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VOLUMEN 35, NÚMERO 2 | JULIO-DICIEMBRE 2023 | PP. 133-150
ISSN: 2250-6101
DOI. https://doi.org/10.55767/2451.6007.v35.n2.43716
O diagrama de Gowin potencializando
as atividades experimentais em
eventos científicos
The Gowin diagram improvement of experimental
activities at scientific events
Lucas Antonio Xavier
1 *, Fernando José Luna
Segatto 2 , Laércio Ferracioli
2
1 , Breno Rodrigues
1 Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais (PPGCN), Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy
Ribeiro (UENF). Av. Alberto Lamego, 2000, Parque Califórnia, CEP: 28013-602 - Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil.
2 Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física (PPGEnFis), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Av.
Fernando Ferrari 514 - CEP 29075-910 - Goiabeiras, Vitória, ES, Brasil.
*E-mail: lucas.perobas@gmail.com
Recibido el 12 de octubre de 2023 | Aceptado el 18 de noviembre de 2023
Resumo
É apresentado produto educacional 1 resultante do Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física realizado na Universidade Fe-
deral do Espírito Santo. O objetivo é mostrar os usos do diagrama de Gowin no contexto de atividades experimentais para subsidiar os
educandos participantes de eventos científicos. A escola Professora Filomena Quitiba da rede estadual do estado do Espírito Santo foi
local para articular a proposição da heurística de Gowin, também conhecido como diagrama V devido ao seu formato. O estudo foi
qualitativo, de caráter exploratório e interpretativo em função dos dados coletados e avaliados. Os participantes da pesquisa foram
alunos do ensino médio organizados em grupos para a participação em feiras de ciências. Os resultados foram satisfatórios com a
inserção do diagrama nas atividades experimentais de física. Os educandos compreenderam o potencial do diagrama de Gowin du-
rante as atividades. Conclui-se que os usos do diagrama de Gowin se apresenta de forma didática para a percepção do método cientí-
fico e uma necessidade na educação básica.
Palavras chave: Diagrama de Gowin; Experimento de Física; Feira de Ciências.
Abstract
An educational product resulting from the National Professional Master's Degree in Physics Teaching carried out at the Federal Uni-
versity of Espírito Santo is presented. The aim is to show the uses of the Gowin diagram in the context of experimental activities to
support students participating in scientific events. The Professora Filomena Quitiba school of the state network of the state of Espírito
Santo was the place to articulate the proposition of the Gowin heuristic, also known as the V-diagram due to its format. The study was
qualitative, exploratory and interpretive in terms of the data collected and evaluated. The research participants were high school stu-
dents organized into groups to participate in science fairs. The results were satisfactory with the insertion of the diagram in the exper-
imental physics activities. The students understood the potential of the Gowin diagram during the activities. It is concluded that the
uses of the Gowin diagram for the perception of the scientific method and a need in basic education are presented in a didactic way.
Keywords: Gowin diagram; Physics Experiment; Science Fair.
1 http://repositorio.ufes.br/handle/10/10797 (Apêndice B, p. 124)
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Diagrama de Gowin
I. INTRODUÇAO
O ensino da física vem passando por algumas mudanças devido a implementação da reforma curricular. Em função
disso a prática pedagógica precisa ser repensada. Para um ensino de melhor qualidade, o docente deve adotar meto-
dologias para deixar o educando em condições de estar conectado às demandas da sociedade do século XXI. Nesse
viés, práticas experimentais e participação em eventos científicos como feira de ciências se mostra uma alternativa
complementar de ensino na disciplina de física.
Este artigo é um recorte do produto educacional produzido durante o Mestrado Nacional Profissional em Ensino
de Física (MNPEF) realizado na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). O MNPEF possibilita os docentes de
física com uma formação mais qualificada para o trabalho na educação básica. Pois, durante a formação há novas
aprendizagens de metodologias e teorias. Além da escrita do texto dissertativo há a produção de um produto educa-
cional, que deve ser aplicado de forma recorrente na escola, conforme ilustra a figura 1.
