Revista Pymes, Innovación y Desarrollo
Vol. 9, No. 1, pp.
Análise exploratória de novos indicadores para avaliação do Programa Agentes Locais de Inovaçãoξ
Pablo Felipe Bittencourt*
Resumo
O objetivo do artigo é apresentar indicadores e discutir suas eventuais relações para avaliação de desempenho do foco e das ações do Programa Agentes Locais de Inovação (ALI),
Palavras Chave: Indicadores de Inovação. Micro e pequenas empresas. Projeto ALI.
Abstract
The objective of this article is to present indicators and discuss their possible relationships for the performance evaluation of the Local Innovation Agents Program’s (ALI) focus and actions. The empirical evidence used data from the edition of the 2015/2018 of the Program in Santa Catarina State. The pretension is to advance about what has traditionally been done to evaluate the performance of the ALI Program, from the construction and exploratory evaluation of new indicators. For this, a set of indicators and expected relationships between them were presented and explored, with possible complementation by the pearson correlation. The exploratory and longitudinal analysis revealed, among other results, that the performance of actions realized during the program improve with the passage of time, which refers to the value of persistence in the effort to obtain better results. In other words, persistent and long- term effort seems to produce better results than
ξRecibido 21 de diciembre 2020 / Aceptado 21 de junio 2021.
*Professor do Dep. Economia e Programa de pós graduação em Inovação e Propriedade Intelectual (Profnit) da Universidade Federal de Santa Catarina. Correo electrónico: pablofelipe.bittencourt@gmail.com
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Resumen
El objetivo del artículo es presentar indicadores y discutir sus eventuales relaciones para evaluación de desempeño del enfoque y acciones del Programa Agentes Locales de Innovación (ALI), teniendo como evidencia empírica los datos de la edición catarinense del Programa de 2015/2018. La pretensión es avanzar sobre lo que tradicionalmente se ha hecho para evaluar el desempeño del Programa ALI. Para ello, un conjunto de indicadores y de relaciones esperadas entre ellos fueron presentados y explorados, con eventual complementación por la correlación de pearson. El análisis exploratorio y longitudinal reveló, entre otros resultados, que el desempeño de las acciones es creciente con el paso del tiempo, lo que remite al valor de la persistencia en el esfuerzo para obtener mejores resultados. Es decir, el esfuerzo persistente y de largo plazo parece generar mejores resultados que el compromiso de corto plazo. Tal resultado solo fue posible a partir de la evaluación de un nuevo indicador propuesto
Palavras Clave: Indicadores de Innovación. Micro y pequenas empresas. Proyecto ALI. Código JEL:O33
1. Introdução
Não é novidade que o empreendedorismo brasileiro é resultante muito mais da necessidade dos indivíduos do que de capacidade de inovar (Global Entrepreneurship Monitor, 2017). As condições de sobrevivência estão sempre ligadas ao curtíssimo prazo, derivadas de contínuas intempéries econômicas que limitam a capacidade de planejamento. A elaboração estratégica que pode incluir a capacitação inovadora fica ainda limitada pelo restrito nível educacional dos empreendedores, combinadas à superar entraves burocráticos. A crise econômica do triênio 2015/2018, em que foram recolhidas as informações para esse artigo, apenas reforçou essa fraqueza persistente.
O Programa Agentes Locais de Inovação, doravante “programa ALI”, é uma iniciativa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o SEBRAE para mudar essa realidade. Em 2010, passou a contar com a parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o CNPq, para promover gestão da inovação em empresas de micro e pequeno porte, via atividades de extensão, envolvendo recursos humanos recém graduados e especificamente capacitados. O artigo é fruto do acompanhamento do autor ao programa ALI como orientador de 20 agentes locais.
