Ativação de práticas comunitárias entre o início, a pandemia e depois

Resumo

Este artigo tem como objetivo sistematizar e socializar os primeiros seis anos de implementação de práticas comunitárias no pólo de Santa Rosa da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Nacional de La Pampa. O estimulante, mas sinuoso caminho iniciado foi atravessado pelo cenário pandémico, pela crise económica e política do nosso país, pelo avanço sustentado dos valores neoliberais que corroem as apostas colectivas por uma maior justiça social, inclusão e equidade baseadas nos direitos humanos e no feminismo. 
Hoje, mais do que nunca, nós que fazemos e defendemos a universidade pública compreendemos o seu lugar nodal na articulação e ligação vital à sociedade em que se insere. Nesse sentido, é urgente a estratégia de fortalecer suas linhas de extensão e vínculos sócio-comunitários para reforçar caminhos de diálogo, trabalho e projetos com (outros) territórios, bem como com aqueles setores sociais que sofrem persistentemente o ataque e o aprofundamento de suas desvantagens históricas. O poder pedagógico de impacto social deste tipo de experiências baseia-se em processos que se desenvolveram ao longo do tempo e que, em cada momento, tiveram de enfrentar diferentes tipos de dificuldades. 

Nesta tarefa de recuperação e síntese, faço primeiro uma breve apresentação do enquadramento institucional do Programa de Estágios Comunitários na nossa faculdade. Em seguida, percorro as principais apostas que foram dadas para dar a conhecer e atuar essas práticas na/da sede de Santa Rosa entre 2017 e 2023 como dimensões do processo de sua implementação. Encerro considerando as aprendizagens, desafios e projeções no atual contexto de adversidade sofrido pela universidade pública como um todo, que nos obriga a insistir e resistir a partir das salas de aula e dos diferentes territórios.