Das precariedades da política alimentar argentina. Contribuições para uma transição crítica e na perspectiva da ação coletiva

Resumo

Este texto pretende analisar a política alimentar da Argentina desde a perspectiva da ação coletiva no processo político. Inicialmente, são apresentadas reflexões ao redor dos conceitos que  de maneira dominante  fundamentam a configuração da política alimentar e que corporizam sua assimilação acrítica. Em seguida, reconhecendo a irrupção do modelo agroindustrial, identifica-se a emergência de atores com conflitos de interesse que se inserem na arena política a fim de fazer prevalecer seus interesses setoriais contra as tentativas de regulamentação  alimentar. Por fim, reconhece-se que a abordagem teórica das Coalizões Promotoras incorpora uma ruptura com os modelos consensuais, ao se constituir em uma alternativa de leitura a partir da promoção de mudanças nas políticas lideradas pela sociedade civil. Desta forma, é chamada a rever os perfis das políticas alimentares pragmáticas para as de base sistêmico-integral, com potencial transformador e crítico do  entorno alimentar. O objetivo do artigo é recuperar abordagens teóricas que, tanto da saúde pública quanto da ciência política, reclamam uma compreensão sistêmica dos problemas alimentares no contexto das economias neoliberais e no marco de um regime alimentar corporativo.