Desenvolvimento neoliberal, capital transnacional e o papel do direito: breve análise do caso Chevron no Equador

Conteúdo do artigo principal

Vitor de Souza Costa
Daniel Maurício de Aragão

Resumo

A aceleração da transnacionalização do capital nas últimas décadas foi sustentada pela difusão e aplicação de um modelo de desenvolvimento de base neoliberal, além de ajustes no campo do direito como forma de garantir a acumulação de capital e a impunidade de empresas em violações de direitos humanos, incluídos os ambientais. O artigo se apoia em pesquisa bbliográfica e pesquisa de campo com entrevistas e discute conceitos como neoliberalismo, disciplinamento neoliberal, supremacia, lex mercatoria e novo constitucionalismo. Com base no caso Chevron no Equador, o artigo objetiva analisar como se estabelecem a transnacionalização de empresas, as violações de direitos humanos e a impunidade. Observa, assim, as contradições e tensões no Equador desde a década de 1990 referente às ações da Chevron no país, com destaque para o papel dos governos no Equador, de movimentos e organizações sociais.na tentativa de enfrentar as limitações jurídicas para a efetiva condenação da Chevron. Observa, assim, o contexto político e econômico que permitiu a ação da Chevron no país e os avanços e retrocessos na luta por justiça dentro e fora do Equador.

Detalhes do artigo

Como Citar
Desenvolvimento neoliberal, capital transnacional e o papel do direito: breve análise do caso Chevron no Equador. (2020). Administración Pública Y Sociedad (APyS), 9, 6-31. https://revistas.unc.edu.ar/index.php/APyS/article/view/28841
Seção
Dossier Temático

Como Citar

Desenvolvimento neoliberal, capital transnacional e o papel do direito: breve análise do caso Chevron no Equador. (2020). Administración Pública Y Sociedad (APyS), 9, 6-31. https://revistas.unc.edu.ar/index.php/APyS/article/view/28841

Referências

ANDERSON, Perry (1995). Balanço do neoliberalismo. En: SADER, Emir; GENTILI, Pablo (Ed.). Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático (pp. 9-23). Rio de Janeiro: Paz e Terra.

BRAND, Ulrich (2005). “Order and regulation: Global Governance as a hegemonic discourse of international politics?”. Review Of International Political Economy, v. 12, n. 1, p.155-176

BRIEGER, Pedro (2018). Ecuador: cuando el mundo conoció “la mano sucia de Chevron”. Disponível em: <https://bit.ly/2VDLQZk>. Acesso em: 16 abr. 2020.

BUTLER, Eamonn (2014). A Short History of The Mont Pelerin Society. Disponível em: <https://bit.ly/2Sa5vid>. Acesso em 15 dez. 2019.

CHESNAIS, François (1996). A mundialização do capital. São Paulo: Xamã.

CONAIE, Confederación de Nacionalidades Indígenas del Ecuador (2017). Resoluciones del Consejo Ampliado de la CONAIE. Disponível em: <https://bit.ly/359xXVS>. Acesso em: 14 abr. 2020.

CORREA, Rafael (2012). “Ecuador's Path”. New Left Review, n. 77, p.88-104.

COX, Robert (2007). Gramsci, Hegemonia e Relações internacionais. Um Ensaio sobre o Método. En: GILL, Stephen. Gramsci: materialismo histórico e relações internacionais. Rio de Janeiro: Editora UFRJ.

CUTLER, A. Claire (2006a). “Gramsci, Law, and the Culture of Global Capitalism”. Critical Review of International Social and Political Philosophy. vol. 8, n. 4, pág. 527-542. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1080/13698230500205227>.

CUTLER, A. Claire (2003). Private Power and Global Authority: transnational merchant law in the global political economy. Transnational Merchant Law in the Global Political Economy. Cambridge: Cambridge University Press.

CUTLER, A. Claire (2006b). Transnational Business Civilization, Corporations, and the Privatization of Global Governance. En: MAY, Christopher et al. Global Corporate Power (pp. 199-225). Boulder: Lynne Rienner Publisher.

DIÁLOGO entre el Gobierno del Ecuador y movimientos indígenas (2019). Quito: RT en vivo. (62 min.), son., color. Disponível em: <https://bit.ly/3cQJcp6>. Acesso em: 12 abr. 2020.

ECOSOC, Economic And Social Council (2005). Updated Set of principles for the protection and promotion of human rights through action to combat impunity. Disponível em: <https://bit.ly/2TyHkdE>. Acesso em: 09 mar. 2020.

