Artículos
La realidad aumentada y lo lúdico en la enseñanza de la estructura
celular
Augmented Reality and Playfulness in the Teaching of Cellular Structure
Jair Pontes1 y Ruth Janice Guse Schadeck2
1Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. 2Universidade Federal do Paraná. Curitiba,
Brasil.
1jairdepontes_2005@yahoo.com.br 2ruths@ufpr.br
Recibido 06/08/2020 – Aceptado 01/02/2021
Para citar este artículo:
Pontes, J. y Guse Schadeck, R.J. (2021). La realidad aumentada y lo lúdico en la enseñanza de la estructura celular. Revista de Educación en Biología, 24(2),
Resumo
Células e estruturas subcelulares são assuntos abstratos e complexos e, muitas vezes, difíceis de serem entendidas pelos estudantes. Esses, por sua vez, têm grande facilidade com as Tecnologias de Informação e Comunicação sendo uma geração visualmente muito estimulada. Considerando essas características, e o fato de que a visualização facilita a aprendizagem em biologia celular, este trabalho relata uma experiência em sala de aula usando realidade aumentada para visualização da célula através de um aplicativo para smartphones. Essa metodologia se revestiu de um caráter lúdico, estimulou o entusiasmo e a participação dos estudantes e foi avaliada de forma muito positiva pelos mesmos. Além disso, indicou que o uso de objetos educacionais digitais através de smartphones pode contribuir para o aprendizado sobre a estrutura celular, um assunto muito complexo.
Abstract
Cells and subcellular structures are abstract and complex subjects, and often difficult to be understood by students who are visually stimulated and have a high level of ICT knowledge and skills. Considering these characteristics, and the fact that visualization facilitates learning in cell biology, the main objective of this paper is to describe a classroom experience using augmented reality for cell visualization through an app for smartphones. This methodology had a playful characteristic and stimulated student enthusiasm and participation. The evaluation of the app by the students was very positive. Furthermore,
Creative Commos 4.0 Internacional
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we argue that the use of digital educational objects through mobile phones may contribute to learning about cellular structure, a very complex subject.
Keywords: Structure of the cell; Augmented reality; Cell phone; Learning
Resumen
Las células son estructuras complejas, formadas por una variedad de componentes diferentes, como núcleos, orgánulos, filamentos y ribosomas. Estos, a su vez, tienen una organización estructural y molecular específica, con formas tridimensionales únicas que ocupan volúmenes característicos. Se encuentran en ciertos espacios intracelulares, interactúan constantemente entre sí y experimentan modificaciones. Esta complejidad dificulta su aprendizaje, lo que se manifiesta en que gran cantidad de estudiantes presentan concepciones erróneas respecto a la célula. Por otro lado, el estudiantado tiene una gran facilidad con las tecnologías de la información y la comunicación (TIC), siendo una generación muy estimulada visualmente. Entre las tecnologías a las que se puede acceder a través de un Smartphone, se encuentra la realidad aumentada (RA) que promueve la visualización tridimensional y su uso en la educación ha sido objeto de numerosos estudios. En disciplinas morfológicas como la anatomía, que requiere una representación mental tridimensional de órganos y sistemas, la RA se ha mostrado eficiente. El aprendizaje de la estructura celular requiere representaciones mentales tridimensionales y habilidades espaciales. Por lo tanto, se espera que el uso de esta tecnología contribuya con el aprendizaje de la biología celular. Entre los muchos aspectos del uso de las TIC en la educación, se pueden destacar los aspectos lúdicos de las tecnologías. La forma lúdica ha sido señalada como facilitadora del aprendizaje, entre otros beneficios. Teniendo en cuenta todos estos factores, este trabajo describe una experiencia y la reflexión sobre su desarrollo, que consistió en el uso de la visualización de la célula en realidad aumentada producida por la QuiverVision App (http://
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percibió la célula como una estructura tridimensional. En la tercera clase, se abordaron las dudas que persistían y se procedió a la evaluación de las actividades. Las observaciones del profesor, sumadas a la evaluación de la actividad realizada por estudiantes, hicieron posible inferir que la imagen de célula en RA producida por la aplicación facilitó la comprensión tridimensional de la célula. Además, alentó la transformación de la propia acción del profesor involucrado, ya que promovió la toma de conciencia de que la incorporación de nuevas metodologías y tecnologías, empleadas con todas las precauciones necesarias, pueden facilitar la comprensión de este tipo de contenidos.
