VOLUMEN 33, NÚMERO 2 | Número especial | PP. 421-428
ISSN: 2250-6101
X|
www.revistas.unc.edu.ar/index.php/revistaEF
REVISTA DE ENSEÑANZA DE LA FÍSICA, Vol. 33, no. 2 (2021) 421
La evaluación del presente artículo estuvo a cargo de la organización de la XIV Conferencia Interamericana de Educación en Física
Reflexões sobre o uso de um podcast
no ensino de física em tempos
pandêmicos
Thoughts on the use of podcast in physics teaching
in pandemic times
Daniela Cristina Panciera
1
*, Juarez Dal'Acqua Junior
1
, Carlos Henrique Ries
1
,
Guilherme Tirelli
1
, Vinícius Falavigna Dalfovo
1
, André Ary Leonel
2
1
Curso de Licenciatura em Física, Centro de Ciências Física e Matemáticas, Universidade Federal de Santa Catarina, R.
Eng. Agronômico Andrei Cristian Ferreira, s/n - Trindade, Caixa Postal: 5040, Cep: 88040-900 - Florianópolis, SC, Brasil.
2
Departamento de Metodologia de Ensino, Programa de Pós-graduação em Educação Científica e Tecnológica, Uni-
versidade Federal de Santa Catarina, R. Eng. Agronômico Andrei Cristian Ferreira, s/n - Trindade, Caixa Postal: 5040,
Cep: 88040-900 - Florianópolis, SC, Brasil.
*E-mail: danielacpanciera@gmail.com
Recibido el 15 de junio de 2021 | Aceptado el 1 de septiembre de 2021
Resumo
O presente trabalho aborda uma investigação em torno da elaborão e avaliação de um Podcast, realizada ao longo das disciplinas de
Estágio Supervisionado em Ensino de Física A e B, de um curso de Licenciatura emsica de uma Universidade Federal do Sul do Brasil,
no contexto do Ensino Remoto Emergencial, em consequência da Pandemia do COVID-19. Tendo em vista a quantidade de informações
falsas veiculadas na mídia sobre o funcionamento do termômetro de infravermelho, foi decidido que o primeiro episódio do Podcast
seria sobre o funcionamento deste termômetro, abordando todos os conteúdos físicos para o bom entendimento do mesmo. Para o
segundo episódio, o tema escolhido, baseado no resultado de enquetes e em dificuldades identificadas nos estudantes, foi “Magne-
tosfera Terrestre”, com um bloco dedicado à questões de astrobiologia e outro falando sobre sar Lattes. Ao fim do trabalho, concluiu-
se que os podcasts podem ser considerados um instrumento de divulgação científica com grande potencial para a disseminão de
informação, podendo contribuir efetivamente com o processo de ensino-aprendizagem da sica, seja por conta de suas características,
como tipo dedia, quanto pelo engajamento dos ouvintes.
Palavras chave: Ensino de Física; Pandemia; Podcast; Estágio Supervisionado.
Abstract
The present work addresses an investigation around the preparation and evaluation of a podcast, carried out along the discipline of
Supervised Internship in Physics' Teaching A and B, of a Physics Degree course at a Federal University in the South of Brazil, in the
context of the Emergency Remote Education, as a result of the COVID-19 Pandemic. In view of the amount of false information conveyed
in the media about the operation of the infrared thermometer, it was decided that the first episode of the podcast would be about the
operation of this thermometer, addressing all the physics content for its proper understanding. For the second episode, the chosen
theme, based on the results of surveys and difficulties identified on the students, was "Earth Magnetosphere", with a section dedicated
to astrobiology subjects and another one talking about César Lattes. At the end of the practice, it was concluded that podcasts can be
considered an instrument of scientific education with great potential for the dissemination of information, and can contribute to the
teaching-learning process of Physics, due to its characteristics as a type of media and by the engagement of the listeners.
Keywords: Physics Education; Pandemic; Podcast; Supervised Internship.
O uso de um podcast no ensino de física
www.revistas.unc.edu.ar/index.php/revistaEF
REVISTA DE ENSEÑANZA DE LA FÍSICA, Vol. 33, no. 2 (2021) 422
I. INTRODUÇÃO
Logo após o seu surgimento em 2004, o podcast foi adotado por diversos ouvintes, devido sua facilidade de gravação
e divulgação pela internet. Conforme apontam Moura e Carvalho (2006), o podcast foi inicialmente desenvolvido para
facilitar a divulgação de programas de rádio para os ouvintes, mas com o tempo a mídia passou a ser utilizada para
outras finalidades. Uma delas é o seu uso na educação e em temas relacionados à divulgação das ciências (Martin,
Vilas Boas, Arruda e Passos, 2020). Algo que pode ter ajudado a tornar o podcast mais acessível foi o expressivo au-
mento de acesso à internet pela população brasileira, que entre 2005 e 2008 teve um aumento de 75,3%, de acordo
com o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010). Uma vez que essa mídia é dispo-
nibilizada via internet, convém as pessoas estarem conectadas na rede para conseguirem acessar e ouvir.