ECUADOR, República del (2008). Constitución de la República del Ecuador. Disponível em: <https://bit.ly/3bH1yZk>. Acesso em 10 abr. 2020.

ECUADOR, República del. Ministério de Ambiente del ([201?]a). Ecuador mostró al mundo la «mano sucia» de Chevron. Disponível em: <https://bit.ly/3aEy7Ww>. Acesso em: 16 abr. 2020.

ECUADOR, República del ([201-?]b). Ministerio de Relaciones Exteriores y Movilidad Humana del. Cónsules del Ecuador respaldan campaña “La Mano Sucia de Chevron”. Disponível em: <https://bit.ly/2xaKVX7>. Acesso em: 16 abr. 2020.

FRIEDMAN, Milton (1951). Neo-Liberalism and its Prospects. Disponível em: <https://hvr.co/2Q0VKAp>. Acesso em: 16 set. 2019.

GILL, Stephen (2008). Power and Resistance in the New World Order. 2nd edition. New York: Palgrave Macmillan.

GONÇALVES, Rodrigo Santaella (2020). “Teoria do subsolo: aportes bolivianos à teoria democrática”. Tensões Mundiais, Fortaleza, v. 30, n. 16, p. 45-68.

GUAMÁN, Adoración; MORENO, Gabriel (2018). Empresas transnacionales y Derechos Humanos: la necesidad de un Instrumento Vinculante. Albacete: Editorial Bomarzo.

GUERRA, Alexandre et al (2017). Poder e Corrupção do Capitalismo. São Paulo: Fundação Perseu Abramo.

HARVEY, David (2006). “Neo-Liberalism as Creative Destruction”. Geografiska Annaler: Series B, Human Geography, Suécia, v. 88, n. 2, p.145-158.

HARVEY, David (2014). O neoliberalismo: história e implicações. 5ª ed. São Paulo: Edições Loyola.

HIRSCH, Joachim (2010). Teoria Materialista do Estado. Rio de Janeiro: Revan.

LANG, Miriam (2019). Vitória Histórica do Movimento Indígena no Equador. Boletim do Observatório da Diversidade Cultural, Belo Horizonte, v. 85, n. 05, p.29-35, set./out. 2019. Disponível em: https://bit.ly/2xxdn5g. Acesso em: 24 mar. 2020.

“LENÍN Moreno decreta estado de excepción tras paro nacional” (2019). Metro Ecuador. Disponível em: <https://bit.ly/2EXNMTF>. Acesso em: 27 dez. 2019.

OQUENDO, Catalina; TORRADO, Santiago (2019). “Decretado toque de recolher em Bogotá depois de protestos em massa”. El País. Disponível em: <https://bit.ly/2rxHh6K>. Acesso em 27 dez. 2019.

PERELMAN, Michael. How Economics bolstered power obscuring it (2015). In: BUXTON, Nick;

DUMONTIER, Madeleine Bélanger (Ed.). State of Power 2015: An annual anthology on global power and resistance (pp. 87-98). Amsterdam: The Transnational Institute.

(Disponível em: <https://www.tni.org/en/stateofpower2015#contents>. Acesso em: 08 Jan. 2017).

PIGRAU, Antonio (2014). “The Texaco-Chevron Case in Ecuador: Law and Justice in the Age of Globalization”. Revista Catalana de Dret Ambiental, Catalunha, Espanha, v. 5, n. 1, p.1-43.

PORTA, Lelio La. Coerção (2017a). En: LIGUORI, Guido; VOZA, Pasquale. Dicionário Gramsciano

(pp.127-9). São Paulo: Boitempo.

“SEBASTIÁN Piñera decreta estado de exceção no Chile” (2019). Diário da Causa Operária. Disponível em: <https://bit.ly/2ZwpBos>. Acesso em 27 dez. 2019.

UDAPT, Unión de Los Afectados Por Las Operaciones Petroleras de Texaco (2018). Contaminación de Chevron-Texaco. Disponível em: <https://bit.ly/3bztoqQ>. Acesso em: 05 fev. 2020.

VALE S.A. (Brasil) (2019). Departamento de Relações Com Investidores. Composição Acionária. Disponível em: <https://bit.ly/2EJKrrw>. Acesso em: 30 maio 2019.

YANZA, Luis (2014). Las voces de las víctimas. 2. ed. Nueva Loja: UDAPT; INREDH.

ZUBIZARRETA, Juan Hernández; RAMIRO, Pedro (2016). Against the "lex mercatoria": proposals and alternatives for controlling transnational corporations. Bilbao: Icaria Editorial.