O programa já incentivou a cultura da inovação em cerca de 140 mil micro empresas em todo Brasil, por meio de mais de 6.ooo bolsistas de extensão, que expõe os resultados de suas atividades em artigos publicados em meios acadêmicos e não acadêmicos, analisando 13 dimensões em que atividades inovadoras podem ocorrer. Muito da eficácia do programa já foi apresentada e discutida em Cavalcanti Filho, et al. (2012), Da Silva Neto e Teixeira; (2011); De Oliveira, et al. (2014); Paula et al. (2014), Berne (2016) De Carvalho, et al. (2015), Silva Neto e Meira Teixeira (2014), Bilicky e Bittencourt, (2019); De Carvalho, et al. (2020), Vasconcelos, Santos e Andrade (2021), mas também nos Cadernos da Inovação1, publicação
1A publicação “Cadernos da Inovação” do SEBRAE, é o mais importante veículo de artigos resultados desses estudos, mas não é o único. Além de uma estratégia de difusão dos resultados por meio da síntese dos casos de
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de artigos resultantes dos Programas ALI. Contudo, pouco ainda se viu sobre indicadores que procurem avançar em análises de desempenho do programa, em especial sobre as ações de inovação realizadas durante sua vigência. A pergunta de pesquisa, portanto é: É possível captar aspectos ainda não avaliados sobre o desempenho do programa a partir da proposição de indicadores novos? O sentido da investigação que deram luz aos novos indicadores foram
(i)a influencia do Programa ALI na amplitude das dimensões consideradas pelos empreendedores em suas atividades de inovação e (ii) o valor da persistência das ações no tempo.
2.Inovação em MPEs do programa, seus indicadores e resultados
O tema inovação é muito frequente nos dias de hoje, mas pode querer dizer coisas diferentes para pessoas diferentes. Em artigos acadêmicos, o termo costuma remeter a inovação tecnológica, algo mais sofisticado do que o objeto desse artigo. A tradicional literatura sobre o tema fora desenvolvida, especialmente desde a década de 1970, estimulada pelas grandes transformações produtivas e econômicas do período. A tradição neoschumpeteriana, como ficou conhecida,
Contudo, a análise de segmentos menos tradicionais, como o comércio, não é algo típico da tradição neoschumpeteriana, o que explixa debilidade dos tradicionais indicadores de inovação para
sucesso para leitura do público não acadêmico, o programa também já gerou artigos acadêmicos em importantes periódicos nacionais.
2De fato, quando o foco reside nas MPEs, a literatura, em geral, ressalta causas, obstáculos e impactos na atividade de inovação em segmentos de alta intensidade de tecnológica, tais como a produção de softwares. (Roselino Júnior, 2006 e Galimberto, 2009). No Programa ALI, são consideradas MPEs as empresas que obtêm receita bruta anual inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). Porém, 88%
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representam 98,5% do total de empresas privadas, 30% do PIB e 51% dos empregos, em uma economia como a brasileira.
Como esperado de um Programa de Extensão Tecnológica (Programa ALI) realizado no atual contexto, de difusão de tecnologias de informação e comunicação (TICs), grande parcela das mudanças (inovações) mais frequantemente realizadas pelas pequenas empresas participantes dp programa ALI, derivam de serviços tecnológicos, os quais, são propulsores de introdução de novas tecnologias, novos modelos de negócios, e mesmo novos comportamentos empresariais, inclusive via adoção do que tem sido chamado de serviços inteligentes (Beverungen, Matzner, Janiesch (2017). Outra parcela derivada intensificação da interação interna, com clientes e fornecedores, de forma não mediada por sistema tecnológico novos, assim como do uso de recursos disponíveis no entorno territorial e que podem ser melhor absorvidos pelas interações face a face, como analisado em Bilicky e Bittencourt, (2019).
Em síntese, fundamentalmente, estamos tratando de um conjunto de práticas que envolvem mudanças na forma de
Em especial, as empresas de micro e pequeno porte, objetos do programa, possuem na relação com clientes os elementos centrais de suas atividades. Chamar a atenção desses para as vantagens dos produtos e para que tenham um experiência de compra capaz de
Conceitualmente as formas de inovação objetos do programa ALI se adequam a noção que dá base ao conceito proposto por Tidd e Bessant (2015): “A inovação é uma questão de conhecimento – criar novas possibilidades por meio da combinação de diferentes conjuntos de conhecimentos [...] Tal conhecimento pode já existir em nossa experiência, baseado em algo que já vimos ou experimentamos antes, ou pode resultar de um processo de busca – busca por tecnologias, mercados, ações da concorrência etc”. (Tidd; Bessant, 2015, p.39)
Talvez o maior valor do conceito proposto pelos autores, apresentado a seguir, tenha sido promover a desmistificação da inovação como algo intensivo em tecnologia e em investimento. Nisso reside sua adequação ao objeto do Programa ALI. Para os autores inovação é:
algo novo que agregue valor social ou riqueza. Muito mais do que um novo produto, algo de inovador pode estar por trás de tecnologias novas, novos processos operacionais, novas práticas mercadológicas, pequenas mudanças, adaptações, enfim, novidades que, de um modo ou de outro, gerem um ganho para quem as pôs em prática. Em termos econômicos – e para que fique bem claro: que gere lucro. (Tidd; Bessant; Pavitt, 2008, p. 9).