O consumo de podcasts vem crescendo muito nos últimos anos, durante 2019 o consumo cresceu 67% no Brasil
(Mognon, 2019), em 2020, com a pandemia, o consumo e produção de podcasts aumentou ainda mais. No bojo deste
crescimento, o presente trabalho tem como objetivo evidenciar as oportunidades e desafios do uso de Podcast no
processo de ensino-aprendizagem de Física. Nesta perspectiva, é apresentada uma investigação em torno da elabo-
ração e avaliação de um Podcast, realizada ao longo do segundo semestre de 2020, envolvendo as disciplinas de Está-
gio Supervisionado em Ensino de Física A (ESEF-A) e Estágio Supervisionado em Ensino de Física B (ESEF-B), de um
curso de Licenciatura em Física de uma Universidade Federal do Sul do Brasil, no contexto do Ensino Remoto Emer-
gencial (ERE), em consequência da Pandemia do COVID-19. Toda as atividades desenvolvidas ao longo destas discipli-
nas dialogam com a perspectiva da reconstrução social (Lisita, Rosa e Lipovetsky, 2001), a qual propõe a formação de
professores para exercer o ensino como atividade crítica, realizado com base em princípios éticos, democráticos e
favoráveis à justiça social, capazes de refletir criticamente sobre o ensino e o contexto social de sua realização.
No que diz respeito ao contexto da realização, todos os licenciandos, de cada uma das disciplinas de estágio, foram
alocados em uma das turmas do Colégio de Aplicação (CA), ficando a turma de ESEF-A com o terceiro ano do ensino
médio (EM) e a turma de ESEF-B com o primeiro ano, também do EM. A partir desta organização foi planejado um
encontro com os respectivos professores de Física do terceiro ano e primeiro ano com as turmas de estágio. Nestes
encontros os professores apresentaram como estavam ocorrendo as atividades de ensino no CA e, especificamente,
como estavam acontecendo as aulas de Física. Além disso, os professores relataram sobre os desafios enfrentados
com o ensino remoto e quais eram as suas expectativas com a participação dos estagiários, enfatizando que contavam
com a ajuda dos estagiários na elaboração de questões/problemas acerca dos conteúdos estudados, na seleção e
produção de conteúdos e ferramentas que pudessem contribuir com o processo de ensino-aprendizagem da Física. A
partir desta conversa e do acompanhamento das atividades síncronas e assíncronas das duas turmas, que estudantes
de ambas as disciplinas de estágio tiveram a ideia da criação do Podcast. Foi buscando despertar o interesse dos
estudantes do EM para o estudo da Física, contribuir com a abordagem dos conteúdos apresentados pelos professo-
res, bem como esclarecer possíveis dúvidas dos estudantes, dinamizar o currículo e potencializar a interação com os
conteúdos que o podcast foi criado.
II. USO DE PODCAST NO ENSINO
A utilização do Podcast no ensino pode ser bem diversa, indo desde de uma abordagem complementar do que é
passado em aula, como sugerem (Donnley e Berge, 2006), indicando a utilização da ferramenta no ensino como trans-
missão e reforço do conteúdo visto em aula, até como a sua própria utilização em aula apresentando parte do conte-
údo. Além disso, o podcast permite que o professor aprofunde conteúdos que outrora não conseguiria explorar em
sala de aula, devido ao tempo, servindo também como um instrumento que pode instigar a imaginação dos estudan-
tes. Além disso, seu formato permite que os estudantes o ouçam em momentos nos quais realizam atividades mais
mecânicas, ou seja, que não demandam tanta atenção, como lavar a louça, bem como qualquer outra atividade do-
méstica ou ainda em atividades de esportes e lazer.
O Podcast permite que os estudantes adotem um papel ativo, podendo, por exemplo, responder perguntas e fazer
pesquisas deixadas como tarefa em um episódio, e até mesmo participar da produção deste. Além disso, o podcast
também tem a vantagem de funcionar como um facilitador para o acesso a diversos conteúdos, podendo ser acessado
de diversos lugares e por diferentes dispositivos a qualquer tempo, conforme apontam Saidelles, Minuzi, Barin e San-
tos (2018). A mídia também é uma valiosa alternativa para estudantes que possuem deficiências visuais, favorecendo
a diversificação do acesso aos mais variados conteúdos por estes sujeitos (Freire, 2011).
Como qualquer TDIC utilizada no ensino, não é possível atribuir ao podcast a responsabilidade de resolver os pro-
blemas educacionais, porém, conforme Soares, Miranda e Smaniotto (2018), se combinado com outros métodos de
ensino, o uso de podcasts enriquece a experiência educacional para a transmissão e construção de conhecimento pelo
discente.
O uso de um podcast no ensino de física
www.revistas.unc.edu.ar/index.php/revistaEF
REVISTA DE ENSEÑANZA DE LA FÍSICA, Vol. 33, no. 2 (2021) 423
Para Carvalho (2009) um dos benefícios do uso do podcast no ensino é que o professor pode gravar o podcast
sobre um determinado conteúdo em casa e compartilhá-lo com os estudantes antes da aula, para que eles possam
ouvi-lo e durante a aula usar o conteúdo do episódio para dinamizar debates, realizar atividades e resolução de exer-
cícios. Em cursos a distância, ou no contexto de ERE que nos encontramos, Seitzinger (2006) enfatiza que o podcast
pode ser uma forma de criar uma presença social, aproximando professor e estudantes, melhorando a relação entre
eles. Carvalho (2008) salienta, após um estudo de caso onde aplicou um podcast, que os estudantes relataram uma
sensação de proximidade ao ouvirem a voz do professor fora do contexto da aula, resultando em uma maior intimi-
dade com o professor.
