Talleres de expresión en contextos de privación de libertad

Extensión universitaria desde un abordaje no directivo junto a jóvenes en Salta

Resumo

Este artigo sistematiza a experiência do projeto de extensão universitária “Oficinas de expressão com papel e tecidos com jovens e adolescentes” da Faculdade de Humanidades da Universidade Nacional de Salta, desenvolvido no Centro de Atendimento a Jovens em Conflito com a Lei Penal (CAJ), um centro de detenção para adolescentes do sexo masculino de 15 a 17 anos. Desde 2017, o projeto emprega uma metodologia não-diretiva que permite um espaço de expressão autónomo, colaborativo e cooperativo, onde os interesses e experiências dos jovens estão no centro do processo de aprendizagem.
Nas oficinas, a ocupação do espaço-tempo e a manipulação de materiais como papel, tecidos e cores permitem que os jovens explorem e construam significados pessoais e sociais, abordando questões relacionadas às suas vivências, seus processos criminais, seus vínculos familiares, seus pertences de vizinhança, suas expectativas para o futuro, entre outros. 
A sistematização desta experiência de extensão permite-nos evidenciar as potencialidades desta metodologia, bem como as tensões que se geram na sua aplicação em contextos de maior controlo institucional. As práticas não-diretivas encontram obstáculos nas estruturas disciplinares do CAJ, o que coloca desafios à construção de um espaço de aprendizagem livre e criativo.
Esta reflexão reafirma o papel da extensão como ferramenta que permite a produção de conhecimento situado, bem como a sua importância na construção de espaços de aprendizagem significativos, e o seu potencial para construir pontes entre a universidade, os seus membros e os jovens em contextos de privação de liberdade.