O antiviral está na moda! As composições sintagmáticas formadas pelos termos antiviral e pro antiviral na coleção Care, da marca Live!

Auteurs

  • Pauler Castorino Universidade de São Paulo
  • Ieda Maria Alves Universidade de São Paulo

Mots-clés :

Neologismo terminológico, Moda, Covid-19

Résumé

No momento em que a crise sanitária causada pela Covid-19 se estabeleceu como uma epidemia global, muitos setores tiveram de se adaptar à realidade pandêmica, sendo o campo da moda um deles. Um exemplo disso é o aumento recente de buscas por tecidos antivirais que, segundo o Google trends, teve um crescimento de cem por cento de buscas em meados de julho de 2020. Portanto, neste trabalho, ambiciona-se analisar as composições sintagmáticas criadas a partir de antiviral e pro antiviral para nomearem as peças do vestuário da coleção Care: Antiviral, da marca Live! O percurso metodológico empregado nesta investigação é quanti-qualitativo, pois os neologismos analisados foram inventariados manualmente do site da marca e contabilizados via LancsBox em sequência, necessitou-se averiguar os termos formados por antiviral e pro antiviral, bem como suas informações conceituais. Para tais debates, fundamentamo-nos em Alves (2004, 2007, 2015 etc.), Veillon (2004), Barthes (2009) e outros que discorrem sobre a Neologia, a Moda e a relação moda e língua. Nossos resultados apontam que os termos investigados são usados para categorizar e, simultaneamente, ressaltar que a coleção é antiviral, destacando que ela protege os consumidores do novo coronavírus.

Références

Abreu, P. de. (2018). Considerações sobre a natureza colocacional e locucional de sintagmas terminológicos. ReDDILeT, vol. 1 (n°1), pp. 1-15.

Alves, I. M. (2004). A unidade lexical neológica: do histórico-social ao morfológico. En Isquerdo, A. N. & Krieger, M. da G. (Org.). As ciências do léxico: lexicologia, lexicografia, terminologia (pp. 77-87). Campo Grande: Ed. UFMS.

Alves, I. M. (2007). Neologismo: criação lexical. São Paulo: Ática, 2007. (Série Princípios)

Alves, I. M. (2015). Apresentação. Em Alves, I. M. & Pereira, E. S. (Org.). Neologia das línguas românicas (pp. 15-20). São Paulo: Humanitas: CAPES.

Alves, I. M. (2016). Contribuições para a metodologia do trabalho em neologia terminológica: o corpus de exclusão. Em Catalá, S. Á. & Barité, M. (Org.). Teoría y praxis en terminología. (pp. 103-112). Montevideo: Ediciones Universitarias, Unidad de Comunicación de la Universidad de la República.

Alves, I. M. & Maroneze, B. (2018). Neologia: histórico e perspectivas. GTLex, vol. 4 (n° 1), pp. 05-32.

Angus, E., Baudis, M. & Woodcock, P. (2015). Dicionário de moda. Tradução de Erbetta, G., Debasse, J. & Gouveia, J. São Paulo: Publifolha.

Arruda, J. (2021). Com conforto e sem gênero: como a pandemia mexerá com a moda em 2021. Universa UOL. Disponível em: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2021/01/01/como-a-pandemia-mexe-com-as-tendencias-de-moda-para-2021.htm.

Aulete, F. J. C. & Valente, A. L. dos S. (2021). Dicionário online Caldas Aulete. Lexikon Editora Digital. Disponível em: http://www.aulete.com.br/site.php?mdl=aulete_digital&op=creditos.

Barbosa, M. A. (1981). Léxico, produção e criatividade: processos do neologismo. São Paulo: Global.

Barros, L. A. (2004). Curso básico de Terminologia. São Paulo: Edusp.

Barthes, R. (2009). Sistema da moda. São Paulo: Martins Fontes.

Benveniste, É. (1989). Problemas de lingüística geral II. Campinas: Pontes.

Boulanger, J. (1979). Problématique d’une méthodologie d’identification des néologismes en terminologie. Disponível em: https://boulanger.recherche.usherbrooke.ca/document-article-boulanger_1979.

Biderman, M. T. C. (2001). Teoria linguística: (teoria lexical e computacional). 2 ed. São Paulo: Martins Fontes.

Brezina, V., Weill-Tessier, P. & Mcenery, T. (2020). LancsBox: version 6.0 [software]. Inglaterra: Universidade de Lancaster.

Cabré, M. T. C. (2015). La neologia: un nou camp a la cerca de la seva consolidació científica. Caplletra, vol. 59, pp. 125-136.

Crane, D. (2006). A moda e o seu papel social: classe, gênero e identidade das roupas. Tradução de Coimbra, C. São Paulo: Editora Senac São Paulo.

Correia, M. (1998). Neologia e Terminologia. En Mateus, M. H. & Correia, M. Terminologia: questões teóricas, métodos e projectos. (pp. 59-74). Lisboa: Publicações Europa-América.

