A designação dos estabelecimentos comerciais na cidade fronteiriça de Bagé

Autores/as

  • Sara dos Santos Mota Universidade Federal do Pampa
  • Natieli Luiza Branco Universidade Federal do Pampa
  • Vinicios Lima Ferreira Universidade Federal do Pampa

Palabras clave:

língua espanhola, designação, fronteira Brasil-Uruguay, enunciação, comércio

Resumen

Este trabalho objetiva analisar a presença e a circulação da língua espanhola na cidade de Bagé, no estado do Rio Grande do Sul, situada na faixa de fronteira Brasil-Uruguay por meio do funcionamento das designações dos estabelecimentos comerciais. Para tal, filiamo-nos à Semântica do Acontecimento (Guimarães, 2005a) em interface com a Análise de Discurso de linha francesa (Orlandi, 2009). Na análise dos nomes em espanhol, percebemos o funcionamento de um memorável nas dez designações que, nas cenas enunciativas no espaço da cidade, significam as relações sociais e o território compartilhado historicamente por esses sujeitos que habitam a fronteira, marcando a presença da língua espanhola como parte da identificação dos lugares e dos sujeitos em circulação na cidade.

Referencias

Bär, E. C. R., & Sturza, E. R. (2017). A designação dos estabelecimentos comerciais na cidade fronteiriça de Uruguaiana: interface português e espanhol. PERcursos Linguísticos, 7 (14), 563–583. https://periodicos.ufes.br/percursos/article/view/15607

Bastianello, E. M. T. (2010) Os monumentos funerários do Cemitério da Santa Casa de Caridade de Bagé e seus significados culturais: memórias pública, étnica e artefactual (1858-1950). Dissertação de Mestrado, Instituto de Ciências Humanas, Universidade Federal de Pelotas.

Bica, A. C. (2017). Uma miragem sobre o processo de formação do município de bagé no contexto riograndense e fronteiriço. Estudios Históricos, 18, 1688–5317. https://estudioshistoricos.org/18/eh1832.pdf

Bittencourt-Francisco, J. (2021). Os “turcos” estão chegando: os imigrantes sírios e libaneses em Bagé. In G. F. Andrade, M. M. Padoin & C. Ismério (Orgs.), História de Bagé: novos olhares (pp. 366-386). Texto e Contexto.

Cais Soler, S. (2017). La ventana de la arquitectura tradicional: un mecanismo de iluminación, ventilación, protección, comunicación, relaciones sociales, etc. http://hdl.handle.net/10251/102437

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (1998). https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

Dias, C. (2016) A materialidade digital da mobilidade urbana: espaço, tecnologia e discurso. Línguas e Instrumentos Linguísticos, 37, 157-175. http://www.revistalinguas.com/edicao37/edicao37.pdf#page=157

Dorfmam, A., & Betancor, G. T. R. (2005). Regionalismo fronteiriço e o “Acordo para os nacionais fronteiriços brasileiros uruguaios”. In T. C. M. Oliveira (Org.), Território sem limites: estudos sobre fronteiras (pp. 195-228). Editora UFMS.

Fernandes, I. C. S, & Sturza, E. R. (2009). A fronteira como novo lugar de representação do espanhol no Brasil. Signo y Seña, 20, 207-228. http://revistascientificas.filo.uba.ar/index.php/sys/article/view/5808/5195

Ferreira, A. G. (2021). Vila Santa Thereza: patrimônio, memória e audiovisual. In G. F. Andrade, M. M. Padoin & C. Ismério (Orgs.), História de Bagé: novos olhares (pp. 80-100). Texto e Contexto.

Flores, M. F. C. T. (2017). A historiografia do Rio Grande do Sul e a abordagem da fronteira. In J. M. Vargas (Org.), Belicosas fronteiras: contribuições recentes sobre política, economia e escravidão em sociedades americanas (século XIX) (pp. 323-342). Editora Fi.

Guimarães, E. (2003a). Enunciação e Políticas de Línguas no Brasil. Letras, 27, 47-53. https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/11897/7319

Guimarães, E. (2003b). Designação e espaço de enunciação: um escrito político no cotidiano. Letras, 26, 53-62. https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/11880/7307

Guimarães, E. (2003c). A marca do nome. Rua, 9, 19-31. https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rua/article/view/8640746/8287

Guimarães, E. (2005a). Semântica do Acontecimento (2ª. ed.). Pontes.

Guimarães, E. (2005b). Apresentação. Brasil: país multilíngüe. Ciência e Cultura, 2 (57), 22-23. http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v57n2/a14v57n2.pdf

Guimarães, E. (2011). Análise de Texto: Procedimentos, Análises, Ensino. RG Editora.

Guimarães, E. (2014). Espaço de enunciação, Cena enunciativa, Designação. Fragmentum, 40, 49-76. https://periodicos.ufsm.br/fragmentum/article/view/17264/10431

Guimarães, E. (2018). Semântica: enunciação e sentido. Pontes.

Henry, P. (2010). A história não existe? (J. H. Nunes, trad.). In E.P. Orlandi (Org.), Gestos de Leitura: da história no discurso (3ª. ed., pp. 23-48). Unicamp.

