Construindo a partir do comum: ações transitadas em um processo de pesquisa de doutorado
Palavras-chave:
Pesquisa-Ação Participativa, diálogo de saberes, etnografia colaborativa, coconstrução do conhecimentoResumo
Neste artigo, compartilhamos a sínteses de uma experiência de seis anos de trabalho colaborativo e coconstrução do conhecimento que fez parte de um processo de pesquisa de doutorado. Nesse processo, participaram autoridades e famílias da Comunidade Originaria kolla Kondorwaira de Potrero de Castilla, município y departamento La Caldera, província de Salta, Argentina, também como pesquisadoras do grupo Planificación Energética y Gestión Territorial, do Instituto de Investigaciones en Energía No Convencional, Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas, Universidad Nacional de Salta (PEyGeT/INENCO/CONICET/UNSA).
O processo de pesquisa doutoral passou por vários estágios: incluindo o compartilhamento de uma certa curiosidades para nos conhecermos, a busca por objetivos comuns de trabalho, a identificação de problemas vivenciados e possíveis alternativas de solução, a criação de ferramentas que facilitem o trabalho colaborativo, até a consolidação de um relacionamento de confiança, compromisso, afeto e carinho que continua vigente até hoje.
A partir de uma perspectiva transdiciplinar, que reconhece diversos espaços para produção do conhecimento, realizada por meio de uma abordagem metodológica em consonância com a Pesquisa-Ação Participativa, o diálogo de saberes e a etnografia colaborativa, não apenas obtivemos a produção de uma tese de doutorado, mas também outros resultados (tangíveis e intangíveis) que fazem parte do que chamamos de plataforma espiralada de trabalho colaborativo.
Consideramos essa experiência como outra forma de fazer científico, onde o processo de pesquisa apostou na geração de conhecimentos coletivamente construídos entre uma comunidade indígena e a academia. Valorizamos ambas formas de gerar conhecimento, reconhecendo que sua complementariedade contribui de maneira positiva para resolução de problemas específicos, bem como para construção de futuros comuns possíveis que se desenhem com justiça e dignidade.
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