Revista Pymes, Innovación y Desarrollo - 2020
Vol. 8, No. 2, pp. 118-140
ISSN: 2344-9195 http://www.redpymes.org.ar/index.php/nuestra-revista / https://revistas.unc.edu.ar/index.php/pid/index Pymes, Innovación y
Desarrollo – editada por la Asociación Civil Red Pymes Mercosur
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econômicas ou concorrência externa, do que atuar em empresas que pudessem trabalhar
próximas da fronteira tecnológica.
De Negri (2017) avalia que vários foram os esforços para a concepção de novas
políticas, fazendo com que o país tenha criado um quadro abrangente de instrumentos.
Neste contexto, a autora cita as Lei de Inovação e Lei do Bem, implementadas no início
dos anos 2000; a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (Pitce) e a
Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), em 2008; e o Plano Brasil Maior (PBM)
de 2010. Um destaque também é dado ao Plano Inova Empresa, dentro do PBM,
considerado importante para incentivar a inovação.
“Todo esse esforço na concepção de novas políticas construiu um quadro relativamente abrangente
de políticas de inovação no que diz respeito à diversidade de instrumentos. Atualmente, o país
pode contar com muitos dos instrumentos utilizados na maior parte do mundo desenvolvido para
promover a inovação, tais como: i) crédito subsidiado; ii) incentivos fiscais; iii) subvenções para
empresas; iv) subvenções para projetos de pesquisa em universidades e centros de pesquisa,
entre outros” (De Negri, 2017, p. 31 e 32).
Entretanto, a autora ainda argumenta a necessidade de implementação de uma nova
geração de políticas de inovação, “com foco em resultados concretos e com volumes
relevantes de investimentos” (De Negri, 2017, p. 25). Como fundamental, De Negri
(2017) aponta para a necessidade de superar a ingênua dicotomia entre Estado e mercado,
devendo tal discussão estar focada na eficiência e na objetividade da atuação do Estado
(e não no seu tamanho). Dois fatores são essenciais para melhorar as políticas de inovação
brasileiras, segundo a autora: 1) repensar o ambiente institucional rígido e burocrático de
uma economia fechada e ainda pouco competitiva; e 2) estabelecer estratégias (missões)
de atuação da política de inovação, bem como definir um volume razoável de
investimentos, evitando fragmentação de valores e a obtenção de resultados mais
eficientes.
No que diz respeito a políticas de inovação destinadas à startups, Freire et al (2017,
p.236) destaca que no Brasil, nos últimos dez anos, foi criado “um repertório amplo de
instrumentos de apoio às startups”. Os autores destacam que se trata de um movimento
mais amplo, observado entre 2012 e 2015 em diferentes países da América Latina, como
Chile, Colômbia, México, Peru, Uruguai e Panamá, conforme estudo da OECD de 2015.
Em termos da evolução do apoio aos ´empreendedorismo inovador´ no Brasil, termo
usado pelos autores, há destaque para três formas de apoio: 1) investimento e
capitalização; 2) serviços de apoio, tal como o Startup Brasil (de 2012) e o Inovativa
Brasil (de 2013), que são os programas analisados neste trabalho; e 3) fomento à estrutura
inovadora.
Importante destacar a conclusão de Freire et al (2017, p. 234):
Nos últimos quinze anos, o Brasil avançou em termos de ações públicas de apoio ao
empreendedorismo inovador. Tais iniciativas ajudaram a dinamizar o ecossistema de inovação
para startups no país, mas não foram suficientes para impulsionar o seu desenvolvimento de forma
consistente. O apoio ao empreendedorismo inovador no Brasil existe, mas ainda é pulverizado,
sem foco e sem continuidade – alguns problemas que perpassam as políticas de inovação como
um todo no país. Ações públicas de grande porte, capazes de massificar o investimento em startups
inovadoras, com objetivos bem definidos e de caráter permanente, ainda são necessárias.