FIGURA 1. O mestrado profissional como estratégia para melhorar o ensino da ciência Física na educação básica. Além da escrita
da dissertação, há necessidade de um produto educacional. Fonte: Física ao Vivo – O MNPEF e o potencial transformador do ensino
de Física no país. Live quinzenal proferida em junho de 2023 pela cientista Iramaia J. de Paulo https://www.you-
tube.com/live/0LOv5HqcasA?feature=share
Para isso, a formação recebida durante o curso do mestrado profissional potencializa a estruturação de materiais
de apoio ao ensino e aprendizagem da física, que é um campo da ciência de grande valor para a sociedade. Paula
(2011) afirma que:
Aprender e ensinar ciências são empreendimentos de alta complexidade. Isso porque, quando aprendemos ciências, esta-
mos nos apropriando de uma nova cultura. No caso das ciências naturais, entre outros aspectos, essa nova cultura caracte-
riza-se pela adoção de um conjunto específico de modos, às vezes incomuns, de perguntar, investigar, interpretar,
compreender e elaborar respostas para questões relacionadas às características de fenômenos que ocorrem na natureza
(Paula, 2011, p. 194).
Nesse contexto, para abordar a etapa de elaboração de projetos para a feira de ciências com atividades experi-
mentais, professor e educando, deve seguir ações que promova melhor compreensão do conteúdo da física.
Por outro lado, ao realizar uma pesquisa devemos verificar como estão as publicações de experimentos de física?
Nessa perspectiva, métodos sistemáticos são fundamentais para a revisão de literatura, pois, facilitam o trabalho dos
“pesquisadores no levantamento do estado da arte, cujo encaminhamento exige identificação, coleta, seleção, avali-
ação dos resultados, análise e relatório de um conjunto de trabalhos sobre diferentes questões de pesquisa” (Coelho,
2023). Assim foi realizada uma busca na base de dados Scopus por intermédio do Portal Periódicos Capes. Os termos
adotados foram “physics AND experiment”, sendo encontrados 130.947 documentos. Foi aplicado os filtros encontra-
dos nesta base, física e astronomia, energia, multidisciplinar, recorte temporal de 2012 a 2023 e artigos somente em
português. Dessa forma, o número de artigos ficou reduzidos a 95 documentos. São documentos de afiliações de
diversas instituições públicas em sua maioria como pode ser visto na figura 2. Inclusive os artigos são quase todos da
Revista Brasileira de Ensino de Física.
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Diagrama de Gowin
FIGURA 2. Artigos por afiliações. Fonte: Scopus, 2023.
A partir dos títulos, resumos e palavras-chave foi observado a formação de clusters (aglomerados) com a co-ocor-
rência dos itens. O maior conjunto de itens conectados consiste de 173 itens em 16 clusters, conforme a figura 3, que
mostra a rede de visualização da sobreposição. Foi considerado a ocorrência de apenas uma palavra-chave. Ao anali-
sar, por exemplo, a palavra-chave “physics teaching” com 15 ocorrências, obtemos 16 clusters de 42 links e outros 48
links de força total, que indica a força dos links de co-ocorrência do item “physics teaching” com outras palavras-
chave. Nesse meio tempo, o ensino de física deve ser pensado em diversos ambientes e de estratégias metodológicas.
Nesse viés, os autores Almeida e Silva (2015) refletem que:
Enquanto espaços de educação formal, como salas de aulas, muitas vezes, prezam pelo formalismo e, em sua grande mai-
oria, não conseguem apresentar ludicamente os conceitos científicos, espaços de educação não formal permitem ao visi-
tante a oportunidade de compreender, seguindo seu próprio tempo, os assuntos explorados nas atividades
Silva, 2015).
