos Aires.

Macagno, L. (2009) “Fragmentos de uma imaginação nacional”RBCS Vol. 24 no 70 junho

Macagno, L. (2009) “The birth of cultural materialism? A debate between Marvin Harris and António Rita-Ferreira”

Macagno, L. (2015) “Antropólogos na “África portuguesa”: história de uma missão secreta”

Macagno, L. (2019) A invenção do assimilado. Paradoxos do colonialismo em Moçambique. Edições Colibri: Lisboa.

Meneses, M.. (2018). “Colonialismo como violência: a ‘missão civilizadora’ de Portugal em Moçambique”, Revista Crítica de Ciências Sociais, número especial, pp. 115-140.

Muñido, F. (1949), “La orientación etnológica en el proyecto definitivo de código penal para indígenas de Mozambique” Cuadernos de Estudios Africanos.Número 6.

Rosas, F. (2018) História a História: Africa. Edições Tinta da China: Lisboa.

Pereira, R. (2016) “Recortar, dividir, segmentar: saberes coloniales y su extensión poscolonial en Mozambique.” Revista de Antropología Social. Ediciones Complutense.

Said, E. (2008) El orientalismo. Debolsillo: Barcelona.

Sumich, J. (2010) “Partido fuerte, ¿Estado débil?: Frelimo y la supervivencia estatal a través de la guerra civil em Mozambique”Revista de estudios sociales N° 37. Universidad de Los Andes.

Texeira, N. (1987). “Política externa e política interna no Portugal de 1890: o Ultimatum Inglês”, Análise Social, vol. XXIII, nº 98, pp. 687-719.

Vilensky, A. (1968) “El proceso asimilacionista hasta la reforma legislativa del bienio 1961/1962”Tendencias de la legislación ultramarina portuguesa en África. Editorial Pax: Braga.

WALLERSTEIN, I. (2006) Abrir las ciencias sociales.Siglo XXI Editores:México.

Zamparoni, V. (2007). De escravo a cozinheiro: Colonialismo & racismo em Moçambique. Editora da Universidade Federal da Bahia: Salvador

Publicado

2021-12-27

Como Citar

Ortíz, J. E. (2021). O colonialismo português e os usos da antropologia em Moçambique. Revista Del Museo De Antropología, 14(3), 237–252. https://doi.org/10.31048/1852.4826.v14.n3.34588

Edição

Seção

Antropología Social