Palabras clave: Estructura celular; Realidad aumentada; Smartphone; Aprendizaje
Introdução
As células são estruturas complexas, formadas por uma variedade de diferentes componentes como núcleo, organelas, filamentos e ribossomos. Esses, por sua vez, apresentam uma organização estrutural e molecular específicas, com formatos tridimensionais exclusivos que ocupam volumes característicos e se localizam em determinados espaços intracelulares, interagem constantemente entre si e se transformam no tempo. E toda essa complexidade é invisível ao olho nu, o que é um obstáculo para a sua aprendizagem (Reindl et al., 2015). Inúmeros relatos têm indicado que os estudantes apresentam grandes dificuldades em compreender a estrutura celular (Manzke, Vargas, Bobrowski y Manzke, 2011; Jara, Rubio e González, 2012) como equívocos quanto a conceitos básicos, confusões entre células e substâncias e concepções alternativas (Silveira, 2013; Vigario e Cicillini, 2019). Em uma pesquisa com estudantes do ensino médio sobre concepções de modelos atômicos e estrutura celular foi demonstrado que os educandos acreditam que os seres vivos são constituídos por unidades materiais diferentes e não seguem as mesmas leis da matéria não viva (Santana, Sarmento e Warth, 2011).
Encontrar metodologias que facilitem essa aprendizagem requer levar em conta as características da atual geração de educandos. Os avanços tecnológicos estão cada vez mais presentes nas vidas desses jovens. Os estudantes de hoje são conectados, têm muita facilidade em assimilar novas tecnologias, utilizam e valorizam a interatividade, são visualmente muito estimulados, apreciam jogos e atividades lúdicas e não estão habituados a processos unidirecionais de comunicação (Prensky, 2001; Souza e Gobbi, 2014). Portanto,
A visualização tem sido considerada uma das mais importantes abordagens metodológicas para aprendizagem em disciplinas como química e biologia, as quais requerem a construção de conceitos múltiplos e das relações espaciais tridimensionais entre moléculas e estruturas (Stieff, Bateman e Uttal, 2005). A realidade aumentada (RA)
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éuma tecnologia que promove a visualização tridimensional e seu uso na educação tem sido objeto de numerosos estudos ao redor do mundo que abordam diferentes níveis de ensino em diversos dispositivos, como apontam os trabalhos de revisão de Radu (2014), Akçayır e Akçayır (2017) e Altinpulluk (2019). No Brasil a RA também tem sido alvo de alguns estudos, como os trabalhos de Pereira, Oliveira, Couto, Oliveira e Silva. (2017) e Almeida e Santos (2015), que indicam que esta abordagem auxilia no ensino em temas da matemática.