Costa, L. A. & Alves, I. M. (2020). Um estudo do termo fiscal na terminologia da economia: processos de formação e informações conceituais. Linha D’Água, vol. 33 (n° 1), pp. 9-29.

Desmet, I. (2002). Néologie du portugais contemporain. En Carreira, M. H. A. C. (Org.). Instabilités linguistiques dans les langues romanes. Travaux et Documents. (pp. 77-100). Paris: Université Paris 8.

Embacher, A. (1999). Moda e identidade: a construção de um estilo próprio. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi.

Ganança, J. H. L. (2018). Neologia e neologismos no português brasileiro: principais ideias. GTLex, vol. 4 (n° 1), pp. 33-53.

Gonçalves, E. & Lopes, L. D. (2007). Ergonomia no vestuário: conceito de conforto como valor agregado ao produto de moda. Em II Encuentro Latinoamericano de Diseño. (pp. 1-9). Buenos Aires: Universidad de Palermo.

Google trends. (2021). Veja o que o mundo está pesquisando. Google trends. Disponível em: https://trends.google.com.br/trends/?geo=BR.

Guilbert, L. (1975). La créativité lexicale. Paris: Larousse.

Guimarães, D. C., Silva, C. C. S. & Russo, S. L. (2021). Um estudo de prospecção tecnológica de patentes sobre tecidos antivirais. Em International Symposium on Technological Innovation. (pp. 1591-1600). Aracaju: Universidade Federal de Sergipe.

Houaiss, A. (2021). Grande dicionário Houaiss. Disponível em: https://houaiss.uol.com.br/.

Humbley, J. (2009). La terminologie française du commerce électronique, ou comment faire du neuf avec de l’ancien. Em V Journée Scientifique Realiter (Terminologie et plurilinguisme dans l’économie international). (pp. 04-15). Milão: Università Cattolica del Sacro Cuore.

Jesus, A. M. R. de. (2021). Princípios metodológicos para a detecção de neologismos da comunicação digital. Estudos Linguísticos, vol. 50 (n° 1), pp. 243-261.

Lino, M. T. R. da F. (2019). Neologia e neonímia em língua portuguesa: critérios de identificação. Linha D’Água, vol. 32 (n° 3), pp. 9-23.

Live. (2020). Antiviral: 5 coisas que amamos na coleção LIVE! CARE. Live. Disponível em: https://www.liveoficial.com.br/blog/live-care-colecao-antiviral/.

Martins, M. (2004). Considerações sobre os estudos de Moda: tendências e perspectivas. Em Castilho, K. Moda e linguagem. (pp. 17-30). São Paulo: Editora Anhembi Morumbi.

Mattedi, M. A., Ribeiro, E. A. W., Spiess, M. R.; Ludwig, L. (2020). Epidemia e contenção: cenários emergentes do pós-Covid-19. Estudos avançados, vol. 34 (n° 99), pp. 283-302.

Neves, M. H. de M. (2018). A gramática do português revelada em textos. São Paulo: Editora Unesp.

Orsi, V. & Almeida, M. C. (2019). Moda e literatura no Brasil: considerações sobre o léxico do século XIX. Caligrama, vol. 24 (n° 2) pp. 193-207.

Orsi, V. (2020). A Estação: considerações sobre a moda e seu léxico no século XIX no Brasil. Revista Linguagem em Foco, vol.12 (n° 3), pp. 67-88.

Portal Fio Cruz. (2020). Por que a doença causada pelo novo coronavírus recebeu o nome de Covid-19? Portal Fio Cruz. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/pergunta/por-que-doenca-causada-pelo-novo-coronavirus-recebeu-o-nome-de-covid-19.

Sapir, E. (1967). La mode. Em Sapir, E. Anthropologie. (pp. 87-92). Paris: Éditions de Minuit.

Silva, F. M. da & Maia, J. S. da S. (2021). Neologismos na mídia em meio à pandemia da Covid- 19. Fórum linguístico, vol. 18 (n° 2), pp. 6079-6100.

Veillon, D. (2004). Moda e guerra: um retrato da França ocupada. Tradução de Telles, A. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.

Vilela, M. (1994). Estudos de lexicologia do português. Coimbra: Almedina.

Vogue Brasil. (2020). Novas coleções trazem tecido antiviral, funcionalidades e design fashion ao look athleisure. Vogue Brasil. Disponível em: https://vogue.globo.com/Wellness/noticia/2020/07/novas-colecoes-trazem-tecido-antiviral-funcionalidades-e-design-fashion-ao-look-athleisure.html.

Wigg, M. D. (2015). Antivirais. Em Santos, N. S. de O., Romanos, M. T. V. & Wigg, M. D. (Org.). Virologia humana. (pp. 312-400). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Publiée

2021-12-30

Numéro

Rubrique

Artículos