Em especial, as possibilidade de reconhecer inovação como derivada de práticas mercadológicas novas é algo bastante aderente ao universo do Programa ALI. Essas consistem no tipo de inovação tipicamente obserada nesse artigo, algo muito diferente das grandes empresas industriais que derão base ao conceito de inovação tecnológica, presente no tradicional referencial neoschumpeteriano.
Na raíz de muitas das inovações mercadológica estão conhecimentos que já estavam na empresa e que, por falta de compreensão sobre seu potencial, podem se perder. Choo (2003) destacou o valor de ter ações destinadas a compreender as aptidões, percepções e
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afinidades de quem interage no funcionamento da empresa, para aproveitar oportunidades de inovação. É dizer, o empresário que ouve pouco seus colaboradores minimiza seu potencial inovador. Por outro lado, ao definir ferramentas para interação sistemática, acaba inovando duas vezes: (i) ao implementar a ferramenta e (ii) ao realizar as sugestões e mudanças propostas da equipe mais motivada por ter suas ideias reconhecidas.
Disso notamos que pequenas ações possibilitam que desempenhos relevantes ganhem potência, e que assim, a mudança possa ser constantemente motivada pelos resultados alcançados nas ações menores. Essa motivação que impulsiona novas rodadas de busca por melhorias é o objetivo principal do Programa ALI. Em uma palavra: implementar a CULTURA da inovação.
Ocorre que, os processos de aprendizagem tipicamente levados a cabo pelas MPEs do programa, para que esse objetivo se concretize, não são adequadamente captados por indicadores tradicionais das pesquisas de inovação tecnológica.
Nesse sentido, o trabalho de Sawhney; Wolcott; Arroniz (2006) é um marco, por apresentar uma ferramenta, “Radar da Inovação”, que,
Há muito,
Ainda que estudos com métodos mais sofisticados, como alguns dos citados acima, existam, a imensa maioria dos
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análises mais sofisticadas como em Paula (2014), ou em Berne (2016), que ao analisar a variação percentual,
Não obstante, há limites à essa tradicional forma de mensuração. Como revelado a seguir, um conjunto mais amplo de aspectos podem ser avaliados por novos indicadores, melhorando as possibilidades de avaliação do desempenho do foco e da ações do programa. Os novos indicadores são, portanto, complementares à avaliação tradicionalmente realizada pelo gráfico em forma de radar (ver gráfico 1, seção 5).
3.Radar da inovação: mensurando atitudes inovadoras em MPEs
O Programa Agentes Locais de Inovação (ALI) é uma parceria do SEBRAE com o
CNPq, para promover a prática continuada de ações de inovação nas empresas de pequeno porte, algo estimulado pela dinâmica contemporânea, mas difícil de
O Radar da Inovação é uma ferramenta utilizada pelos ALIs para diagnóstico, avaliação e acompanhamento dos resultados das ações. A pretensão é mensurar características dos processos de inovação de MPEs, não contemplados nos formatos tradicionais, como os Manuais Frascati e de Oslo. O radar da inovação foi desenvolvido por Sawhney, Wolcott e Arroniz (2006), com doze dimensões. Bachmann e Destefani (2008) incluíram mais uma dimensão.
O instrumental contempla 42 questões agrupadas em 13 dimensões, as quais são as foram transformadas em variáveis (ver metodologia). São elas: (i) OFERTA:
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momentos ao interagir com a empresa; (VII) AGREGAÇÃO DE VALOR: considera os mecanismos pelos quais uma empresa capta parte do valor criado; (VIII) PROCESSOS: pressupõe o
Desse conjunto de 13 dimensões,
4. Metodologia
A partir da aplicação do Radar,
O estudo observou o universo de 1.585 micro e pequenas empresas, objetos do programa ALI de Santa Catarina, entre 2015 e 2018, pertencentes aos setores de comércio varejista, prestação de serviços e da indústria, localizadas em todo o território catarinense. Considerou ainda, as 5.548 ações de inovação levadas a cabo nessas empresas, nas 13 dimensões do RADAR da inovação.