Ao participar da produção, além de promover a interação dos professores em formação que estão distanciados
devido a pandemia, permite aos mais tímidos vencerem as dificuldades de se expor, encarando apenas o microfone e
não todo o grupo (Carvalho, 2009), podendo ser considerado uma forma de terapia para quem tem dificuldades de
fala ou problemas de dicção.
De acordo com Kaplún (2017), para criar um Podcast é preciso se atentar a alguns detalhes, como: público-alvo,
que é para quem será destinado o arquivo de áudio, é preciso definir um tema para o episódio e após isso é necessário
produzir um roteiro. Também é importante selecionar um nome para o Podcast, uma identidade sonora e definir
integrantes e convidados de cada episódio. Assim, após tudo isso definido, é o momento de gravar e depois editar o
arquivo de áudio. Para Kaplún (2017), o tema deve ser do interesse do público-alvo que se deseja atingir. Uma vez
definido o blico-alvo e o tema, é necessário se atentar ao roteiro. Um roteiro é muito importante para o episódio
de um Podcast pois é onde será escrito tudo que será falado (Kaplún, 2017). O tamanho de um episódio de Podcast é
definido na síntese do roteiro. Com o roteiro pronto, é o momento de gravar o episódio. Após a gravação das falas
dos locutores, chega o momento da edição dos áudios. A edição deve tirar qualquer imperfeição que possa ter na
gravação, como respiração, momentos sem voz, sons indesejados, e qualquer ruído que não faça parte do arquivo.
III. A INVESTIGAÇÃO: CONTEXTO DA PESQUISA
A pandemia do covid-19 forçou os docentes e estagiários a buscarem alternativas didático-metodológicas que garan-
tisse a inclusão dos estudantes e potencializasse a mediação e a interação. Nesse cenário, o podcast tem sido um forte
aliado, tendo seu uso aumentado significativamente.
A partir da organização do CA para o ERE, as quatro turmas de primeiro ano do EM, com total de 103 estudantes,
assim como as três turmas do terceiro ano, com um total de 75 estudantes, foram integradas em uma mesma sala no
Moodle, ambas com dois encontros síncronos por semana, com uma duração de 40 minutos cada e várias atividades
assíncronas. Em média, a presença nos momentos síncronos girava em torno de 70% das turmas. A maioria das aulas
foram realizadas pelo plugin Big Blue Button no Moodle, envolvendo a apresentação de slides e resoluções de exercí-
cios. As aulas também eram gravadas, de modo que os estagiários e os estudantes pudessem acessar posteriormente.
Como o tempo dos momentos síncronos foram reduzidos, sobretudo para garantir uma maior participação e aten-
ção dos estudantes, foi decidido que os estagiários iriam participar dos encontros síncronos de forma mais passiva e
atuar mais ativamente no planejamento e acompanhamento das atividades assíncronas, a partir das dificuldades e
demandas identificadas nos momentos síncronos e no desenvolvimento das atividades assíncronas.
Acontece que nenhum dos estagiários tinha experiência com o uso do Moodle, para além da função de estudante.
Para contornar essa situação o professor das disciplinas de estágio, um dos autores deste trabalho, criou uma sala
paralela à sala da disciplina no Moodle e adicionou os estagiários, com a função de “Assistente Técnico/Pedagógico”.
O professor organizou essa sala com vários tutoriais sobre as ferramentas e atividades do Moodle, criou um espaço
chamado “playground”, onde os estagiários poderiam elaborar as atividades planejadas com os recursos mais apro-
priados, antes que elas fossem adicionadas ao ambiente de Física dos terceiros anos e primeiros anos. Além disso, o
professor das disciplinas de estágio criou um espaço de monitoria, além dos encontros síncronos das disciplinas, para
tirar as dúvidas com relação ao uso do Moodle e do planejamento das atividades pensadas. Foi em um desses encon-
tros de monitoria que surgiu a ideia da produção do podcast.
Nenhum dos estudantes das disciplinas de estágio tinha experiência com a produção de podcasts, mas o fato de
serem usuários deste recurso, somado às demandas do ERE, despertou o interesse desses estudantes para a produção.
A dinâmica das disciplinas de estágio privilegiava a pesquisa, almejando a formação de professores pesquisadores,
autores de sua prática. Assim, criou-se um coletivo de estudantes de ambas as disciplinas, com o intuito pesquisar,
estudar e entender melhor esse processo de produção. A partir das ideias de Kaplún (2017), foi definido que o público-
alvo seria os estudantes do primeiro e terceiro ano do EM do CA, mas que também seria possível, a partir desta expe-
riência inicial, disponibilizar o podcast para estudantes de outras escolas. De forma colaborativa e dialógica elegeu-se
o nome do podcast: "Think Physics" e a partir do nome, também de forma colaborativa, foi construída a sua identi-
dade.