(Almeida e
Neste sentido, o termo “physics teaching” apresenta maior tamanho de círculo, o que significa maior aparecimento
dos documentos (figura 3). Quanto maior o tamanho da palavra maior será sua co-ocorrência em relação às demais.
As palavras-chave que mais se destacaram em co-ocorrência foram physics teaching, óptica, Arduino, Ensino de física,
experimentação, termodinâmica, física experimental, análise de vídeo, óptica, experimento de baixo custo e labora-
tório de física.
FIGURA 3. Visualização de sobreposição de 173 itens conectados. Fonte: VOSviewer 2023. <https://www.vosviewer.com>, ferra-
menta desenvolvida para construção de rede bibliométrica.
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Diagrama de Gowin
Semelhantemente, as informações relacionadas a figura 3 podem ser analisadas em termos de rede de visualização
de densidade, conforme ilustra a figura 4. Quanto maior o brilho da cor amarela e maior o tamanho do círculo, o que
significa maior frequência do termo. Também significa que várias pesquisas sobre o termo foram realizadas. De forma
inversa, menor o tamanho do círculo e menor intensidade da cor amarela mostra baixo índice de estudos relacionados.
FIGURA 4. Visualização de densidade - 173 itens conectados. Fonte: VOSviewer 2023.
A heurística de Gowin, se apresenta como prática sistêmica para desempacotar o conhecimento. O termo "heurís-
tica" vem da palavra grega "heurisko", significando "eu descubro". A heurística pode ser “entendida como o estudo
dos métodos e das abordagens que são usados na descoberta e na solução de problemas” (French, 2009, p. 31). Em
um estudo feito por Milena; Munford; Fernandes (2023), de 2008 a 2021 foi concluído que as práticas epistêmicas
têm o potencial para o campo da educação em ciências no Brasil com indicações de novas direções de pesquisa. As
autoras apontam para as oportunidades de novos membros à comunidade produtora de conhecimento.
Almeida; Silva et al, (2019) desenvolveram um estudo a partir da construção de uma maquete do sistema solar
com controle de temperatura para alunos com deficiência visual. O trabalho experimental baseou-se no uso de mate-
riais acessíveis e de baixo custo. Os participantes foram 11 pessoas pertencentes à Associação de Deficientes Visuais
da Cidade do Crato que foram visitar a mostra científica na 15 a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, na cidade
de Juazeiro do Norte, no estado do Ceará. Os resultados foram proveitos para pessoas que apresentam problemas de
visão. Os participantes entenderam a noção de localização e distribuição dos planetas no Sistema Solar. Houve boa
interação com o público que sugeriram adequações ao experimento de física. Por exemplo, ter legendas em braile.
Como sugestões a maquete pode ser replicada com facilidade e demonstrou ser um bom recurso didático, capaz de
transmitir conceitos relevantes sobre o nosso Sistema Solar e temas transversais ao assunto.
Esse trabalho de 2019 comunga com o mapeamento a partir de dissertações e teses realizado pelos autores Souza,
Rosa e Darroz (2022) sobre ensinar física para alunos com deficiência visual. Os autores mostraram “que a troca e o
diálogo entre alunos videntes e alunos com deficiência visual é fundamental para a realização das atividades” (Souza,
Rosa e Darroz, 2022).
De forma semelhante, os autores Almeida e Silva (2015) desenvolveram um trabalho com objetivo de discutir
experimentos dentro da oficina “Aerodinâmica de bolas” para apresentar conceitos da física, como princípios de Ber-
noulli e Magnus. Os autores exploraram brevemente os experimentos de como foram desenvolvidos e expostos na
exposição temática “Ciência do Esporte". Posteriormente, otimizaram a construção e montagem da “bola flutuante”
com diversos materiais de baixo custo. Os participantes fora os visitantes do museu de ciências Espaço Ciência Viva,
principalmente alunos da educação básica. Os resultados foram bons ao contemplar o princípio de Bernoulli e o efeito
Magnus na fundamentação teórica no experimento. O projeto “Ciência do Esporte", com os experimentos “bola flu-
tuante" e “bola de futebol” versus “bola de futebol americano" tem aplicações em diferentes níveis escolares.
