O armário, dispositivo libertador ou repressivo?

Resumo

Este artigo procura dar conta de parte dos resultados obtidos no âmbito de um projeto de pesquisa da Universidade Nacional de San Luis, Faculdade de Psicologia, Argentina. Um dos objetivos desta pesquisa tem a ver com a recuperação das narrativas históricas das pessoas trans de suas próprias vozes, bem como dos ambientes sociais pelos quais elas passam, ou seja, tudo que diz respeito às situações que ocorreram na infância e adolescência dentro das instituições familiares, escolares e de saúde. Este artigo foi feito a partir das informações que foram coletadas através de entrevistas em profundidade com profissionais de saúde, através do Método Etnográfico e com uma análise qualitativa onde a importância da chamada saída do armário em pessoas trans foi destacada devido às narrativas que emergem das crianças e adolescentes que passaram por estes espaços de saúde. Com autores como Judith Butler, Di Marco, Cabral entre outros, é analisada a transcendência de uma prática que durante muito tempo esteve associada apenas à comunidade homossexual e que ao ser abordada de acordo com as narrativas dos profissionais entrevistados adquire características particulares. As experiências de vida das pessoas trans, com respeito à saída do armário, adotam características particulares, centradas na experiência com respeito ao próprio corpo, a hormonização, a família, a escuta terapêutica e o quadro normativo legal; entre outros.