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Recial Vol. XV. N° 25 (Enero- Junio 2024) ISSN 2718-658X. Monserrat Brizuela, “E toda a cidade acorde” La
experiencia urbana en las crónicas de Olavo Bilac, pp. 37-50.
En relación con estos cambios del espacio urbano, el escritor portugués Manuel de Sousa
Pinto se refería, en 1905, a las transformaciones que la ciudad carioca había experimentado a
fines del siglo XIX y al alcalde Passos, a quien presentaba como el gran promotor de la nueva
configuración urbanística:
É o prefeito temido, inquebrantável, onipotente. Tem um belo perfil de
romano, um corpo comprido e ágil, e, por ironia certamente, que não pela
assombrosa energia e pela claríssima mente, setenta anos ... O prefeito Passos
é, presentemente, o nome mais sabido, mais repetido, mais criticado e mais
elogiado do Rio de Janeiro. É para alguns um deus, e a nova cidade deve-lhe
profundo culto. Para outros, é o extermínio, o carrasco inexorável, um
espectro pavoroso. Parece-me, contudo, que todos concordam, em que, com os
seus indispensáveis defeitos e as suas superiores qualidades, é um grande
homem. É, pelo menos, o homem do dia, há muitas semanas. A primeira
sentença, estrondosíssima, que condenava à desaparição o velho Rio, foi o
projeto, hoje integralmente cumprido, da abertura da avenida Central. A
avenida Central, meu caro ausente, é atualmente, ainda não de todo edificada,
a maior vaidade do carioca ... Aberta a avenida, que, em sua salutar e livre
amplidão, fazia perdidos os protestos teimosos dos renitentes, ganhou toda
esta cidade, ardentemente entusiasta, una ânsia furiosa de reforma, de
novidade, de derruir e renovar. Após essa avenida Central, pensou-se logo
noutra, estupenda e inigualável, a avenida à beira-mar, que, rodeando a cidade
em toda a sua periferia, como um colar radioso envolve em brilho um sedutor
pescoço de mulher, virá de ponta a ponta, colada ao mar e fechando a terra,
transformar a margem magnífica desta cidade tão caprichosamente recortada
num passeio infindo e surpreendente. (Broca, 2004, p. 355).
En este contexto, Bilac, considerado por la crítica como “o pregador constante da
modernização da capital” (Dimas, 2006, p. 51), aborda asuntos diversos en sus numerosas
crónicas dedicadas a la ciudad de Río de Janeiro. Entre estos se destacan la urbanización, la
salud pública, los escándalos políticos, las fiestas populares como el carnaval, la seguridad
urbana, la deficiencia del transporte público, la violencia sexual, la política internacional, los
lanzamientos de libros, entre otros. En las páginas que siguen, dividiremos el corpus de
crónicas selecionadas en dos apartados, que nos permitirán observar dos facetas distintas de
la ciudad. Por un lado, Río de Janeiro como un escenario nocturno, oscuro y casi
fantasmagórico; por otro, la ciudad de día, festiva e iluminada.
“Sobre as ruas adormecidas...”
En este pasaje abordaremos las crónicas “A noite”, “Contra a electricidade” (1905) y
también tomaremos un texto sin título publicado el 30 de julio de 1899. Los tres textos fueron
publicados en la Gazeta de notícias.
En “A noite”, el título alude a un momento del día y comienza con la experiencia personal
del sujeto que se presenta como preso del insomnio y del “indizivel horror da vigilia doentia”