Nesse viés é explorado o diagrama de Gowin nas atividades experimentais, pois o mesmo ajuda a entender as
tarefas propostas no contexto de eventos científicos. Entretanto, o objetivo é capacitar os alunos para a estruturação
e mediação de seus experimentos para a feira de ciências.
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Diagrama de Gowin
II. APORTE TEÓRICO
A fim de melhorar o ensino e aprendizagem, o filósofo da ciência Dixie Bob Gowin (1981), propôs uma alternativa para
maior percepção dos afazeres nas aulas de ciências ao perceber as dificuldades dos estudantes. A alternativa encon-
trada foi sintetizar em um diagrama em formato de V os elementos do método científico, “facilita a construção do
conhecimento sobre filosofia e metodologia de forma integrada” (Fox, 2007). Esse novo instrumento possibilita deta-
lhar a estrutura do conhecimento clarifica as ideias diante da atividade experimental (Novak e Gowin, 1984, p. 71). O
diagrama de Gowin é composto de quatro elementos principais que se desdobra em outros itens que são relevantes
no processo da atividade experimental conforme pode ser observado na figura 5. No entanto, Moreira (2012) mostra
que o instrumento:
é útil porque mostra claramente a produção de conhecimentos como resultante da interação entre dois domínios, um
teórico-conceitual e outro metodológico, para responder questões, que são formuladas envolvendo esses dois domínios, a
respeito de eventos ou objetos de estudo sobre os quais convergem tais domínios (Moreira, 2012, p. 3-12).
Nessa perspectiva, o educando precisa ter em mente a necessidade de saber a explicação teórica, o pensar do seu
experimento, assim como da parte metodológica, o saber fazer.
DOMÍNIO
DOMÍNIO
CONCEITUAL
METODOLÓGICO
FILOSOFIAS INTERAÇÃO CONTÍNUA
TEORIAS ENTRE OS DOIS LADOS
CONCEITOS FATOS
RESPOSTAS À Q.F. SURGEM
REGISTROS DE EVENTOS
ASSERÇÕES DE VALOR
QUESTÃO-FOCO
TRANSFORMAÇÕES
INTERPRETAÇÕES
A PARTIR DE UMA
RESULTADOS
PRINCÍPIOS
ASSERÇÕES DE CONHECIMENTO
EVENTOS/OBJETOS
FIGURA 5. O diagrama de Gowin. Fonte: Novak e Gowin (1984, p. 3)
Esse entendimento no processo de investigação como um instrumento metodológico nortea na análise e interpre-
tação e avaliação de dados da atividade experimental (Ferracioli, 2005). O diagrama de Gowin foi escolhido para me-
lhor compreensão do trabalho desenvolvido para a participação de feira de ciências. Pois, os dois lados do diagrama
de Gowin, o pensar do lado esquerdo com o fazer do lado direito, em interação contínua requer atenção. Ferracioli
(2005), mostra que:
O caminhar por este lado do pensar está intrinsecamente atrelado ao lado do fazer a pesquisa. Dessa forma, uma vez ob-
servado o evento, localizado na base do ‘V’, seguindo pelo lado direito, são feitos os registros dos eventos, que são as ano-
tações das observações: não há pesquisa sem registro das observações. A avaliação dos registros dos eventos, verificando
sua validade (confiança) os transforma em fatos, que constituem a base de dados da pesquisa. (Ferracioli, 2005).
Sua adoção como proposição metodológica potencializa o trabalho experimental de física, pois mimetiza o método
cientifico.
