Eletrostática através de uma sequência de ensino investigativa
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REVISTA DE ENSEÑANZA DE LA FÍSICA, Vol. 34, n.o 1 (2022) 90
Na Figura 3, o Grupo 1 definiu carga elétrica como propriedade das partículas que compõem o átomo e associou o
sinal à quantidade de prótons e elétrons, trazendo um caráter atômico. Na Figura 4, o Grupo 2 construiu o mapa com
informações a partir do campo elétrico, de forma que apresentou as linhas de campo radiais com sentido a depender
do sinal da carga, além de trazer as equações e os conceitos. Neste mapa mental, deve-se considerar que ainda persiste
um equívoco ao apresentar m.q=E.Q e q=Eq/m, fatos que são revistos na discussão da avaliação.
Na Figura 5, a partir da carga elétrica, o Grupo 3 apresentou a estrutura do átomo, as linhas de força com depen-
dência do sinal da carga, a quantização desta e a lei de Coulomb. Na Figura 6, o Grupo 4 construiu o mapa mental a
partir da eletricidade, dividindo-a em eletrostática, eletrodinâmica e eletromagnetismo, em que estes são subdivididos
dentro do mapa.
Ainda sobre a produção desse grupo, em eletrostática, que é objeto deste estudo, foram apresentados os tipos de
eletrização, a quantização e o sinal da carga, bem como as equações para campo e potencial elétrico. No mapa mental,
ainda podem ser vistas outras informações, como corrente e circuitos elétricos, além de indução, força e campo mag-
nético, sendo conteúdos a serem abordados em novas intervenções.
Os conteúdos de eletrostática discutidos na aula encontram-se dispostos nas produções dos discentes, de forma
que um grupo apresentou menos informações que aquelas disponibilizadas, enquanto outro mostrou vários conheci-
mentos além da eletrostática. A discussão por meio de simulações proporcionou a aquisição de novos saberes e expe-
riências a serem aplicadas na escola básica, de modo que atende o recomendado por Hartini et al. (2021).
Após o recebimento dos mapas mentais confeccionados pelos discentes, os conhecimentos apresentados foram
socializados na turma, de forma que os saberes construídos ficaram compartilhados e rediscutidos os conceitos a partir
dos equívocos encontrados na produção.
Além dos mapas mentais, três dos quatro grupos enviaram relatos sobre as experiências vivenciadas durante a
realização das atividades investigativas, bem como suas expectativas para aplicação no ensino básico.
Grupo 1: Com a utilização de software como PhET em sala de aula, torna-se mais fácil a compreensão dos estudan-
tes, pois facilita outra visão do conteúdo, não ficando somente na teoria. No ambiente escolar, o estudo relacionado a
eletromagnetismo fez-se eficiente para nos proporcionar uma ampla visão sobre cargas elétricas; com isso, foi mos-
trada uma forma como o professor pode utilizar softwares, tornando a aula mais dinâmica e compreensível, visto que
meios como o PhET trazem melhor observação na prática e facilitam o entendimento.
Grupo 2: Com base no uso do simulador durante algumas atividades, percebemos a importância de tal ferramenta,
pois notamos que a plataforma facilita o aprendizado e, consequentemente, desperta o interesse no aluno, seja no
ensino superior, seja no ensino básico. Tratando-se do ensino básico, é possível ver que conseguiremos adquirir uma
participação mais efetiva e ativa dos alunos, uma vez que aborda os conteúdos de forma mais interativa e dinâmica.
Grupo 3: A intervenção foi desenvolvida com a finalidade de incentivar futuros professores a usar o simulador PhET
junto aos seus estudantes, como meio para potencializar a aprendizagem. Essa experiência ajudou a compreender a
necessidade de se transformar a educação e incorporar a tecnologia no ensino para motivar e facilitar a aprendizagem.
Diante disso, a utilização desses recursos no cotidiano escolar nos proporciona uma possibilidade de aulas mais dinâ-
micas e quebra a hegemonia do professor e da lousa. Portanto, é possível, mediante as tecnologias, pensar em um
ensino de ciências divertido, dinâmico, recheado de aspectos do dia a dia e que questiona, de forma consistente, a
realidade e os modelos da física.
Os relatos apresentados salientam que os integrantes do PIBID se mostram satisfeitos com a utilização de simula-
ções da plataforma PhET e a sequência de atividades, bem como compreendem o poder de potencialização da simu-
lação, fazendo aproximar teoria e prática de forma participativa e motivadora. Esses fatos vêm contribuir com Moura,
Ramos e Lavor (2020) ao concluir que o simulador proporcionou a visualização do conteúdo, além de afirmar que as
tecnologias favorecem o ensino e a aprendizagem quando estão aliadas a um planejamento estruturado e seguido de
uma sequência de ensino.
V. CONCLUSÕES
Essa intervenção propôs o ensino de eletrostática com o objetivo de aprimorar conhecimentos de discentes do PIBID
para que estes tenham melhores oportunidades de multiplicar experiências na educação básica. Então, foi utilizado o
simulador Cargas e Campos dentro de uma SEI, que também contou com discussão de conteúdo, com aplicações e
com construção de um mapa mental pelos futuros docentes.
Durante a execução das fases da sequência proposta, houve a participação discente com diálogo sobre os concei-
tos, as propriedades e as equações que regem os fenômenos eletrostáticos. Nas simulações, os participantes puderam
interagir com o ambiente virtual, verificando as ações de campo e força a partir de cargas elétricas, criando a aproxi-
mação entre teoria e prática.