A pesquisa usa do método
Os gráficos que exploram combinação de relações entre variáveis tiveram a intuição como base. Tais intuições
Além das variações temporais dos escores do radar e do número de ações levadas a cabo durante o programa,
3 Vale ressaltar que existe um conjunto significativo de procedimentos antecedem a realização mesmo do RADAR 0. Eles envolvem a interações dos empreendedores com produtores de soluções, consultores Seniores do SEBRAE e outras atividades que servem à tomada de decisão dos empreendedores e ao engajamento dos mesmos.
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IDA = ((Nt –
Nt = nota do score médio das empresas investigadas no período t
O gráfico 6 abaixo apresenta o IDA para cada uma das mudanças temporais sequenciais (R0/R1), (R1p/R2) (R2p/R3), além de (R0p/ R3). Além disso, eventualmente, a correlação de Pearson foi utilizada para fins de testar a intuição sobre a relação de variáveis. Os resultados estão apresentados na seção a seguir:
5. Análise dos resultados e do impacto das ações implementadas:
A investigação abaixo está
5.1.Os Agentes Locais de Inovação (ALIS) influenciam a amplitude de dimensões consideradas pelos empreendedores em suas atividades de inovação?
O gráfico apresentado em forma de RADAR (gráfico 1), tradicionalmente utilizado nos artigos ALI e a partir do qual se pretende avançar nesse artigo, revela a média do crescimento em cada uma das 13 dimensões de inovação, para o conjunto das empresas pesquisadas.
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Gráfico 1 – Comparação da média do Grau de Inovação C0 e C1 por dimensão
R0 R1 R2 R3
Oferta 5
Ambiência inovadora |
Plataforma |
|
4 |
|
Rede |
3 |
Marca |
2 |
Presença |
1 |
Clientes |
|
|
0 |
Cadeia de fornecimento |
Soluções |
Organização |
Dim.Relacionamento |
Processos |
Agregação de valor |
Fonte: Elaboração própria com base em dados do Programa ALI SC 2015/2018
Notável que o formato muda pouco de R0 para R3, sugerindo que, ainda que o programa possa ter sido efetivo em seu objetivo de implementar a cultura da inovação, já que houve crescimento em todas as dimensões, as transformações na forma de inovar, ou melhor, no padrão inovativo (intensidade das formas/dimensões)
A primeira delas é: Existe uma relação entre score médio inicial e número de ações realizadas para melhorar as notas do RADAR? A expectativa poderia ser de uma relação inversa, ou seja, quanto menor o escore médio das empresas em uma dimensão do radar, maior o número de ações realizadas na atividade, uma vez que haveria maiores espaços para melhorias na dimensão5.
As evidências, contudo, refutam a expectativa estatística, pelo menos em Santa Catarina, para o Programa ALI 2015/2018. Como
Tal resultado
4Exemplo: Teria havido falha do Programa por não conseguir mudar o padrão de inovação? Deveria haver maior intensidade de ações em dimensões em que a cultura de inovação das empresas
5Essa é uma expectativa estritamente estatística, sem qualquer valor de julgamento a priori sobre a vantagem ou desvantagem das frequências das ações em uma(s) ou outra(s) dimensão. Tal conveniência está, e é certo que esteja, condicionada a análise dos profissionais envolvidos no projeto, é portanto, qualitativa.