A inserção do diagrama em evento científico como a feira de ciências é um espaço estratégico para socializar co-
nhecimentos produzidos pelos alunos. De acordo com as diretrizes do Ministério da Educação, as feiras de ciências:
são eventos sociais, científicos e culturais realizados nas escolas ou na comunidade com a intenção de, durante a apresenta-
ção dos estudantes, oportunizar um diálogo com os visitantes, constituindo–se na oportunidade de discussão sobre os conhe-
cimentos, metodologias de pesquisa e criatividade dos alunos em todos os aspectos referentes à exibição de trabalhos
2006, p. 20).
(Brasil,
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Diagrama de Gowin
Sendo assim oportuno explorar o diagrama como metodologia para fortalecer o processo de ensino e aprendiza-
gem da física através da experimentação.
Primordialmente é recomendável que o professor de física da educação básica adote os critérios de Gowin e Alva-
rez (2005) para avaliar os elementos constitutivos do diagrama de Gowin, segundo Novak e Gowin (1984, p. 125), a
princípio funcionam de forma normativa para estabelecer os critérios de valor. Uma boa porção de conhecimento
deverá incluir todos os elementos do “Vê”, ilustrar como é que esses elementos se ligam entre si, e ser coerente,
compreensiva e significativa.
Nesse ínterim, são apresentadas as tabelas de I a X com seus respectivos valores e parâmetros de avaliação.
TABELA I. Critério de Avaliação para a Questão – Foco. Fonte: Gowin e Alvarez, 2005.
Valor
Parâmetro de Avaliação
0
Nenhuma Questão-foco é identificada
1
Uma Questão-foco é identificada, mas não inclui o Evento OU o lado Conceitual do V.
2
Uma Questão-foco é identificada, inclui conceitos, mas não sugere o Evento OU o Evento errado é identificado.
3
Uma Questão-foco clara é identificada, inclui conceitos para serem usados e diretamente relacionados com o
Evento.
TABELA II. Critério de Avaliação para a Teoria. Fonte: Gowin e Alvarez, 2005.
Valor
Parâmetro de Avaliação
0
Nenhuma Teoria é identificada.
1
Uma Teoria é identificada, mas não relaciona o Domínio Conceitual do V ou com a Questão-foco e o Evento.
2
Uma Teoria relevante é identificada e relaciona o Domínio Conceitual do V com a Questão-foco e o Evento.
TABELA III. Critério de Avaliação para os Princípios. Fonte: Gowin e Alvarez, 2005.
Valor
Parâmetro de Avaliação
0
Nenhum Princípio ou Lei são identificados.
1
Princípios são identificados e são relevantes com a Teoria.
TABELA IV. Critério de Avaliação para os Conceitos. Fonte: Gowin e Alvarez, 2005.
Valor
Parâmetro de Avaliação
0
Nenhum Conceito é identificado
1
Conceitos são identificados, mas não estão relacionados com a Questão-foco e/ou os Eventos.
2
Conceitos são identificados e estão relacionados com a Questão-foco e/ou os Eventos.
TABELA V. Critério de Avaliação para O que você espera como Resultado deste Experimento? Fonte: Gowin e Alvarez, 2005.
Valor
Parâmetro de Avaliação
0
Nenhuma expectativa é identificada.
1
Expectativas são identificadas, mas não estão relacionadas com a Questão-foco e/ou ao Evento.
2
Expectativas são identificadas e estão relacionadas com a Questão-foco e/ou ao Evento.
TABELA VI. Critério de Avaliação para o Evento. Fonte: Gowin e Alvarez, 2005.
Valor
Parâmetro de Avaliação
0
Nenhum Evento é identificado.
1
O Evento é identificado, mas é inconsistente com a Questão-foco.
2
O Evento é identificado e é consistente com a Questão-foco
TABELA VII. Critério de Avaliação para os Registro/Dados. Fonte: Gowin e Alvarez, 2005.
Valor
Parâmetro de Avaliação
0
Nenhum Registro é identificado.
1
Registros são identificados, mas são inconsistentes com a Questão-foco ou com o Evento.
