O antropólogo na aldeia de Mediação de Conflitos
Uma contribuição para a problematização das relações entre Estado, mediação de conflitos e Antropologia
DOI:
https://doi.org/10.31048/1852.4826.v13.n2.27870Palavras-chave:
Mediação de conflitos, Estado, Conflito de gestão, Etnografia, RefletividadeResumo
Neste artigo, propomos refletir sobre a mediação de conflitos em seu complexo vínculo com a dimensão do Estado e, especificamente, com o campo estatal de gestão de conflitos. Para tanto, recuperaremos três experiências de pesquisa etnográfica desenvolvidas nos últimos anos pelos autores em diferentes contextos (Rio de Janeiro em comparação com a cidade de Buenos Aires, Salta e Olavarría). O que se denomina movimento de mediação envolve uma articulação singular entre órgãos judiciais e governamentais de diferentes escalas, o mundo das ONGs, as agências internacionais, entre outros, e uma disputa permanente pela afirmação desse sistema é montada em torno da atribuição de um maior status. Em segundo lugar, para dar conta das características institucionais desse mundo singular, analisaremos diferentes aspectos ligados ao nosso trabalho como antropólogos nesses contextos. Propomos que a experiência etnográfica em tais ambientes requer diferentes disposições por parte do pesquisador, que, por meio de um exercício reflexivo, podem se tornar formas poderosas de acessar os mundos em análise.
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