O uso de um podcast no ensino de física
www.revistas.unc.edu.ar/index.php/revistaEF
REVISTA DE ENSEÑANZA DE LA FÍSICA, Vol. 33, no. 2 (2021) 424
Ao mesmo tempo em que faziam pesquisas e estudavam para criar os conteúdos para o podcast, os estudantes
das disciplinas de estágio conheciam os softwares de edição de áudio. No contexto deste trabalho foi utilizado o sof-
tware livre Bandlab, que embora não seja específico para a produção de podcasts, permite edição no próprio navega-
dor, além de permitir cooperação na edição, que facilita no processo de trabalho em grupo dentro da edição (Bandlab
Technologies, 2021). Para além das orientações de Kaplún (2017), a produção do podcast envolveu a escrita de men-
sagens para ser enviada aos estudantes via Moodle e questões para a enquete que acompanharia cada um dos episó-
dios.
A escolha do tema para o primeiro episódio se baseou nos seguintes critérios: ser um tema atual, do cotidiano dos
estudantes, que envolva algum aprendizado. Pensando nesses temas surgiram várias ideias, a escolhida foi falar sobre
o termômetro infravermelho, que está sendo utilizado na entrada de mercados e outros comércios, também devido
ao fato de que corria algumas fake news sobre o aparelho. O roteiro foi dividido em Blocos, para diferenciar os assun-
tos tratados durante o podcast. Assim surgiu o episódio 1: "Termômetro de testa”.
O primeiro episódio começou com a leitura de um comentário que é uma fake news sobre o termômetro infraver-
melho, qual diz que ele causa câncer e cegueira, o comentário também faz uma “confusão”, problematizando a dife-
rença entre raio infravermelho e ultravioleta, logo em seguida é feito comentários sobre os erros e para explicar esses
erros foi necessário explicar os conceitos de frequência de onda e espectro eletromagnético, ionização da matéria e
radiação infravermelha. Para criar o roteiro deste episódio foi feita uma reunião com quatro dos estagiários, três deles
do ESEF-A e um do ESEF-B, os 4 também atuaram no podcast. Como eram quatro vozes, houve certo desafio em
organizar os volumes e efeitos, as vozes das diferentes gravações também ficaram diferentes, o que acarretou em
mais tempo de edição. Fazer o roteiro de forma colaborativa também deixou o processo mais lento, uma vez que as
ideias tinham que circular e ser explicadas diversas vezes, mas tornou o processo mais rico.
A gravação do episódio 1 utilizou-se do software livre Discord (Discord Inc., 2021). O Discord é uma multiplata-
forma com foco em chat de voz e texto. O Discord permite que os usuários interajam entre si individualmente ou em
grupo por meio de um servidor (Pocket-lint, 2021).
A partir da enquete do primeiro episódio, foi possível avaliar qual o maior interesse dos estudantes para a produ-
ção de um segundo episódio, revelando que os estudantes tinham interesse por temas que ganharam prêmio nobel e
físicos brasileiros, pensando neste resultado, e na dificuldade dos estudantes do terceiro ano na matéria de eletro-
magnetismo, surgiu o segundo episódio: “Vida extraterrestre, magnetosfera e César Lattes”.
Foram feitos vários aprimoramentos no segundo episódio a partir da experiência do primeiro episódio e da análise
das respostas da enquete. A gravação foi feita separadamente, usando os próprios softwares do dispositivo de cada
um dos participantes, o que melhorou a qualidade das gravações. Nos blocos houveram acréscimos, decidiu-se por
colocar no final dos episódios uma tarefa ou questionamento, para que os ouvintes pesquisassem sobre o assunto,
indo além do podcast, se relacionando de maneira mais ativa com o conhecimento. Foi decidido também fazer um
formato de abertura definitivo, onde é tocado um sino após a recapitulação do último episódio publicado, como forma
de incentivar o ouvinte não só a ouvir o episódio passado, mas provocar aqueles que ouviram a relembrar do questi-
onamento feito no final do episódio passado. Como não houve questionamento final no episódio 1, neste não houve
essa realimentação. Para exemplificar melhor, no episódio 2 foi apresentado a ideia do aparato de vela solar, cujo
funcionamento se baseia na ideia de transferência de momento, ao se aproveitar do momento dos fótons emitidos
pelo sol para se mover pelo espaço, então é levantado a pergunta “mas como o fóton tem momento se ele não tem
massa?” se conclui então dizendo que o ouvinte deve buscar essa resposta.
O episódio contempla, além da abertura e finalização discutidos acima, a magnetosfera e seu papel de proteção
contra raios cósmicos e ventos solares, aurora polar, em seguida as implicações da magnetosfera na vida terrestre,
comentários sobre astrobiologia e condições necessárias para haver vida em um planeta, o próximo bloco então dis-
cute de como surge a magnetosfera, teoria do dínamo, e anomalia da américa do sul, que é o ponto onde entra a
história de César Lattes.
Foi tomado o cuidado para não passar a ideia de cientista herói, que comumente aparece nas narrativas em livros
didáticos e na cultura popular (Ribeiro, 2007), dizendo que ele tinha uma equipe de pesquisa, que ele “esteve na
equipe que ganhou o Prêmio Nobel de 1950” e que “Lattes e outros cientistas brasileiros fundaram um centro para
realizar pesquisas, o CBPF”, de maneira que não é retirado o mérito de César Lattes e também não é deixado de lado
o papel social e político do fazer ciência.