Os recursos tecnológicos aplicados no ensino podem ser utilizados em um contexto lúdico. A ludicidade é referida como uma proposta pedagógica importante para o ensino de Biologia, dada o seu caráter motivacional e desafiador (Cabrera, 2007). Na mesma linha, Ferreira e Santos (2019) preconizam que a inserção de jogos didáticos e atividades lúdicas no ensino de Biologia são importantes estratégias de ensino na busca “de uma aprendizagem significativa e do prazer em aprender e ensinar” (Ferreira e Santos, 2019, p.1). Portanto,
Desenvolvimento
A QuiverVision (http://www.quivervision.com/) disponibiliza inúmeros aplicativos em RA para entretenimento e também alguns aplicativos educativos que estão disponíveis no site
Descrição do aplicativo e da célula em RA
O aplicativo foi instalado nos smartphones e as figuras foram baixadas do site do aplicativo e impressas. Nas células animais podem ser visualizadas as seguintes estruturas: retículo endoplasmático rugoso, aparelho de Golgi, lisossomos, mitocôndria, ribossomos, núcleo e nucléolo. Na célula vegetal, além dessas estruturas,
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Cada figura tem uma legenda formada por seis quadrados ao lado do qual está o nome em inglês das estruturas (Fig. 1A), nomes estes foram substituídos pelas denominações em português (Fig. 1B). Como pode se observar no lugar de “ribosome”
A maior parte das figuras utilizadas nesse trabalho foi colorida especialmente para este relato com o objetivo propiciar uma sequência lógica e facilitar compreensão das possibilidades das visualizações da célula em RA. Este objetivo não seria atingido somente com o uso das figuras produzidas durante as atividades com os estudantes, que foram capturadas de modo aleatório e sem a finalidade de publicação. Além disso, com base na vivência da aplicação em sala de aula da célula em RA pelo aplicativo QuiverVision e na reflexão posterior sobre esta aplicação, foi realizada uma modificação nas figuras que melhora o seu potencial pedagógico. Isso está em consonância com a formação de um professor reflexivo e crítico (Schön, 2000). Aqui, como resultado da reflexão sobre a ação que promove a mudanças na ação seguinte,
1)e corar homogeneamente o núcleo (Fig. 2) para propiciar melhor sua observação, como mostrado na figura
Figura 1. A - Figura da célula animal impressa do site do aplicativo. B - Figura com a legenda traduzida,
substituindo “ribosome” por retículo endoplasmático, com as legendas coloridas com cores correspondentes às e estruturas celulares. Nesta figura a linha do nucléolo no interior do núcleo foi apagada. Permissão de uso da figura concedida por QuiverVision.
A figura 2 mostra a célula animal vista em RA.
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e ao lado do núcleo e os lisossomos da figura 2B localizados acima do aparelho de Golgi. A célula gira em ritmo lento e constante no sentido horário, como demonstrado pela mudança de posição das estruturas celulares nas figuras 2
Figura 2 – Célula animal em RA através do aplicativo QuiverVision. A e B - Células visualizadas com o
smartphone aproximadamente paralelo ao desenho. Mostra dois estágios do movimento rotacional. C e D – Células observadas com o smartphone em diferentes inclinações em relação à posição do desenho produzindo uma visão mais lateral da célula em RA. Núcleo=azul; mitocôndrias=marron; lisossomos=amarelo; aparelho de Golgi=verde; RE=vermelho; ribossomos=cinza. Permissão de uso da figura concedida por QuiverVision.
Diferentes efeitos de cor podem ser gerados dependendo da coloração do citoplasma das figuras. As figuras
Ao tocar com o dedo a tela do telefone celular são acessadas outras funções, como a célula com o núcleo seccionado, mostradas nas figuras
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observado nas figuras
Figura 3.
que compõem a célula animal em RA. Permissão de uso da figura concedida por QuiverVision.
No desenho da célula baixada do aplicativo e sem nenhuma modificação o núcleo apresenta um círculo (Fig. 1A) indicando o nucléolo, que passa a ser observado em uma localização superficial em RA (Fig. 4B), como uma calota na superfície do núcleo.
Figura 4. Célula vegetal. A – Vista superficial da célula vegetal. Nesse modo não se observa a parede celular colorida. B - Vista superficial da célula quando o traço do nucléolo não foi removido aparecendo na superfície do núcleo (seta). C e D – Células em RA observadas com inclinação do smartphopne promovendo uma vista lateral e a visualização do núcleo seccionado. Núcleo=azul; mitocôndrias =marron; lisossomos=rosa; aparelho de Golgi= amarelo; RE=vermelho; ribossomos=cinza; cloroplastos=verde; vacúolos=azul claro; parede celular=vinho; membrana plasmática=camada fina transparente. Permissão de uso da figura concedida por QuiverVision.
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Esse efeito fica mais evidenciado caso o círculo seja colorido de outra cor. Isso pode gerar dificuldades para a compreensão dos estudantes, já que o nucléolo é uma estrutura interna do núcleo, como aparecem nas figuras
Aplicação, discussão e avaliação da atividade didática
Este relato resulta de uma atividade acadêmica realizada durante o curso de mestrado profissional para formação de professores de biologia. A tabela 1 sintetiza a sequência de atividades sobre a estrutura e função celular com estudantes na faixa de idade de 16 a 17 anos. Após um pesquisa sobre o assunto
Tabela 1 – Sequência de atividades sobre a estrutura celular.