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visões dos empreendedores,
Ao contrário, o que se nota da estatística é insuficiência do programa para envolver empresários em dimensões inovadoras atípicas. Isso não é o mesmo que sugerir ineficácia dos ALIs ou mesmo do programa. Mas dá relevância a perguntas como: Faz sentido pesquisar todas essas dimensões para o conjunto de empresas considerado? Haveria necessidade de maior capacitação dos ALIs para alguma(s) dimensão(ões) especificas? Essas não são respostas possíveis nesse esforço,
Gráfico 2: Escores iniciais (R0) e percentual de ações levadas a cabo durante o
programa ALI/SC por dimensão
4 |
18,00 |
|
3,5 |
16,00 |
|
3 |
14,00 |
|
2,5 |
12,00 |
|
10,00 |
||
2 |
||
8,00 |
||
1,5 |
||
6,00 |
||
1 |
||
4,00 |
||
0,5 |
2,00 |
|
0 |
- |
|
R0 |
% ações realizadas pelo Programa |
Fonte: Elaboração própria com base em dados do Programa ALI SC 2015/2018
Desse resultado, no entanto, emerge outra pergunta a que se pode avançar, seja: Se as notas do Ciclo 0 não são o elemento decisivo para a definição do sentido das ações mais frequentes, quais seriam as outras influências?
Para uma investigação estatística,
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Gráfico 3: Percentual de ações finalizadas pelo Programa ALI/SC 2015/2018 por
dimensão
18,00 |
16,00 |
14,00 |
12,00 |
10,00 |
8,00 |
6,00 |
4,00 |
2,00 |
- |
Fonte: Elaboração própria com base em dados do Programa ALI SC 2015/2018
Outra pergunta cujo tradicional gráfico em formato RADAR não apresenta boas informações/intuição para resposta é: Existe relação entre nível inicial no escore alcançado por cada dimensão e nível de crescimento (variação) das mesmas entre o momento inicial e final do Programa (R0 e R3)? Intuitivamente, quanto menor o nível inicial do escore de uma dimensão, maior seu crescimento esperado, dado o maior espaço relativo para tal crescimento entre o score inicial R0 e o valor máximo absoluto (5). O gráfico 4 mostra que essa relação esperada não foi verificada. Tal impressão foi reforçada pelo teste de correlação de Pearson que revelou valor baixo e negativo
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Gráfico 4: Os escores iniciais (R0) e seus crescimentos entre R0 e R3, em cada dimensão
do RADAR
4 |
2 |
3 |
1,5 |
2 |
1 |
1 |
0,5 |
0 |
0 |
R0 |
Fonte: Elaboração própria com base em dados do Programa ALI SC 2015/2018
5.2Foco no curto prazo vs foco no longo prazo: O desempenho das ações melhora ou piora com o passar do tempo?
Interessante que, pelo gráfico RADAR (ver gráfico 1),
De qualquer forma, a expectativa é de encontrar menor intensidade de crescimento com o passar do tempo, uma vez que os scores
Notável que em nenhum caso a variação da primeira rodada (R0
Ainda que se tenha verificado essa adequação das variações às expectativas, é importante dizer que tais resultados seriam especialmente relevantes se o número de ações se revelasse constante durante os períodos. Mas esse não foi o caso.
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Gráfico 5: Crescimento dos scores médios de cada dimensão do RADAR nas três
rodadas do Programa ALI/SC
0,8 |
|
|
0,7 |
|
|
0,6 |
|
|
0,5 |
|
|
0,4 |
|
|
0,3 |
|
|
0,2 |
|
|
0,1 |
|
|
0 |
|
|
|
|
|
|
|
|
Fonte: Elaboração própria com base em dados do Programa ALI SC 2015/2018
Como se pode notar do gráfico 6, também o número de ações decresce. Na verdade, esse também é um resultado esperado, pois, por um lado, algumas empresas alcançam seus objetivos antes do final do projeto e deixam de realizar novas ações, enquanto outras se frustram com os resultados preliminares e, por isso, abandonam esforços programados para o futuro. Na verdade, eventualmente até deixam de participar do programa. No gráfico,
Gráfico 6: Número de ações a cada rodada do Programa, por dimensão
600
500
400
300
200
100
0
|
A0 |
A1 |
|
A1 |
A2 |
|
A2 |
A3 |
|
A3 |
|
|
|
|
|||||||
|
|
|
|
Fonte: Elaboração própria com base em dados do Programa ALI SC 2015/2018
Os resultados decrescentes tanto da variação das notas médias (escores) como do número de ações trazem à baila o tema da efetividade das ações. Oras, se com o passar do tempo crescem menos as notas médias, mas decresce o número de ações realizadas, qual seria a relação entre variação do escore e número de ações realizadas? Para responder a essa
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pergunta foi desenvolvido o Indicador de Desempenho das Ações (IDA), formalmente apresentado na seção metodológica e cujos resultados estão apresentados no gráfico abaixo.