Janke, G., Pautz Palmieri, D., & Fernandez Garcia Janke, M. (2016). A gastronomia e o turismo: Um estudo na fronteira Jaguarão/BR e Rio Branco/UY. RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade, 2 (4), 438-450. https://periodicos.claec.org/index.php/relacult/article/view/369/138

Laborde, G. (2013). Identidad uruguaya en cocina. Narrativas sobre el origen. Tese de Doutorado, Universidade de Barcelona. http://diposit.ub.edu/dspace/handle/2445/116483

La ventana [@laventanasaboryarte] (2022). Post [perfil do instagram]. Instagram. Recuperado em 07 de novembro de 2022, https://www.instagram.com/laventanasaboryarte

Lemieszek, C., & Garcia, E. H. (2013). Guia incompleto das primazias de Bagé. Ediurcamp.

Lopes, M. N. (2007). Bagé: fatos e personalidades. Evangraf.

Machado, L. O. (2010). Cidades na Fronteira Internacional: conceitos e tipologia. In A. Nuñes, M. M. Padoin & T. C. M. de Oliveira (Orgs.), Dilemas e diálogos platinos (pp. 59-72). UFGD.

Machado, L. O., Haesbaert, R., Ribeiro, L. P., Steiman, R., Peiter, P., & Novas, A. (2005). O Desenvolvimento da Faixa de Fronteira: uma proposta conceitual e metodológica. In T. C. M. Oliveira (Org.), Território sem limites: estudos sobre fronteiras (pp. 87-112). Editora UFMS.

Mota, S. S. (2010). Línguas, sujeitos e sentidos: o jornal nas relações fronteiriças no final do século XIX, início do século XX. Dissertação de Mestrado em Letras, Universidade Federal de Santa Maria. https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/9815/MOTA%2c%20SARA%20DOS%20SANTOS.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Muza, J. (2021, 18 de novembro). Nova cônsul pretende realizar Censo de uruguaios que vivem na região. Jornal Minuano. https://www.jornalminuano.com.br/noticia/2021/11/18/nova-consul-pretende-realizar-censo-de-uruguaios-que-vivem-na-regiao?fbclid=IwAR3qMQ2ffnh1kvu3VrRdsnlDMRfD-GtlngSQMSJEb8ic52Y-_LKdzp16NkM

Nunes, J. H. (2014). Os sentidos de metrópole: saber urbano e jornalismo. Estudos Linguísticos, 43 (3). 1166-1178. https://revistas.gel.org.br/estudos-linguisticos/article/view/514/390

Oliveira, L. R., & Matheus, M. S. (2014). Das migrações para a fronteira (BAGÉ, c.1830-c.1860). In XII Encontro Estadual de História ANPUH/RS. São Leopoldo, RS: Universidade do Vale do Rio dos Sinos. http://www.eeh2014.anpuh-rs.org.br/resources/anais/30/1405479403_ARQUIVO_DASMIGRACOESPARAAFRONTEIRA.pdf

Orlandi, E. (2007). Interpretação: autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico (5ª. ed). Pontes.

Orlandi, E. (2009). Análise do discurso: princípios e procedimentos (8ª. ed). Pontes.

Pesavento, S. J. (2014). História do Rio Grande do Sul (9ª. ed.). Martins Livreiro.

Reichel, H. J. (2006). Fronteiras do Espaço Platino. Méritos.

Silva, M. V. (1999). Espaços Urbanos - Espaços da Escrita. Escritos, 5, 23-30.

Silva, T. R., & Silva, R. R. (2021). Práticas associativas negras em Bagé: imprensa, carnaval e clubes sociais. In G. F. Andrade, M. M. Padoin & C. Ismério (Orgs.), História de Bagé: novos olhares (pp. 124-145). Texto e Contexto.

Sipavicius, M. (2010). Connotaciones socioculturales de los nombres de lugar. Biblioteca Técnica de Política Linguística. https://www.academia.edu/RegisterToDownload/Claiming

Sturza, E. R. (2006). Línguas de fronteira e política de línguas: uma história das idéias lingüísticas. Tese de Doutorado, Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas. https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/375748

Sturza, E. R. (2010). Espaço de enunciação fronteiriço e processos identitários. Pro-Posições, 21 (3), 83-96. https://www.scielo.br/j/pp/a/ckXMSmW8VxcgwwtJx9xvMsd/?format=pdf&lang=pt

Sturza, E., & Tatsch, J. (2016). A fronteira e as línguas em contato: uma perspectiva de abordagem. Cadernos de Letras da UFF, 26 (53), 83-98. https://periodicos.uff.br/cadernosdeletras/article/view/43635/24919

Traversa, O. (2011). El asado escrito: lo dicho y el decir en torno de una práctica culinaria. deSignis, 18, 31-38. https://www.redalyc.org/pdf/6060/606066897004.pdf

Vargas, J. M. (2021). Elites, família e riqueza na pecuária gaúcha: o caso dos estancieiros e charqueadores de Bagé (C. 1850-1930). In G. F. Andrade, M. M. Padoin & C. Ismério (Orgs.), História de Bagé: novos olhares (pp. 280-302). Texto e Contexto.

Weber, A. F. (2011). A circulação do Português e do Espanhol na fronteira: o global e o local no espaço entre-línguas. Raído, 5 (9), 217-229. https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/Raido/article/view/991/812

Descargas

Publicado

2022-12-28

Número

Sección

Dossier: Glotopolítica no contexto brasileiro