Atividades prévias - Na semana anterior ao início das atividades em sala de aula, os estudantes receberam a atarefa de realizar uma pesquisa sobre a estrutura celular das células procarióticas e eucarióticas (animal e vegetal). Os educandos foram orientados a buscar os dados em livros didáticos disponíveis na biblioteca da escola e em sites sugeridos pelo professor. Estes dados compuseram os registros feitos por eles em seus cadernos para serem compartilhados e discutidos na aula subsequente. Os alunos também fizerem desenhos sobre os modelos celulares trabalhados.
Aula 1 - Após a pesquisa prévia realizada pelos estudantes como atividade extraclasse,
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Aula 2 - Os educandos receberam os desenhos da célula animal e vegetal, disponibilizados pelo professor, e neles criaram legendas e coloriram as suas figuras. A identificação das estruturas foi realizada pelos estudantes com base nas suas pesquisas e nas discussões anteriores. Essa fase foi realizada em grupos para que eles pudessem socializar as informações e discutir o conteúdo. Com as figuras coloridas e legendadas
Aula 3 - Nesta aula os estudantes realizaram exercícios de fixação do conteúdo e neste momento as dúvidas que ainda existiam foram resolvidas. Ao final da aula foi realizada uma avaliação do desempenho do professor e das atividades. O grande avanço da tecnologia desafia os educadores, pois traz novas linguagens e novas práticas. Neste cenário, com o intuito de facilitar a reflexão intencional e crítica sob a perspectiva de Schön (2000), no que está implícito que observação e a reflexão sobre a ação promovem uma descrição desse conhecimento para que o professor possa resolver os problemas encontrados, os estudantes avaliaram a didática do professor que ministrou as aulas e alguns parâmetros da atividade. É importante ressaltar que este é um relato de experiência e que o instrumento de avaliação teve o objetivo de proporcionar um retorno ao professor para o seu aprimoramento e possibilitar também o aperfeiçoamento das atividades desenvolvidas. O instrumento da avaliação consistiu em uma tabela impressa adaptada da página 156 de Feitosa (2002) e a resolução foi anônima. Os indicadores de desempenho estavam descritos em uma coluna da esquerda, sendo que as quatro colunas da direita apresentavam os conceitos ruim, regular, bom e excelente. Os quatro primeiros indicadores de desempenho visavam avaliar a atuação do professor: conhecimento do tema, clareza na exposição, entusiasmo na exposição, segurança na exposição. Os três últimos indicadores estavam relacionados as atividades: importância dos tópicos abordados, duração da aula e utilização dos recursos. O estudante marcava um “X” na lacuna correspondente ao conceito que atribuía ao indicador. Os estudantes também atribuíram uma nota única, global, para as atividades, sendo orientados no momento da avaliação que o valor máximo era 10.
Os aspectos relacionados à didática do professor foram considerados muito positivos (resultados não mostrados) e na tabela 2 estão mostrados os resultados compilados referentes aos três indicadores de desempenho relacionados às atividades.
Tabela 2. Avaliação da sequência de atividades pelos estudantes.
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Os dados acima mostraram a avaliação positiva sendo que média aritmética da nota global que foi 9,5. Apenas o tópico ‘duração da aula’ teve avaliação mais negativa. A duração da aula foi considerada ruim por 4% e regular por 25% dos educandos. Isso denota o interesse pelas atividades. Os estudantes também escreveram depoimentos, nos quais puderam se expressar livremente, descrevendo as suas impressões sobre as atividades desenvolvidas nesta sequência de aulas. Esses depoimentos corroboraram os resultados acima (Tabela 2), e também indicaram que o uso do celular foi considerado muito apropriado e que promoveu a aprendizagem. Estas opiniões se amparam na ideia defendida por Prenski (2001) que considera os nascidos a partir de 1994 como “nativos digitais”. Os indivíduos dessa geração cresceram imersos em recursos tecnológicos,
Avaliação da Experiência
Efeitos positivos do usa da célula em RA
As observações do professor, somadas a avaliação da atividade realizada pelos estudantes e seus depoimentos, possibilitou inferir que a célula em RA produzida pelo aplicativo esteve revestida de um forte aspecto lúdico, motivou os estudantes, estimulou a sua imaginação e despertou a sua curiosidade, efeitos atribuídos a RA em trabalhos anteriores (Akçayır e Akçayır, 2017). Aspectos positivos semelhantes foram observados com estudantes que usaram RA no tema “Sistema solar e além” os quais ficaram mais satisfeitos, apresentaram melhor desempenho acadêmico e atitudes mais positivas relacionadas ao curso (Sahin e Yilmaz, 2020). Conforme postula Cabrera (2007), a ludicidade cria oportunidades construtivas de aprendizagem e promove a motivação e interesse o que justifica a inserção de atividades lúdicas no ensino médio.
