Talita Gonçalves Medeiros y Rejane Meireles Rodrigues
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era localizado, uma vez que cada uma delas trazia notícias sobre os mais variados assuntos
e temas. Editoriais com reportagens nacionais sobre a política, a economia, dentre outros
assuntos da cidade de São Paulo, Rio de Janeiro e da capital, Belo Horizonte, animavam. As
reportagens internacionais, empolgavam. Isso demonstrava o alcance que o Jornal Gazeta
do Norte possuía, bem como, seu interesse pelas notícias do que circulavam no Brasil, e, de
um modo em geral, no mundo. Páginas e páginas folhadas. Chegamos ao ano de 1932, ano
de consolidação e implementação do voto feminino no Brasil, vale advertir que até aquele
momento, não havia sido localizado nenhum tipo de reportagem que mencionasse a luta
sufragista; mas, no ano em questão fomos surpreendidas, com uma breve passagem do
referido jornal afirmando que: “agora as mulheres podem votar”. Algo breve, rápido, sem
maiores detalhes ou explicações, apenas a informação. Seguidamente, após essa
declaração, outras tantas passaram a compor as páginas do jornal, mas vale advertir,
contudo, que todas essas reportagens que passaram a citar a mulher e a cena pública eram
acompanhadas por reflexões, debates e conclusões a respeito da importância do cuidado
com o lar, as crianças e o corpo. O bela, recatada e do lar, alcançou sua potência máxima de
exigência!
A investigação no Jornal Gazeta do Norte, foi finalizada no ano de 1959, por dois motivos:
primeiro, a falta de informações acerca do tema em questão, e a segunda, a data limite da
Revista da Semana, que é o ano de 1959, com isso decidimos acompanhar e finalizar as
duas fontes na mesma data. Com o encerramento das pesquisas no Jornal Gazeta do Norte,
chegamos à conclusão de que nossas perguntas não foram respondidas. Analisamos as
possibilidades, e acreditamos que o uso da metodologia de História Oral, uma pesquisa de
campo com as 4 (quatro) vereadoras eleitas e com a ex vice prefeita da cidade de Montes
Claros, poderia contribuir e nos auxiliar na compreensão e análise da pesquisa e, assim,
poderíamos obter as respostas que desejávamos. E assim fizemos.
As entrevistas foram realizadas, seguindo a metodologia de História Oral. Elas foram
realizadas nos gabinetes das vereadoras, na sede atual da Prefeitura de Montes Claros,
conforme dia e horário previamente combinado com elas. Seguimos as aplicações
metodológicas ensinadas por Verena Alberti (2006), tais como: roteiro para entrevista,
documento de autorização para gravação da entrevista, gravação da entrevista,
transcrição da entrevista com envio para aprovação e, então após a aprovação, envio do
documento final, que é documento de concessão da entrevista para uso acadêmico.
Contudo, infelizmente, após as entrevistas realizadas com as 3 (três) vereadoras, e o envio
das entrevistas transcritas para verificação e autorização, não obtemos mais respostas das
nossas entrevistadas, nossas mensagens via mídia digital, Whatsapp, não forma mais