Os resultados revelam desempenho crescente das ações com o passar do tempo, em nove das treze dimensões. Esse primeiro resultado induz a afirmar que a continuidade de ações tende a gerar melhores resultados com o passar do tempo. Isso significa que a persistência nas ações pode estar explicando os melhores resultados no final do processo.
Édizer, o esforço persistente e de longo prazo gera melhores resultados do que o engajamento curto prazista. Essa “miopia” curtoprazista, aliás, marca as perspectivas dos empresários, segundo relato da maioria dos Agentes Locais de Inovação (ALIs) que apoiaram o levantamento de dados para esse artigo.
Um olhar mais apurado para os resultados permite notar que em três das quatro dimensões - Ambiência, Relacionamento, Oferta e Marca - em que o resultado do IDA no período intermediário (R1 - R2) foi menor do que no período inicial (R0 – R1), o desempenho do período final (R2 – R3) foi maior do que o do período intermediário. Assim, apenas na dimensão “marca” o desempenho das ações
Gráfico 7: Índice de Desempenho das Ações (IDA) do programa ALI/SC 2015/2018
35,00 |
|
|
30,00 |
|
|
25,00 |
|
|
20,00 |
|
|
15,00 |
|
|
10,00 |
|
|
5,00 |
|
|
- |
|
|
(5,00) |
|
|
IDA |
IDA |
IDA |
Fonte: Elaboração própria com base em dados do Programa ALI SC 2015/2018
Do gráfico ainda
Tal correlação informa que quanto maior o número de ações, menores seus desempenhos médios. A causa desse restrito desempenho médio das ações nas dimensões em que as ações foram mais frequentes pode estar na pouca elaboração em torno da definição
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mais profunda dos problemas reais de inovação nesses casos. Explico6: é sabido que os empreendedores possuem foco estreito na demanda com que trabalham, afinal, vivem de fluxos de clientes que os visitam
Gráfico 8: Número total de ações levadas a cabo e o índice de Desempenho das Ações |
||
entre R0 e R3, do programa ALI/SC |
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1000 |
16,00 |
|
800 |
14,00 |
|
12,00 |
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|
||
600 |
10,00 |
|
400 |
8,00 |
|
6,00 |
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200 |
4,00 |
|
2,00 |
||
|
||
0 |
- |
|
Soma ações |
IDA - Projeto |
Fonte: Elaboração própria com base em dados do Programa ALI SC 2015/2018
Adicionalmente, o RADAR da Inovação
Finalmente, merece destaque que o empenho resoluto dos empresários é sempre elemento decisivo à obtenção de resultados. Isso, acompanhado de um bom método de acompanhamento das ações implementadas pela empresa e de agentes locais decididos a encontrar soluções para os problemas que emergirem da interação, costuma levar a realização dos objetivos. Tal empenho consistente e determinado é variável a ser mensurada ainda pelo Programa ALI.
6Importante ressaltar, contudo, que essa é apenas uma indução derivada tanto dos dados como dos relatos dos ALIs nos processos de orientação para a realização de seus artigos.
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6. Conclusão
Lembro a pergunta da pesquisa: É possível captar aspectos ainda não avaliados sobre o desempenho do programa ALI a partir da proposição de indicadores novos? A resposta positiva a essa pergunta foi dada nesse artigo a partir de uma investigação exploratória de novos indicadores, respeitando uma sequencia de questões que emergiram a partir da tradicional análise do gráfico em radar. Quando a intuição recomendou, as relações entre esses indicadores foram avaliadas. Como se trata de uma massa pequena de casos, apenas a correlação simples de pearson foi utilizada como indicador de apoio às evidências verificadas nos gráficos.