2
Registros são identificados para o Evento e são consistentes com a Questão-foco.
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Diagrama de Gowin
TABELA VIII. Critério de Avaliação para as Transformações. Fonte: Gowin e Alvarez, 2005.
Valor
Parâmetro de Avaliação
0
Nenhuma Transformação é identificada.
1
Transformações são inconsistentes com a Questão-foco e com os Dados coletados a partir dos Registros.
2
Transformações são consistentes com a Questão-foco e os dados coletados a partir dos Registros.
TABELA IX. Critério de Avaliação para as Conclusões e Justificativas. Fonte: Gowin e Alvarez, 2005.
Valor Parâmetro de Avaliação
0
Nenhuma Conclusão é identificada.
1
Conclusões são inconsistentes com a Questão-foco.
2
Conclusões são derivadas dos Registros e Transformações.
3
As Conclusões são consistentes com os dados coletados nos Registros e representados nas Transformações.
4
As Conclusões contêm os componentes de 3 e conduz/sugere para uma nova Questão-foco
TABELA X. Critério de Avaliação para: O Resultado encontrado coincide com o que você esperava? Fonte: Gowin e Alvarez, 2005.
Valor
Parâmetro de Avaliação
0
Nenhum resultado é identificado.
1
Resultado é identificado, mas NÃO está relacionado com a Questão –foco e/ou o Evento.
2
Resultado é identificado e está relacionado com a Questão –foco e/ou o Evento.
III. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
A pesquisa, de natureza aplicada, “objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de proble-
mas específicos. Envolve verdades e interesses locais” (Gerhardt e Silveira, 2009, p. 35). No entanto, objetiva gerar
conhecimentos para aplicar à solução da problemática levantada, explicação dos alunos em feiras de ciências.
Quanto à abordagem do problema, a pesquisa será qualitativa “começa com pressupostos e o uso de estruturas
interpretativas/teóricas que informam o estudo dos problemas da pesquisa, abordando os significados que os indiví-
duos ou grupos atribuem a um problema social ou humano” (Creswell, 2014, p. 50).
Para responder ao objetivo foi adotado a abordagem exploratória ao proporcionar familiaridade com o problema de
pesquisa (Souza; Da Rosa; Darroz, 2010). Entretanto, foi realizada oficinas do diagrama de Gowin com seus elementos.
Nesse caminho, a base epistemológica da pesquisa ancorou-se no paradigma sociocrítico, pois, “o objetivo é pro-
mover as transformações sociais e dar respostas a problemas específicos presentes nas comunidades, mas com a par-
ticipação de seus membros” (Campoy Aranda, 2016, p. 397).
Inclusive para a pesquisa foi escolhida uma unidade escolar localizada no município de Piúma, região sul do Estado
do Espírito Santo pertencente à rede estadual. A opção pela região sul capixaba se fez pela carência local em pesquisa.
Para a amostra foram selecionados alunos do ensino médio da primeira a terceira série de uma população de 482
estudantes. Sampieri et al (2006, p. 236), mostram que “[ ] o subgrupo da população, a partir da qual são recolhidos
os dados, que deve ser representativo dessa população”. Dessa forma, obtivemos 18 grupos com 90 alunos.
Portanto, o local de pesquisa foi a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professora Filomena Quitiba,
situada na cidade de Piúma, Estado do Espírito Santo, Brasil. Umas das ações pedagógicas da escola é a Feira de Ciên-
cias Carcília de Matos Rezende que vem sendo realizada desde de 1983.
O instrumento da coleta de dados foi o diagrama de Gowin e a técnica, o corpus de análise, as fichas do diagrama
preenchidas. O objetivo da coleta de dados é proporcionar um entendimento maior sobre os significados e as experi-
ências das pessoas (Sampieri et al, 2013, p. 38).
A partir do exposto, a pesquisa foi organizada em aulas, conforme quadro I.