Na edição foi possível escolher efeitos sonoros que auxiliem o ouvinte a compreender o que está sendo dito, assim
como “entrar no clima” de aprendizado e criar relações com outros conhecimentos e conteúdos, pensando nisso al-
guns efeitos foram escolhidos, se complementando e contribuindo com a narrativa. O estéreo do áudio é alterado de
maneira que uma das vozes fique um pouco para a direita e o outro para a esquerda, um ouvido desatento não per-
cebe que essa diferença, mas o subconsciente entende como duas pessoas diferentes, isso promove a ideia de
diálogo no podcast. No começo da aula é tocado um sino, como um sino usual de colégio, logo em seguida é introdu-
zido o tema, e lentamente começa a tocar um jazz ao fundo, o objetivo desses efeitos são vários, o sino traz o
O uso de um podcast no ensino de física
www.revistas.unc.edu.ar/index.php/revistaEF
REVISTA DE ENSEÑANZA DE LA FÍSICA, Vol. 33, no. 2 (2021) 425
estudante para um clima de sala de aula, por ser um pico agudo acaba deixando o ouvinte em alerta, então o ouvinte
presta atenção no que está sendo dito, e o jazz ao fundo, além de tornar o áudio mais agradável de ouvir, também
serve como relaxamento decorrente da atenção exagerada que o sino infringe. Na transição entre o bloco de magne-
tosfera e a proteção da vida terrestre e astrobiologia o efeito de um cometa passando, novamente é utilizado a
alteração do volume dos canais do estéreo para realmente dar a impressão de que algo passou pelo ouvinte. Quando
começa a se falar sobre a anomalia da américa do sul começa a tocar no fundo a música temática do filme Arquivo-X
trazendo um sentimento de mistério e comicidade, no fim do anúncio da tarefa é colocado a frase do “ET bilu” “...
apenas que busquem conhecimento.” que ficou muito famosa na última década e é praticamente um patrimônio
cultural, além de cômico também tem tudo a ver com o objetivo de fazer com que o ouvinte tenha autoria no próprio
aprendizado. O áudio então termina com a música do Gilberto Gil “Ciência e Arte” que faz menção ao César Lattes.
Foi também realizado um terceiro episódio, porém, por se tratar do encerramento do ano letivo, não foi acompa-
nhado de uma enquete. O tema tratado neste episódio foi o experimento de Oersted, com o objetivo de generalizar
algumas características deste experimento para a experimentação em geral e o seu papel na ciência. Os pontos abor-
dados pelo texto foram: quem foi Oersted e em que tempo viveu; qual o contexto a ciência se encontrava nessa época;
o que foi seu experimento; as relações do experimento com o contexto em que a ciência se encontrava e com as
premissas teóricas do cientista; o experimento foi acidental ou não; a carga teórica por trás dos experimentos. Além
disso, foi adicionado ao roteiro uma discussão final sobre algumas tecnologias derivadas diretamente do fenômeno
notado por Oersted, relacionando questões científicas, tecnológicas e sociais, numa perspectiva do movimento CTS.
Esse texto foi adaptado para o roteiro do episódio, na forma de um diálogo informal entre três pessoas.
Assim, para contribuir com o objetivo deste trabalho, foram elaboradas duas enquetes. O próximo tópico será
dedicado à apresentação e análise descritiva dos resultados, evidenciando as oportunidades e desafios do Podcast
para o Ensino de Física e sua elaboração como parte de um processo contínuo de reflexão coletiva entre a equipe
docente.
IV. OS RESULTADOS: OPORTUNIDADES E DESAFIOS
Conforme foi informado, as enquetes foram construídas com cinco questões em cada uma delas, cujos resultados
serão descritos a seguir, com ênfase para as respostas que mais se destacaram, no que diz respeito às oportunidades
e desafios relacionados ao uso do Podcast para o Ensino de Física.
Das perguntas referentes ao episódio 1, a pergunta 1 é do tipo sim ou não, as perguntas 2, 3 e 4 são do tipo caixa
de texto, e a pergunta 5 é do tipo múltipla escolha. Apenas as questões 1 e 5 são obrigatórias. A enquete deste pri-
meiro episódio recebeu 64 respostas de estudantes do primeiro ano e 12 respostas dos estudantes do terceiro ano.
O número reduzido de respostas do terceiro ano pode ser justificado pela tensão que os estudantes desta turma
estavam com a aproximação do final do ano letivo, com quantidade de avaliações e as preocupações com os exames
classificatórios e com um futuro incerto em um período caótico, que foi o final de 2020.
A primeira pergunta questionava se o podcast havia ajudado os estudantes a compreender o conteúdo. Todos os
64 estudantes do primeiro ano e os 12 do terceiro ano escolheram a alternativa “sim”, afirmando que o podcast con-
tribuiu com a compreensão do conteúdo. A segunda pergunta tratava do “tamanho”, intervalo de tempo do episódio,
questionava se os estudantes tinham gostado do tamanho e sobre o caso de não terem gostado, quanto tempo gos-
tariam que tivesse os próximos episódios. Apenas um dos estudantes do terceiro ano respondeu que preferia episó-
dios longos: “Eu gostei bastante, por isso acharia até legal ter até 1 hora ou mais”, enquanto no primeiro ano, cinco
estudantes, responderam que prefeririam tempos diferentes, sendo “metade do tempo”, “30 minutos”, “10 ou 15
minutos”, acho que 20 minutos” e “12 minutos bom”. Os restantes responderam que estavam satisfeitos com o
tempo, que teve uma duração de pouco mais do que doze minutos.
