Considerações sobre a natureza colocacional e locucional de sintagmas terminológicos

Auteurs

  • Sabrina Pereira de Abreu Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Résumé

Este artigo objetiva apresentar algumas reflexões acerca da natureza de sintagmas terminológicos, como, p. ex., célula adiposa (Histologia), célula auxiliar (Botânica), célula mastoide (Anatomia geral), entre outros. Nossas reflexões situam-se no âmbito da Teoria Sentido-Texto e inserem-se na seguinte discussão: sintagmas terminológicos são locuções ou colocações? Aceitar que sintagmas terminológicos são locuções é atribuir-lhes o status de unidade lexical, os quais, como tal, poderão figurar em um artigo de dicionário. Contudo, se aceitarmos que sintagmas terminológicos são colocações, assumimos que são apenas sequências resultantes da combinatória restrita da lexia que é a base da colocação, ou seja, consentimos que não são unidades lexicais. Este trabalho não traz informação nova acerca dos padrões colocacionais que sintagmas terminológicos podem encerrar, já amplamente descritos (Pavel, 1993; L’Homme, 2004, entre otros). Antes, volta-se para o fato de que, entre sintagmas terminológicos que se comportam como colocações e aqueles que se comportam como locuções, há uma linha divisória muito frágil, que por vezes é difícil delimitar. Procura-se aqui, através da análise de um pequeno conjunto de dados, corroborar o ponto de vista de Polguère (2015), para quem certos tipos de sintagmas plenos podem ser interpretados como locuções fracas. Este trabalho foi subsidiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES-Brasil).

Références

Abreu, S. P. de. (2016). O termo: estruturas prototípicas. En Catalá, S. A.; Barité, M. (eds.).Teoría y praxis en Terminología. Montevideo: CSIC. (Colección Plural). En imprenta.

Abreu, S. P. de. (2014). Unidades terminológicas complexas com formativos preposicionados: valores relacionais e padrões de formação. En Isquierdo, A. N.; Dal Corno, G. M. (eds.). As Ciências do Léxico – Lexicologia, Lexicografia e Terminologia vol. VII (pp. 487-515). Campo Grande, MS: Ed. UFMS.

Abreu, S. P. de. (2012). Sobre a presença de elementos eruditos na formação de termos: entre a derivação e a composição. En Isquierdo, A. N.; Seabra, C. (eds.). As Ciências do Léxico – Lexicologia, Lexicografia e Terminologia vol. VI (pp.517-539). Campo Grande, MS: Ed. UFMS.

Abreu, S. P. de. (2010b). Aspectos gramaticais na formação de termos reduzidos. En Isquierdo, A. N.; Barros, L. A. (eds.). As Ciências do Léxico – Lexicologia, Lexicografia e Terminologia. vol. V (pp. 381-399). Campo Grande: Ed. UFMS.

Abreu, S. P. de. (2010a). Processos de formação de termos: um breve exercício analítico. En Isquierdo, A. N.; Finatto, M. J. B. (eds.). As Ciências do Léxico – Lexicologia, Lexicografia e Terminologia vol. IV (pp.605-624). Campo Grande, MS: Ed. UFMS.

Cabré, M. T. (2006). Morfología y terminología. En Felíu, E. (ed.). La morfología a debate (pp.131-144). Jaén: Universidad de Jaén.

Cabré, M. T. (1993). La terminologia. Barcelona: Ed. Antárdida.

Cruz, G. F. (2007) Acronímia e acrossemia: processos de formação de palavras produtivos no léxico do comércio exterior. 2007. Iniciação Científica. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Orientação Sabrina Pereira de Abreu.

Faulstich, E. (2003). Formação de Termos: do constructo e das regras às evidências empíricas. En: Faulstich, E.; Abreu, S. P. de (eds.). Linguística aplicada à terminologia – Cooperação Internacional: Brasil e Canadá. (pp.1-20).Porto Alegre, UFRGS.

Lerat, P. (1995). Les langues spécialisées. Paris: Puf.

L’Homme, M-C. (2004). La terminologie: principes et techniques. Montréal: Les Presses de l’Université de Montréal.

L’Homme, M.-C., Polguère, A. (2008). Mettre en bons termes les dictionnaires spécialisés et les dictionnaires de langue générale. En Maniez, F., Dury, P. (eds.), Lexicologie et terminologie: histoire de mots. Hommage à Henri Béjoint. (pp. 191-206). Lyon: Travaux du CRTT.

Mel’?uk, I. A. (2015). Semantics: From meaning to text. Volume 3. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins.

Mel’?uk I. A. (2013). Tout ce que nous voulions savoir sur les phrasèmes, mais... Cahiers de lexicologie 102, pp. 129-150.

Mel’?uk, I. A. Parties du discours et locutions. Bulletin de la Société de linguistique de Paris, 101: 1, 2006. p. 29-65.

Mel’?uk, I. A. (1992). Paraphrase et lexique: La théorie Sens-Texte et le Dictionnaire explicatif et combinatoire, En Mel’?uk, I. A. et al., Dictionnaire explicatif et combinatoire du français contemporain: Recherches lexico-sémantiques II. (pp. 9-58). Montréal: Presses de l'Université de Montréal. Pavel, S., (1993). La phraséologie en langue de spécialité. Méthodologie de consignation dans les vocabulaires terminologiques. Terminologies Nouvelles, Bruxelas, 10.

Polguère A. (2015). Non-compositionnalité : ce sont toujours les locutions faibles qui trinquent. Verbum XXXVII(2), pp. 257–280.

Polguère, A. ([2003] 2016). Lexicologie et sémantique lexicale: notions fondamentales. Montréal: 3. ed., Les Presses de l’Université de Montréal.

Ribeiro, P. N. (2006). Critérios para a extração de termos no léxico do comércio exterior. Iniciação Científica. Universidade Federal do Rio Grand e do Sul. Orientação Sabrina Pereira de Abreu, Co-orientação Luzia Araújo.

Ribeiro, P. N. (2007). Processos de formação lexical: uma análise do léxico do comércio exterior. 2007. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Orientador: Sabrina Pereira de Abreu.

Sager, J. C. (1993). Curso práctico sobre el procesamiento de la terminología. Trad. Moya, L. C. Madrid: Pirámide.

Téléchargements

Publiée

2018-12-03

Numéro

Rubrique

Volumen 2