QUADRO I. Planejamento da proposta de trabalho
1ª Aula
Objetivo
1ª Oficina: apresentar o Método Científico
Duração
Hora/Aula: 55 minutos
Formato
Aula Expositiva com Datashow
Descrição
Aula explicando o que é e como trabalhar com o Método Científico
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Diagrama de Gowin
Objetivo
2ª Oficina: Apresentar o diagrama V
Duração
Hora/Aula: 55 minutos
2ª Aula
Formato
Aula expositiva com Datashow
Descrição
Aula explicando o que é e como trabalhar com o diagrama V
Objetivo
Entrega da proposta do experimento para cada grupo formado
Duração
Hora/Aula: 55 minutos
3ª Aula
Formato
Aula explicativa sistematizada
Descrição
Os grupos com seus experimentos iniciaram o preenchimento do diagrama V. A con-
tinuidade desta atividade se deu durante um mês no contra turno e nos horários de
planejamento do pesquisador.
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir do percurso metodológico explicitados serão apresentados os resultados da análise das fichas do diagrama
de Gowin. Entretanto, para melhor entendimento dos elementos do diagrama foram realizadas duas oficinas com
auxílio de Datashow. A primeira oficina abordou o método científico, conforme ilustrado no quadro II.
QUADRO II. Temas explorados na oficina sobre o método científico
Temáticas Etapas
Teoria Científica
 Poder explicativo
 Precisa dizer porque algo acontece, e não apenas o que acontece
 Resultado precisa ser validado
Método Científico
 O que é Ciência? O que chamamos de conhecimento científico?
 Visão idealizada: Problema → Hipótese → Experimento → Refutação/Não refutação → Problema
Método Científico
em cinco partes
 Observação: Entender seu objeto de estudo.
 Hipótese: Formular uma hipótese a partir da análise dos dados.
 Previsões: Hipótese para predizer os resultados de novas observações.
 Experimento: Desenvolver experimentos para testar suas predições.
 Teoria: Construir uma teoria que explica fenômenos.
Método científico
na prática
 Hipóteses precisam ser refutáveis
 Os experimentos precisam ser reprodutíveis
 Os resultados precisam ser comunicados
 Os métodos e resultados precisam ser criticados
Tipo de Pesquisa
 Nem toda pesquisa é feita da mesma forma, os métodos são diversos.
O método da Física
 Formulação do problema
 Observação e experimentação
 Interpretação e formulação de hipóteses
 Teste da interpretação
Durante a oficina foi abordado o início do processo do método iniciado por Renê Descartes (1596-1650) e Francis
Bacon (1561-1626) até a contemporaneidade com o advento das comunidades científicas, maneira de como se faz
ciência hoje. Gil (1999, p. 8) situa o método científico como um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos
adotados para atingir o conhecimento. Não há um método único, mas a comunidade científica segue um padrão, que
seja reprodutível, baseado na matemática e com aspectos de renovação. Lakatos e Marconi (2007) ao abordarem
sobre o método científico afirmam que “não é exclusiva da ciência, por outro lado, não há ciência sem o emprego de
métodos científicos”. O sucesso que a humanidade alcançou em termos de conhecimento foi graças a adoção de um
padrão sistematizado de pesquisa. Nessa perspectiva, González (2023) ao abordar sobre os achados do telescópio
espacial da NASA, James Webb, após um ano de sua existência, mostrou os desafios encontrados pela ciência. Assim
falou sobre o método científico:
inventar uma teoria ou várias para explicar o que nos rodeia e tentar provar que são falsas. Se conseguirmos, teremos
que encontrar outra explicação (ou, mais frequentemente, complementar a existente). Se não conseguirmos invalidar a
interpretação dos dados, podemos afirmar que estamos mais próximos da verdade. Ou que não fomos inteligentes e ima-
ginativos o suficiente; careceríamos de conhecimento, então, para saber invalidar a teoria (González, 2023).
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