Na terceira pergunta: ”Você ficou com alguma dúvida sobre o conteúdo? Se sim, qual sua dúvida?”, um dos estu-
dantes do terceiro ano escreveu: “Fiquei com algumas dúvidas, porém vi alguns exercícios na internet para saná-las”,
já no primeiro ano surgiram as seguintes respostas: “Eu tinha dúvida em relação a radiação dos medidores de tempe-
raturas”; e “Nada que eu consiga pensar agora“. Todo o restante respondeu que não havia dúvidas. Vale ressaltar que
foi feito contato, por mensagem do Moodle, pedindo para estes estudantes compartilhassem suas dúvidas, a fim de
que fossem esclarecidas para toda a turma em momento síncrono ou de forma assíncrona, no fórum de dúvidas, por
exemplo. Desta maneira, as interações e a mediação poderiam ser fortalecidas para além do espaço do podcast.
A pergunta 4: “Você teve alguma dificuldade técnica para ouvir o podcast? Se sim, nos conte o que aconteceu”,
obteve diversas respostas, devido a sua natureza mais objetiva, no primeiro ano as respostas foram: “internet ruim”,
“Às vezes dava umas paradas, mas acredito que seja por conta do meu dispositivo móvel”, “demorei 2 anos pra achar
ele no Moodle, mas no fim deu certo”, “Não, porém uma voz estava mais baixa que as outras necessitando de mais
atenção na hora de ouvir”, “Como alguém que também lida com o inferno que é produção de áudio, acho que os
O uso de um podcast no ensino de física
www.revistas.unc.edu.ar/index.php/revistaEF
REVISTA DE ENSEÑANZA DE LA FÍSICA, Vol. 33, no. 2 (2021) 426
volumes das vozes estavam um pouco desiguais. Eu uso a função Normalização de Volume do Audacity, recomendo
bastante”, “Em alguns momentos o podcast parava sozinho, mas pode ser problemas de internet”, “Ele travou em
09:37, mas dei f5 e voltou ao normal”, “Acho que o áudio estava um pouco baixo”, “Tive que baixar para conseguir
ouvir, mas fora isso funcionou perfeitamente”, já no terceiro ano as respostas foram: “Acho que só no ajuste de som
quanto tive que aumentar manualmente pela caixinha do computador”, “O som desse podcast estava um pouco aba-
fado”, “Técnica não, somente dificuldade em acompanhar somente por áudio”. O restante dos estudantes simples-
mente respondeu: “não”.
A pergunta 5: “Quais assuntos você gostaria de ouvir nos próximos episódios?”, como mencionado anteriormente
era de múltipla escolha, de modo que o estudante poderia escolher os assuntos de interesse, os votos para primeiro
e terceiro ano, respectivamente em cada assunto, foram: “Natureza da ciência (Revistas científicas, mercado editorial
e o SciHub)”, com 29 e 6 votos, “Temas que ganharam o prêmio Nobel”, com 34 e 8 votos, “Laboratórios famosos no
mundo.” com 29 e 4, “Físicos brasileiros.” com 26 e 8 votos, “Tesla, Starlink, Neuralink.” com 26 e 2 votos, “Pseudoci-
ências (ex: física quântica vs terapia quântica).” com 29 e 5 votos, “A física na pandemia” com 23 e 9 votos. Como
informado no tópico anterior, esta questão serviu para a seleção do tema e produção do segundo episódio.
Com relação a enquete do segundo episódio, a primeira pergunta foi do tipo escala, em que cada estudante pode
escolher um valor de 1 até 10, a segunda e a terceira pergunta do tipo “sim” ou “não”, e a quarta e quinta pergunta
do tipo caixa de texto. Apenas as questões 1 e 2 são obrigatórias.
Tivemos um total de 33 respostas dos estudantes do primeiro ano e 7 dos estudantes do terceiro. A pergunta 1
era “Escolha um valor baseado no quanto você ficou satisfeito com este segundo episódio. Sendo 1 para ruim e 10
para muito bom:” a média para o primeiro e terceiro ano, foram, respectivamente, 8,8 e 7,9.
A pergunta 2: “Você já conhecia César Lattes?” obteve 2 respostas “sim” e 31 “não”, para o primeiro ano, e 0 “sim”
e 7 “não” para o terceiro ano.
A pergunta 3 interrogava: “Digamos que continuamos produzindo e publicando periodicamente o podcast, você
continuaria nos acompanhando?”, obteve 23 respostas “sim” e 3 “não”, para o primeiro ano, e 3 “sim” e 1 “não” para
o terceiro ano. A pergunta 4: “Deixe aqui sua crítica, ressalva ou elogio”, obteve 12 respostas no primeiro ano e 4 no
terceiro, todas elogiando o trabalho e/ou apresentando críticas construtivas, como por exemplo, com relação a qua-
lidade do som, cabendo destaque para as seguintes respostas: “acho que a qualidade do áudio ainda pode melhorar,
mas ainda sim é muito bom de escutar enquanto faz outras coisas”, “Agradeço e parabenizo todos vocês pelo Podcast
ThinkPhysics, o trabalho que vocês estão desenvolvendo está maravilhoso e estou conseguindo aprender física de
uma maneira mais interessante e divertida”, “Achei bem legal o podcast, ele é bem claro e informativo. Gostei das
músicas e dos efeitos sonoros também. O conteúdo é muito interessante, principalmente porque trouxe um físico
brasileiro”, "Tá parecendo um programa de rádio, bem massa”, “gostei que é um podcast rápido e bem explicativo”.