Os interessantes resultados, resumidos e enumerados a seguir, revelaram que (i) a frequência das ações não parece responder a critérios estatísticos, mas a outros muito mais subjetivos, como às demandas dos empreendedores, as quais, revelaram forte preferência pelo foco na interação com seus clientes, algo diferente do que verificado em De Carvalho, (2020); (ii) os resultados sugerem que o programa serve mais à ampliação da capacidade de resposta (inovação) das empresas em dimensões da atividade inovadora já privilegiada pelo modelos mental dos empreendedores do que à modificação desse modelo mental, o que
A comprovação empírica qualitativa sobre a importância das ações de longo prazo é um limitante desse artigo, uma indicação para trabalhos futuros e um desafio à comunicação do Programa ALI a seus clientes potenciais (empresários). Importante que a vitória sobre esse desafio representaria mais uma vitória do programa à pretendida mudança comportamental virtuosa entre o empresariado. Em segundo lugar, mas não menos importante,
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apenas sugestões despretensiosas de respostas. Sugiro que investigações futuras se debrucem sobre elas.
Finalmente, o artigo ainda levantou a hipótese de que o empenho consistente e determinado dos Agentes Locais é também desafio à mensuração do Programa.
Referencial
Bachmann, D. L., & Destefani, J. H. (2008). Metodologia para estimar o grau das inovações nas MPE.
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Revista Pymes, Innovación y Desarrollo
Vol. 9, No. 1, pp.
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Revista Pymes, Innovación y Desarrollo
Vol. 9, No. 1, pp.
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Vol. 9, No. 1, pp.
Anexo Estatístico
Tabela 1: Escores médios em cada dimensão inovadora nas quatro rodadas (R0, R1, R2, R3) e número de ações concluídas e canceladas em cada rodada, no projeto ALI em SC entre 2015 e 2018
|
|
Radar 0 |
|
|
Radar 1 |
|
Radar 2 |
|
|
Radar 3 |
|
||
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Ações |
|
|
Ações |
|
|
Ações |
|
|
|
Ações |
Global |
2,2 |
Ações |
Cancel |
2,6 |
Ações |
Cancel |
2,9 |
Ações |
Cancel |
3,1 |
Ações |
Cancel |
|
Oferta |
2,9 |
250 |
3 |
3,2 |
187 |
0 |
3,4 |
56 |
0 |
3,5 |
4 |
0 |
|
Plataforma |
2,9 |
50 |
2 |
3,2 |
30 |
0 |
3,5 |
9 |
0 |
3,7 |
0 |
0 |
|
Marca |
3,5 |
245 |
8 |
3,8 |
152 |
2 |
3,9 |
37 |
0 |
3,8 |
4 |
0 |
|
Clientes |
2,1 |
460 |
5 |
2,6 |
242 |
0 |
3,1 |
71 |
0 |
3,5 |
8 |
0 |
|
Soluções |
1,8 |
71 |
0 |
2,1 |
51 |
1 |
2,4 |
11 |
0 |
2,6 |
4 |
0 |
|
Relacionamento |
2,8 |
537 |
15 |
3,5 |
324 |
2 |
4 |
97 |
0 |
4,2 |
11 |
0 |
|
Agregação de |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
valor |
1,5 |
111 |
3 |
1,8 |
69 |
1 |
2 |
30 |
0 |
2,2 |
1 |
0 |
|
Processos |
1,9 |
384 |
11 |
2,2 |
249 |
2 |
2,4 |
71 |
0 |
2,5 |
17 |
0 |
|
Organização |
2 |
339 |
7 |
2,5 |
165 |
2 |
3 |
64 |
0 |
3,4 |
10 |
0 |
|
Cad. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
fornecimento |
1,9 |
35 |
1 |
2,3 |
30 |
0 |
2,6 |
9 |
0 |
2,9 |
2 |
0 |
|
Presença |
1,6 |
169 |
2 |
1,9 |
75 |
0 |
2,1 |
18 |
0 |
2,3 |
0 |
0 |
|
Rede |
2,4 |
195 |
1 |
3 |
143 |
0 |
3,6 |
32 |
0 |
3,9 |
5 |
0 |
|
Ambiência |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
inovadora |
1,9 |
257 |
11 |
2,3 |
239 |
4 |
2,6 |
67 |
0 |
2,7 |
14 |
0 |
|
Total |
NA |
434 |
8 |
NA |
80 |
0 |
NA |
12 |
0 |
|
NA |
0 |
0 |
Fonte: Elaboração própria com base nos dados colhidos no Projeto ALI SC 2015/2018.
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