Revista Pymes, Innovación y Desarrollo - 2020
Vol. 8, No. 2, pp. 72-95
ISSN: 2344-9195 http://www.redpymes.org.ar/index.php/nuestra-revista / https://revistas.unc.edu.ar/index.php/pid/index Pymes, Innovación y
Desarrollo – editada por la Asociación Civil Red Pymes Mercosur
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um sistema de interação das empresas privadas e públicas, universidades e agências
governamentais no propósito de criar condições para o desenvolvimento da ciência e
tecnologia dentro da fronteira territorial de um país. Enquanto, Edquist (1997) observa
que as firmas interagem com outras organizações, como fornecedores, consumidores,
competidores, universidades, institutos de pesquisa, bancos, escolas e governo para
ganhar, desenvolver e trocar vários tipos de conhecimento, informação e outros
recursos.
Visando promover o processo inovativo, um SNI deve contar com algumas
características, como o desempenho ativo das áreas de Ciência e Tecnologia (C&T),
gastos permanentes em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), busca de relações ativas
das firmas com os institutos de pesquisa e outras instituições, promoção da educação e
treinamento da força de trabalho, dentre outras medidas (Edquist, 2010).
Além da abrangência nacional, existem outras dimensões onde imperam os
sistemas de inovação, com destaque para os âmbitos regional e setorial. Um Sistema
Regional de Inovação (SRI) pauta-se por interações de atores pertencentes a estruturas
inovativas em determinada região, cuja configuração contém certos critérios, como
delimitação geográfica, infraestrutura regional, identidade e coesão social, governança
específica, etc. (Doloroeux, 2002). Um Sistema Setorial de Inovação (SSI) é composto
por atores institucionais que atuam numa determinada indústria e tecnologia,
focalizando suas características, bem como incentivando e explorando as oportunidades
tecnológicas decorrentes (Caccomo, 1998).
Agrega-se a esse quadro de abrangência citado, a moderna organização da
produção, posta na forma de cadeias globais de valor, as quais expressam a integração
de etapas desde a concepção, fabricação, distribuição até o consumo por diferentes
empresas e mercados, situados em distintos espaços geográficos nacionais (Gereffi;
Fernandesz-Stark, 2011). Essas cadeias possibilitam o desenvolvimento de sistemas
inovativos, integrando as empresas – capacidades internas – e as instituições –
regramentos, estímulos – domésticas em nível mundial. Nesse contexto, fluxos de
conhecimento transitam pelas redes produtivas e alimentam aprendizados interativos
(Lundvall et al. 2015), que, sustentadas pelas formas de governança – mercado,
modulares, relacionais, cativas e hierárquicas, abrem espaços para desenvolvimento
inovativo (Pietrobelli; Rabelotti, 2009; Gereffi et al., 2005).
Com esse entendimento ressalta-se, ainda, que fatores históricos, geográficos,
econômicos, culturais políticos, organizacionais e estratégicos de desenvolvimento de
cada país conduzem à existência de diferentes sistemas de inovação (Johnson; Lundvall,
1994), sendo que, diante de características distintas, torna-se impossível transportar
modelos, embora exitosos, na sua totalidade. Os sistemas de inovação virtuosos servem
de norte para a construção de sistemas de inovação próprios, porém impossíveis de
apresentarem mesma performance (Nelson; Rosenberg,1993).
A abordagem de um sistema de inovação está relacionada com a teoria do
aprendizado, entendendo-se que a aprendizagem é um fenômeno diversificado e amplo,
que pode ser interpretado de distintas formas, não obstante ser caracterizado como
interativo e cumulativo e que não pode ser compreendido sem os contextos
institucionais. Em reforço a essa ocorrência, figura a compreensão de que a capacidade
de inovar não se resume a esforços individuais, pois depende, também, de arranjos
institucionais sistêmicos. Sobre esses arranjos, observa-se que manifestam diferentes
formas de aprendizagem – buscar, fazer, usar, interagir, entre outros, que se expressam