A pergunta 5: “Você ficou com alguma dúvida sobre o conteúdo? Se sim, qual sua dúvida?” não obteve nenhuma
resposta positiva.
Com base nas respostas das duas enquetes, pode-se perceber que a maioria dos estudantes teve interesse em
utilizar o podcast como recurso auxiliar no seu processo de ensino-aprendizagem. Em geral os estudantes gostaram
bastante dos episódios, mas alguns relataram problemas relativos aos volumes das vozes no primeiro episódio. Já no
segundo episódio apenas um dos estudantes comentou: “acho que a qualidade do áudio ainda pode melhorar, mas
ainda sim é muito bom de escutar enquanto faz outras coisas”. Portanto, interpretamos que a qualidade da edição
melhorou, inclusive um outro estudante comentou que muito bom, melhor que o primeiro”. Além disso, houve di-
versos elogios para o segundo episódio. O que demonstra a importância do domínio dos conteúdos abordados, dos
recursos tecnológicos necessários para a criação de podcasts e de estratégias didático-metodológicas para fomentar
a interação. Eis aqui um grande desafio. Muitos professores não têm o domínio destes recursos tecnológicos e em se
tratando do Ensino de Física, muitos professores que atuam em nossas escolas não possuem licenciatura para o ensino
desta ciência. Além disso, muitos professores não possuem tempo adequado para estudar, participar de cursos de
formação continuada, fazer pesquisas e refletir sobre a prática. Neste sentido, faz-se urgente a valorização do trabalho
docente e a criação de políticas públicas que garantam uma estrutura adequada para o pleno desenvolvimento da
docência.
Com essa experiência é possível afirmar, em concordância com (Martin et al., 2020), que os podcasts podem ser
considerados um instrumento de divulgação científica com grande potencial de disseminação de informação, podendo
contribuir com o ensino de ciências, seja por conta de suas características como tipo de mídia quanto pelo engaja-
mento dos ouvintes. Além disso, pode ser utilizado como material complementar pelos professores ou como possibi-
lidade de atualizar o currículo, trazendo a abordagem de temas diversos e a quebra da barreira do tempo de aula, que
muitas vezes impede essa abordagem, podendo despertar e/ou intensificar o interesse pelas ciências e ainda por uma
carreira científica.
O uso de um podcast no ensino de física
www.revistas.unc.edu.ar/index.php/revistaEF
REVISTA DE ENSEÑANZA DE LA FÍSICA, Vol. 33, no. 2 (2021) 427
No que diz respeito à avaliação da aprendizagem, um dos grandes desafios que perdura na área de Ensino de Física,
o podcast pode ser utilizado como uma estratégia interessante, seja associado ao uso de questionários e resoluções
de problemas ou no envolvimento dos estudantes na produção de novos episódios sobre temas diversos, fazendo
com que assumam um papel mais ativo na construção do conhecimento e no processo de ensino-aprendizagem. Nesta
direção, acredita-se que, uma maneira de tornar esse processo mais significativo seria envolver os estudantes do EM
na construção dos episódios, pois conforme (Demo, 2011), a produção de episódios pelos estudantes possibilita que
eles sejam autores do seu aprendizado, aumentando ainda mais a interação, engajamento e interesse pelo conteúdo.
Ademais, a ideia de disponibilizar um episódio do podcast juntamente com uma enquete relacionada ao tema mos-
trou-se uma alternativa ao processo de avaliação.
V. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo da prática, fortaleceu-se a ideia de que “o podcast pode ser uma excelente ferramenta para a mediação
pedagógica à medida que flexibiliza à aprendizagem e os espaços de ensinar e aprender” (Saidelles et al., 2018), visto
que possibilita o “consumo” de informação, em diferentes formatos, durante vários momentos do dia-a-dia. Sua pro-
dução pode ser um grande desafio, de certa forma, a formalização da linguagem e a rigorosidade teórica do conteúdo
científico se opõem a um ambiente divertido e descontraído de “entretenimento”, e o meio termo entre os dois pode
não ser alcançado facilmente. O objetivo não necessariamente precisa ser encontrar esse meio termo, há espaço para
podcasts puramente teóricos e outros que visam somente o entretenimento, entretanto para os fins deste projeto e
para sua adequação como material paradidático, optou-se por não reproduzir características do ensino padrão de
física em sala de aula, ao mesmo tempo que tivesse certa profundidade e acuidade teórica, e o caminho para alcançar
isso pode ser mais longo que alguns episódios.