Estudos têm indicado que a RA é um facilitador da aprendizagem em matérias que requerem uma representação mental tridimensional, como anatomia (Marzouk, Attia e Abdelbaki, 2013; Layonaa et al., 2018). Com base nessas premissas
Outro aspecto a ser destacado é o uso pedagógico do smartphone que foi muito bem
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aceito na atividade, e
Cuidados recomendados
A RA aplicada no contexto desse trabalho foi positiva, concordando com os estudos que apontam os benefícios do uso da RA na educação. No entanto, existem também relatos de limites e efeitos indesejáveis. Por exemplo, Radu (2014) em uma revisão sobre a RA aponta que, além dos inúmeros benefícios, existem também algumas descrições de efeitos negativos, como dificuldades na usabilidade, perturbações na atenção dos estudantes, interferência na integração dos educandos. Portanto, o professor deve estar sempre atento para identificar possíveis situações que não são benéficas e que interferem negativamente no desenrolar da atividade. Além disso, ser cuidadoso com os estudantes que apresentam dificuldades visuais, neurológicas, de coordenação motora ou outras que impeçam ou dificultem o uso do smartphone e da RA a fim de impedir efeitos adversos à saúde e situações constrangedoras. Neste mesmo viés, estar vigilante para os possíveis efeitos desfavoráveis relacionados à RA que venham a ser identificados no futuro, tal como permanecer vigilante em relação a qualquer outra tecnologia vinculada à smartphones.
Reflexões finais
As observações realizadas durante o desenvolvimento das aulas, bem como dos resultados observados demonstrando as possibilidades e limites do uso do aplicativo, permitiram a reflexão fundada na ação. Essa reflexão motivou a transformação da ação do docente envolvido, no sentido de que a incorporação de novas metodologias e tecnologias pode facilitar a compreensão de conteúdos complexos e podem ajudar a amenizar a carência dos recursos estruturais das escolas públicas brasileiras. De fato, essas reflexões se estendem para ambos os autores deste trabalho.
Embora os aspectos positivos do uso do RA na sequência de aulas tenham sido evidentes, não se pretende aqui propor que o virtual tome o lugar do real e do concreto e nem que se limitem as metodologias para o ensino deste tema. Sequer substituir metodologias que historicamente são importantes no estudo das células, como a experimentação laboratorial. As atividades práticas têm sido classicamente consideradas importantes estratégias para o ensino da Biologia (Marques e Rosa 2015).
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(Flick e Bell, 2000; Haşiloğlu e Eminoğ, 2017). Entretanto, o Censo da Educação de 2017 indica que menos da metade das escolas de Ensino Fundamental e do Ensino Médio de escolas estaduais e municipais apresentam o laboratório de Ciências (Brasil, 2017). Não existe estatística sobre a presença de microscópios e suas condições de uso, equipamento essencial para visualização das células. Portanto, é importante o esforço conjunto e o desenvolvimento de diversificadas metodologias para que a aprendizagem plena em biologia celular seja mais facilmente alcançada.
Agradecimentos
Agrademos à CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e ao PROFBIO (Mestrado Profissional em Ensino de Biologia em Rede Nacional) pela oportunidade de aprimoramento profissional.
Agradecemos à QuiverVision pela permissão do uso das figuras neste trabalho.
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