É importante entender que o podcast por si não conta da aprendizagem dos estudantes. A criação de um
material que cubra todo o conteúdo leva muito tempo para ser pensado e desenvolvido, e o perfil de cada estudante
também importa, talvez nem todos consigam aprender bem usando somente este recurso. Entretanto, o podcast
apresentou grande potencial para complementar a prática, aumentar a interação entre os estudantes e o conteúdo,
diversificar o currículo e o processo avaliativo, promovendo uma abordagem mais descontraída, com curiosidades,
com um caráter interdisciplinar. Neste sentido, cabe ao professor assumir o protagonismo de sua prática e buscar as
melhores estratégias e recursos que possam atender suas demandas e objetivos formativos. Assim, sendo o professor
um dos principais agentes de transformação, é urgente repensar a sua formação e lutar pela valorização de sua função.
Além disso, em uma sociedade em constante processo de mudança, é necessário garantir que haja espaços e tempo
para a formação continuada.
Finalizando, neste cenário de pandemia fica evidente a importância de melhorarmos o Ensino de Física e da edu-
cação científica e tecnológica, tanto para que as pessoas construam um entendimento mais sofisticado da situação,
quanto para evitar o negacionismo da ciência e a disseminação de fake news. Se bem utilizado, o podcast pode ser
um grande aliado nesse processo.
REFERENCIAS
Bandlab Technologies. (2021). Bandlab. Dispovel em: https://www.bandlab.com/.
Carvalho, A. A. A. (2008). Os podcasts no ensino universirio: implicações dos tipos e da duração na aceitação dos estu-
dantes. Actas do Encontro sobre Web 2.0, 179-190.
Carvalho, A. A. A. (2009). Podcasts no ensino: Contributos para uma taxonomia. Ozarfaxinars, (8). Disponível em:
http://www.cfaematosinhos.eu/Podcasts%20no%20Ensino_08.pdf.
Demo, P. (2011). Educar pela pesquisa (9a ed). Campinas, S.P., Brasil: Autores Associados.
Discord Inc. (2021). Discord homepage. Disponível em: https://discord.com/.
Donnley, K. M. e Berge, Z. L. (2006). Podcasting: Co-opting MP3 players for education and training purposes. Disponível
em: https://www.westga.edu/~distance/ojdla/fall93/donnelly93.htm.
Freire, P. E. (2011). O podcast como ferramenta de educação inclusiva para deficientes visuais e auditivos. Revista Edu-
cação Especial, 24(40), 195-206.
O uso de um podcast no ensino de física
www.revistas.unc.edu.ar/index.php/revistaEF
REVISTA DE ENSEÑANZA DE LA FÍSICA, Vol. 33, no. 2 (2021) 428
IBGE (2010). Notícias: Censo. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/noticias-censo.html?busca=1&id=1&idnoti-
cia=1517&t=2005-2008-acesso-internet-aumenta-75-3&view=noticia.
Kaplún, M. (2017). Produção de Programas de Rádio, do roteiro a direção. Florianópolis, S.C., Brasil: Insular.
Lisita, V., Rosa, D. e Lipovetsky, N. (2001). O papel da pesquisa na formação e na prática dos professores. Campinas, S.P.,
Brasil: Papirus.
Martin, G. F. S., Vilas Boas, A. C., Arruda, S. M. e Passos, M. M. (2020). Podcasts e o interesse pelas Ciências. Investigações
em Ensino de Ciências, 25(1), 77-98. Disponível em: https://www.if.ufrgs.br/cref/ojs/index.php/ienci/article/view/1482.
Mognon, M. (2019). Consumo de podcasts no Brasil cresce 67% em 2019, aponta pesquisa. Disponível em:
https://www.tecmundo.com.br/internet/146951-consumo-podcasts-brasil-cresce-67-2019-aponta-pesquisa.htm.
Moura, A. e Carvalho, A. A. A. (2006). Podcast: para uma aprendizagem ubíqua no Ensino Secundário. 8th International
Symposium on Computer in Education, 2, 379-386. Disponível em: http://repositorio.uportu.pt/jspui/handle/11328/458.
Pocket-lint (2021). O que é Discord e como usá-lo: o aplicativo de bate-papo gratuito para jogadores explorado. Disponí-
vel em: https://www.pocket-lint.com/pt-br/aplicativos/noticias/151534-o-que-e-discordia-e-como-usar-o-aplicativo-
de-chat-de-texto-voip-gratuito.
Ribeiro, R. M. L. (2007). O potencial das narrativas como recurso para o ensino de ciências: uma análise em livros didáticos
de sica. Ciência & Educação, 13(3), 293-309.
Saidelles, T., Minuzi, N. A., Barin, C. S. e Santos, L. M. A. (2018). A utilização do podcast como uma ferramenta inovadora
no contexto educacional. Revista Educacional Interdisciplinar, 7(1), 1-10.
Seitzinger, J. (2006). Be Constructive: Blogs, Podcasts and Wikis as Constructive Learning Tools. The eLearning Guild's.
Learning Solutions. Practical Applications of Technology for Learning e-Magazine. Disponível em: http://www.elear-
ningguild.com/pdf/2/073106DES.pdf.
Soares, A. B., Miranda, P. V. e Smaniotto, A. B. (2018). Potencial Pedagógico do Podcast no Ensino Superior. Revista Edu-
cacional Interdisciplinar, 7(1), 2594-4576.
Disponível em: https://seer.faccat.br/index.php/redin/article/download/1078/660.